6 de junho de 2019

Finalmente a Torre!

(Fotografia: © Podium)
Quatro anos depois o final de uma etapa na Torre está de regresso à Volta a Portugal. Finalmente! Não há dúvidas que a diversificação do percurso de uma corrida é essencial, mas também não restaram dúvidas nenhumas nas últimas edições que a Volta sem Torre (Serra da Estrela) não é a mesma coisa. Passava-se por lá, mas não se terminava. No ano passado nem se passou, com a organização a anular a subida devido ao calor. O último a lá ganhar foi o espanhol Delio Fernández, ao serviço da então W52-Quinta da Lixa em 2015 e já se fazem apostas de quem irá inscrever o seu nome numa das subidas mais míticas da Volta a Portugal.

Os pormenores do percurso foram esta quinta-feira dados a conhecer, já tendo sido revelado que o vencedor será coroado no Porto, 30 anos depois da última vez que tal aconteceu. Joaquim Gomes conquistou na Invicta, naquele 1989, a sua primeira Volta a Portugal, pelo que não esconde o quanto é especial este regresso. Porém, a corrida terá muitas dificuldades até ao contra-relógio final, pois se há algo que se percebe, é que o pelotão terá muito para subir: seis primeiras categorias (três só na etapa da Senhora da Graça) e uma especial, a Torre, claro. Além disso haverá cinco segundas categorias, 11 terceiras e 10 quartas em nove etapas.

Além do regresso da meta na Torre (imagem em baixo) e do final da Volta ao Porto, destaque para a estreia de Santo António de Cavaleiros como local de chegada e que será o ponto mais a sul da 81ª edição. Depois de um ano em que foi uma verdadeira Volta a Portugal, por assim dizer, com etapas no Alentejo e Algarve, desta feita estas zonas ficarão de fora, com Joaquim Gomes a realçar a inclusão de uma etapa que considera que será um autêntico postal do país na passagem pelo nordeste transmontano.



A tirada de Santo António dos Cavaleiros (a segunda) e a do dia seguinte que terminará em Santarém serão aquelas que os sprinters mais ambicionarão, sendo que também poderão ter alguma possibilidade na sexta e oitava - chegada a Castelo Branco e Felgueiras, caso sobrevivam às terceiras categorias.



Mas a camisola amarela decide-se na montanha. Além da Torre e, claro, da Senhora da Graça, no penúltimo dia, há que ter em atenção à sétima etapa. A Serra do Larouco terá uma primeira categoria que pede ataques, com a meta a ser em alto (imagem de cima) e já com muitos a pensarem na Senhora da Graça, dois dias depois (imagem de baixo).



A etapa da Torre será sempre vista como a etapa rainha, mas esta penúltima tirada ficará como pretendente a esse trono, com as passagens no Alto da Barra e Barreiro a terem uma componente grande de desgaste dos ciclistas antes do exame final na mítica Senhora da Graça. E, naturalmente, que quando o pelotão aqui chegar, já haverá muitos quilómetros nas pernas para gerir.

As equipas
(Fotografia: © Podium)

A W52-FC Porto irá partir como a super favorita, procurando a sétima vitória consecutiva, com Raúl Alarcón a ser candidato a uma terceira. Este ano a formação de Nuno Ribeiro pertencerá ao lote de formações Profissionais Continentais e estão previstas cinco na Volta, contando com a portuguesa.

Um dos destaques vai para a Arkéa Samsic, equipa de André Greipel e Warren Barguil. São dois ciclistas que estarão na Volta a França, que acabará dias antes da corrida portuguesa, mas isso não significa que a equipa francesa não possa vir com ambição. Ainda recentemente a Arkéa Samsic venceu a Volta à Comunidade de Madrid com o jovem de 24 anos Clément Russo.

As espanholas Caja Rural - que conta com o campeão nacional de fundo e contra-relógio Domingos Gonçalves - e a Euskadi Murias também estão previstas, tal como a Israel Cycling Academy, que está a tornar-se uma presença cada vez mais regular em Portugal. A formação israelita esteve recentemente no Giro, enquanto as duas espanholas vão estar na Vuelta.

Do escalão Continental, surgem na lista a Amore & Vita-Prodir, que corre com equipa da Letónia, depois de ter sido da Albânia. De Espanha vem a Fundação Euskadi com as suas camisolas laranjas, da Irlanda deverá estar a Evo Pro Racing, que tem no seu plantel o português Dominic Mestre. A SRA é suíça e juntamente com as portuguesas fecha o lote de formações Europeias.

Efapel, Sporting-Tavira, Aviludo-Louletano, Rádio Popular-Boavista, Vito-Feirense-PNB, UD Oliveirense-InOutBuil, Miranda-Mortágua e LA Alumínios-LA Sport completam o contingente nacional.

De África virá a Bai-Sicasal-Petro de Luanda (Angola), que conta com os portugueses Micael Isidoro e Guillaume de Almeida, e a Pro Touch Sports (África do Sul). Da América do Sul estará a colombiana Medellín-Inder, equipa do veterano Óscar Sevilla, espanhol que aos 42 anos continua a competir e a ganhar.

As camisolas
As cores mantém-se, com a principal mudança a ser o novo patrocinador da camisola da juventude (branca). Os Jogos Santa casa a substituíram a RTP. A camisola amarela mantém o Santander, mas perdeu muito do vermelho, ficando mais próxima da tradicional. A montanha será a azul (patrocinada pela Liberty Seguros) e a dos pontos será a habitual verde (Rubis Gás).



As etapas (de 31 de Julho a 11 de Agosto)
Prólogo: Viseu - Viseu, 6 km (contra-relógio individual)
1ª: Miranda do Corvo - Leiria, 174,7 km
2ª: Marinha Grande - Santo António dos Cavaleiros, 198,5 km
3ª: Santarém - Castelo Branco, 194,1 km
4ª: Pampilhosa - Covilhã (Torre), 145 km
5ª: Oliveira do Hospital - Guarda, 158 km
Dia de descanso a 6 de Agosto
6ª: Moncorvo - Bragança, 189,2 km
7ª etapa: Bragança - Montalegre, 156,2 km
8ª: Viana do Castelo - Felgueiras, 156,6 km
9ª: Fafe - Mondim de Basto (Senhora da Graça), 133,5 km
10ª: Vila Nova de Gaia - Porto, 19,5 km (contra-relógio individual)
Total: 1531,1 km

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