(Fotografia: Unipublic/Photogomez Sport) |
3 de Setembro de 2017. 15ª etapa da Vuelta. Froome lidera com 55 segundos de vantagem sobre Vincenzo Nibali. 129 quilómetros esperam o pelotão, com duas primeiras categorias e uma especial a terminar na Serra Nevada, quase aos três mil metros de altitude e sem tempo para descansar da ascensão anterior. Consideram a etapa rainha, mesmo com o Angliru ainda por ultrapassar no próximo sábado. Estará o receio de uma repetição de Formigal a assombrar Froome? O britânico garante que não. Não acredita que tal possa voltar a acontecer, principalmente a parte da Sky e de ele próprio serem apanhados desprevenidos. Naquele dia aprenderam que a concentração tem de ser desde o primeiro ao último metro e Froome já demonstrou este ano que a lição ficou bem assimilada.
A etapa deste domingo tem o nome de Contador escrito. É incontornável. Começou mal a Vuelta, mas tem estado a lutar pela sua etapa e por subir na classificação na corrida da despedida. Sabe que o elemento surpresa é quase inexistente depois do que fez em Formigal, mas é nele que se vão centrar muitas das atenções. Talvez seja o momento perfeito para outro ciclista tentar ser ele a surpresa...
Froome não esquecerá Formigal e preparou esta Vuelta bem de mais para a deixar escapar de uma forma tão infantil como aconteceu há um ano. Mérito para os que atacaram, demérito para uma equipa que relaxou, talvez vítima de um excesso de confiança. O passado já lá vai. É pelo que vai acontecer neste domingo que se anseia por ver. Podem-se fazer previsões, antecipar possíveis cenários, mas simplesmente parece que são tantas as variáveis que o texto não teria fim. Espera-se espectáculo. Seja ele qual for e proporcionado por quem for.
Estas etapas "canhão" estão cada vez mais presentes nas grandes voltas. Por um dia, os trepadores podem andar a fundo. E com as distâncias grandes (mais de dois minutos, exceptuando Nibali), ninguém poderá pensar em poupanças. Os dias estão a passar e Froome não cede (com excepção das duas quedas que teve na quinta-feira). Neste sábado os rivais atacaram à vez e Froome lá foi apanhando-os a todos. Até lhes ganhou tempo, menos a Nibali, que bonificou quatro segundos. Mesmo quem já não sonhe em ganhar a Vuelta, há ainda muito por definir no top dez e a luta de uns, pode resultar em alianças com a luta de outros. Sozinhos começa a ser cada vez mais difícil bater Froome.
Rafal Majka venceu uma etapa, salvando uma temporada menos conseguida do polaco. Apostou forte num Tour que acabou numa queda. Chegou fora de forma à Vuelta devido à recuperação física que teve de fazer, mas este ciclista da Bora-Hansgrohe tem qualidade para muito mais e em Espanha já fez um pódio. No ano em que conseguir escapar a alguns azares e ser mais consistente nos resultados, este é um ciclista que pode muito bem deixar os polacos a imaginar grandes vitórias (mais umas para juntar às de Michal Kwiatkowski). Por agora fica-se por uma etapa na Vuelta em 2017, mas é noutro triunfo que se concentram as atenções. A luta pela geral está ao rubro. Esperava-se que Majka fosse um dos seus intervenientes, mas tornou-se num actor secundário para desilusão da equipa alemã e dele próprio, certamente.
Summary - Stage 14 - La Vuelta 2017 por la_vuelta
Veja aqui as classificações.
»»Enquanto os sprinters se queixam, Trentin ganha e Escartín dá ao público o que este mais gosta de ver««
»»Não lhes chamem etapas de transição. Não na Vuelta!««
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