(Imagem: CCC Sprandi Polkowice) |
A CCC procurava um ciclista com características de trepador para ocupar o lugar de Jan Hirt, checo que se mostrou no Giro e que a Astana já garantiu para 2018. Amaro Antunes - assinou por dois anos - terá assim uma excelente oportunidade de ser um líder em provas de maior nível. "Estou muito feliz por assinar pela CCC Sprandi Polkowice. É uma equipa que dá aos ciclistas a oportunidade perfeita para competir ao mais alto nível. Espero em 2018 continuar a minha progressão e ter a oportunidade de lutar por boas posições nas corridas mais importantes no calendário", afirmou o ciclista, no site da formação polaca.
Podem parecer palavras de circunstância, mas revelam bem a ambição de Amaro Antunes. Esta será a segunda aventura no estrangeiro para o corredor de Vila Real de Santo António. Em 2013 esteve na estrutura italiana Continental da Ceramica Flaminia-Fondriest. O projecto não foi bem o que era esperado. Tanto ele, como António Barbio e Rafael Reis - Pedro Paulinho também lá esteve uns meses - não encontraram o que precisavam para evoluir. Foi em Portugal que Amaro foi construindo a sua reputação de excelente trepador, apesar de não conseguir ser o líder indiscutível de uma equipa. Ainda assim, nos últimos quatro anos foi sempre top dez na Volta a Portugal.
Mas claro, este 2017 foi simplesmente fantástico. Segundo lugar na Volta atrás de Raúl Alarcón, rei da montanha, vencedor da etapa na Torre e uma exibição tremenda durante toda a corrida. Em Fevereiro conseguiu um triunfo que o marcará para sempre: ganhou no "seu" Alto do Malhão, na Volta ao Algarve, uma corrida com algumas das figuras do World Tour. Antes, na Volta à Comunidade Valenciana, mostrou a Nairo Quintana como não temia em tentar segui-lo. O colombiano levou a melhor, mas Amaro ficou num excelente terceiro lugar na subida em Llucena.
Ganhou a Clássica da Arrábida e o Troféu Joaquim Agostinho. A W52-FC Porto contratou-o depois da LA Alumínios-Antarte ter optado por fechar portas. Apesar de não ser o líder único, Nuno Ribeiro, o director desportivo, soube gerir de forma perfeita um plantel de luxo. Quando Amaro foi líder, ganhou, quando Raúl Alarcón foi líder, também. E ambos nunca tentaram "passar por cima" do número um da equipa Gustavo Veloso.
Numa formação com tantos ciclistas ambiciosos, tudo funcionou na perfeição, mas claro que se paga o preço de se os ver sair para estruturas com outro potencial financeiro e ao ser do escalão Profissional Continental, fica-se com a possibilidade de estar em corridas do World Tour.
Aos 26 anos (faz 27 em Novembro), Amaro Antunes dá o salto de uma forma ponderada. É difícil resistir à tentação de dizer que tem a qualidade para estar no World Tour, mas a CCC poderá ajudá-lo a evoluir para lá chegar e, se calhar, com outro estatuto que não apenas de homem de trabalho, como inevitavelmente aconteceria se esse passo fosse tomado agora. Não nos podemos esquecer que poderá ser líder na CCC, algo importante e que Amaro Antunes merece.
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