18 de julho de 2019

Simon Yates é o terceiro a fazer o pleno neste Tour

(Fotografia: © ASO/Pauline Ballet)
O Tour está a contribuir para o engrossar da lista de ciclistas que ganharam etapas nas três grandes voltas. Um dia depois de Caleb Ewan o ter feito, foi Simon Yates a alcançar esse objectivo, com Elia Viviani a ter sido o primeiro nesta edição de 2019. Tem sido uma tendência crescente nos últimos anos, com 20 dos 96 corredores que estão na lista a estarem em actividade.

Depois de ter sido uma enorme desilusão no Giro, má exibição agravada por ter chegado a dizer que deviam ter medo da sua forma (num palavreado mais colorido), Simon foi chamado para estar ao lado de Adam, na pretensão do irmão em discutir o Tour. Adam está a cumprir, com os seus principais testes a começarem esta sexta-feira no contra-relógio, no primeiro de três dias importantes para a geral. Quanto a Simon, dia após dia, o britânico é o mais visto na retaguarda do pelotão, ou eventualmente num grupo que ficou para trás. Quando arrancou para a 12ª etapa estava a 1:08:19 horas do líder, Julian Alaphilippe (Deceuninck-QuickStep), algo impensável mesmo para quem foi fazer o papel de gregário. Este é Simon Yates, vencedor da última Vuelta.

Era claro que estaria a preparar um ataque a uma etapa numa poupança total de esforço. Acertou logo na primeira tentativa, o que é simplesmente perfeito para Adam e para a Mitchelton-Scott. Com o seu objectivo cumprido, Simon pode e deve concentrar-se agora em ser "apenas" o braço direito que o seu irmão foi na Vuelta e que Simon venceu. O britânico integrou a numerosa fuga que o pelotão não se preocupou em perseguir. Aliás, no pelotão, poucas foram as preocupações, com todos os candidatos a pouparem-se para as próximas etapas e com uma Ineos a controlar a seu belo prazer o andamento. Nem sequer precisou de meter todos os seus gregários ao trabalho. Cruzou a meta com os oito ciclistas juntos.

As duas subidas de primeira categoria nos últimos 70 quilómetros fizeram a selecção natural na fuga, com Rui Costa (UAE Team Emirates) a ser um dos homens que não conseguiu ficar no grupo da frente. Entre o trio Simon Yates, Pello Bilbao (Astana) e Gregor Mühlberger (Bora-Hansgrohe), destaca-se a forma perfeita como Yates atacou as duas curvas finais e sprintou para a vitória. Aquelas viragens fizeram a diferença. Segunda vitória para a Mitchelton-Scott, depois do triunfo de Daryl Impey na nona tirada.

Além de Yates, Viviani (Deceuninck-QuickStep) e Ewan (Lotto Soudal) são estes os ciclistas em actividade que fazem parte do grupo de quem venceu pelo menos uma etapa em cada uma das três grandes voltas, considerando Marcel Kittel um deles, mesmo que por agora esteja numa licença sabática, mas, em princípio, deverá regressar à competição: Mark Cavendish, André Greipel, Alejandro Valverde, Chris Froome, Vincenzo Nibali, John Degenkolb, Daniele Bennati, Tom Dumoulin, Philippe Gilbert, Michael Matthews, Matteo Trentin, Fabio Aru, Nairo Quintana, Thibaut Pinot, Thomas de Gendt e Rohan Dennis.

Caleb Ewan pode ser o primeiro a conseguir vencer uma etapa no Giro, Tour e Vuelta no mesmo ano desde Alessandro Petacchi em 2003. O espanhol Miguel Poblet fê-lo em 1956 e o italiano Pierino Baffi em 1958.

Classificações completas, via ProCyclingStats.

13ª etapa: Pau - Pau, 27,2 quilómetros (contra-relógio individual)


Depois de um dia sem a mínima movimentação dos candidatos, é altura de enfrentar um longo contra-relógio. Já foram feitas algumas diferenças, tanto em La Planche des Belles Filles, como na segunda-feira quando o vento e a acção da Ineos e Deceuninck-QuickStep provocou cortes no pelotão. Geraint Thomas admite que vai correr para ganhar o contra-relógio, ainda que não tenha apontado se quer vestir já a camisola amarela. Tem 1:12 minutos de diferença para Alaphilippe, que poderá ter capacidade para defender a liderança.

Não sendo um percurso plano, Bernal também poderá realizar um bom tempo, podendo-se dizer que há quatro questões a responder: vai a Ineos cavar uma boa diferença; Thomas ou Bernal, quem sairá por cima; vai Alaphilippe resistir; quem vai ganhar a etapa?

Thomas apostou em Wout van Aert, pois o ciclista da Jumbo-Visma ganhou no Critérium du Dauphiné um contra-relógio idêntico. O próprio Thomas é um forte candidato, com Tony Martin (Jumbo-Visma) a poder ter o seu dia depois do fantástico trabalho que está a realizar para os companheiros. Nelson Oliveira (Movistar) tem um percurso ao seu jeito: longo e com algumas dificuldades pelo meio. Ganhar uma etapa numa grande volta na sua especialidade é um dos objectivos de carreira, recordando que recentemente conquistou a medalha de prata nos Jogos Europeus. De fora está Rohan Dennis. O campeão do mundo de contra-relógio abandonou sem justificação o Tour, surpreendendo até a sua própria equipa, a Bahrain-Merida.

Aqui ficam os horários de partida dos candidatos e dos três portugueses em prova (hora portuguesa):

13:36 José Gonçalves (Katusha-Alpecin)
14:02 Nelson Oliveira (Movistar)
14:57: Rui Costa (UAE Team Emirates)
15:31 Guillaume Martin (Wanty-Groupe Gobert)
15:33 Fabio Aru (UAE Team Emirates)
15:41 Mikel Landa (Movistar)
15:43 Richie Porte (Trek-Segafredo)
15:51 Jakob Fuglsang (Astana)
15:53 Romain Bardet (AG2R)
15:57 Rigoberto Uran (EF Education First)
16:01 Thibaut Pinot (Groupama-FDJ)
16:03 Daniel Martin (UAE Team Emirates)
16:05 Nairo Quintana (Movistar)
16:07 Adam Yates (Mitchelton-Scott)
16:09 Enric Mas (Deceuninck-QuickStep)
16:11 Emanuel Buchamann (Bora-Hansgrohe)
16:13 Steven Kruikswijk (Jumbo-Visma)
16:15 Egan Bernal (Ineos)
16:17 Geraint Thomas (Ineos)
16:19 Julian Alaphilippe (Deceuninck-QuickStep)




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