29 de julho de 2019

Raúl Alarcón de fora na W52-FC Porto. Luís Mendonça entra na lista da Rádio Popular-Boavista

(Fotografia: © Podium/Paulo Maria)
A W52-FC Porto deverá partir para a Volta a Portugal sem o vencedor das últimas duas edições. Raúl Alarcón não terá recuperado da lesão na clavícula e não terá assim a oportunidade de procurar o tri. No seu lugar entrará outro antigo vencedor, também por duas vezes: Gustavo Veloso. Apesar de, aos 39 anos, continuar a ser uma voz de comando na equipa, o espanhol não será o candidato à liderança. Edgar Pinto e João Rodrigues são os mais prováveis a ficar com o estatuto. Mas se há equipa cuja dor de cabeça não é a falta de bons líderes e manter um colectivo fortíssimo, é esta W52-FC Porto.

A ausência do espanhol ainda não foi confirmada oficialmente. O Jogo, JN e RTP avançaram com a notícia e no Facebook da Volta a Portugal foi colocada uma fotografia do ciclista com a frase: "Vamos ter saudades. As melhoras @r86.alarcon." Alarcón caiu durante o Grande Prémio Abimota, há cerca de cinco semanas, e fracturou a clavícula. Não ficou excluída a participação na Volta, mas o corredor de 33 anos sabia que estava num autêntico contra-relógio para não só recuperar da lesão, mas estar em condições físicas de disputar uma exigente Volta a Portugal. Alarcón até tinha prevista a participação na clássica do seu país Villafranca-Ordizia, na última quinta-feira, mas não competiu por não estar a 100%.

Esta terça-feira é dia de apresentação das equipas em Viseu, onde na quarta-feira arranca a 81ª edição da corrida mais ambicionada pelas equipas portuguesas. Mesmo que se confirme a ausência de Alarcón, a W52-FC Porto continua a partir como a favorita para conquistar a sétima vitória consecutiva. João Rodrigues tem apenas 24 anos, mas já demonstrou ser dono de uma maturidade que o coloca como um dos principais membros da estrutura do Sobrado. Começou a época com a oportunidade de liderar e na Volta ao Alentejo confirmou todo o seu potencial para a alta responsabilidade. Venceu a geral, depois de vestir a amarela no contra-relógio que ganhou.

O algarvio tem feito um trabalho de evolução na equipa, precisamente a pensar em assumir o papel de líder na Volta. E poderá ser já. Há um ano foi uma das revelações, ou talvez seja mais correcto dizer, uma das confirmações. Começou discreto para aparecer na fase mais importante da corrida, sendo decisivo para a vitória de Alarcón. Foi um gregário de luxo a mostrar que poderia ser mais no futuro próximo.

Edgar Pinto tem do seu lado a experiência. Aos 33 anos sabe bem o que é ser um líder na Volta a Portugal (e não só) e quando consegue afastar os azares, apresentando-se em boa forma é sempre um ciclista capaz de alcançar bons resultados. Trocou a Vito-Feirense-BlackJack pela equipa mais forte do pelotão nacional e terá assim acesso a um apoio que não teve há um ano.

O ciclista alcançou um importante quinto lugar na Volta à Turquia, em Abril, e no último teste para a Volta, no Troféu Joaquim Agostinho, foi 12º, depois do nono lugar nos Nacionais em Melgaço. Edgar Pinto nunca escondeu que o seu sonho era ganhar uma Volta e pode estar perante uma oportunidade única para lutar com condições que o colocam como forte candidato.

Mas a W52-FC Porto tem mais alternativas. Ricardo Mestre é mais um antigo vencedor da Volta e tem realizado uma época positiva, tendo ganho o Grande Prémio Jornal de Notícias. António Carvalho nem sempre prima pela regularidade nas suas exibições, mas se se apresentar ao nível de há dois anos, pode ser mais uma alternativa, se se apresentar a oportunidade Qualquer um pode ser líder e qualquer um é um excelente homem de trabalho numa equipa que se dá ao luxo de deixar de fora Rui Vinhas e Joaquim Silva, por exemplo.

Vinhas regressou há pouco tempo à competição após uma curta suspensão, devido um controlo anti-doping na última Volta ter detectado a substância betametasona. O ciclista venceu uma etapa no Troféu Joaquim Agostinho, mas ficou de fora das escolhas do director desportivo Nuno Ribeiro para a Volta que venceu em 2016. Já Joaquim Silva foi o escolhido para liderar a equipa na viagem à China, tendo terminado a Volta ao Lago Qinghai no sétimo lugar, corrida ganha pelo colombiano Robinson Chalapud, que estará em Portugal com a formação Medellin.

A W52-FC Porto terá ainda Daniel Mestre e Samuel Caldeira, dois ciclistas que vão procurar vitórias de etapas.

Luís Mendonça respira de alívio e vai à Volta a Portugal

(Fotografia: © João Fonseca Photographer)
O ciclista da Rádio Popular-Boavista foi suspenso preventivamente no final de Maio por ter acusado a mesma substância de Rui Vinhas. Tanto Luís Mendonça, como a equipa, explicaram que tal se deveu a uma lesão no joelho e que não havia qualquer irregularidade em causa.

Uma possível demora na investigação colocou em risco a presença numa Volta a Portugal em que Luís Mendonça tem estado a pensar desde o início do ano, mas a resolução do processo deu-se a tempo de ser inscrito. "São situações que nos podem custar uma carreira desportiva, onde se não formos fortes facilmente deitamos a toalha ao chão e tudo acaba", escreveu há uns dias na sua página de Facebook. "Foi um momento terrível de ser vivido, mas como se costuma dizer, o que não nos mata torna-nos mais fortes", acrescentou, salientando que sempre acreditou que se faria justiça.

Mendonça deixou a Aviludo-Louletano para ter um papel de maior liberdade na Rádio Popular-Boavista e vai à Volta focado em lutar por etapas, depois de uma temporada em que soma três conquistas: Taça de Portugal e uma etapa e geral do Troféu O Jogo.

Para a equipa de José Santos é igualmente um alívio, pois Luís Mendonça foi contratado precisamente para ir atrás de vitórias, preenchendo o lugar deixado por Domingos Gonçalves, que regressou à Caja Rural e que em 2018 venceu uma tirada na Volta.

No entanto, a equipa terá ainda João Benta para lutar por um lugar na geral, com Daniel Silva a ser outro corredor importante para a montanha. Afonso Silva foi o ciclista "sacrificado" para dar lugar a Mendonça na Volta.

Equipa: João Benta, David Rodrigues, Luís Gomes, Hugo Nunes, Daniel Silva, Luís Mendonça e Pablo Guerrero.


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