(Imagem: Print screen) |
La Planche des Belles Filles é uma daquelas subidas que marca a Volta a França. Tornou-se numa de referência e aos poucos vai ganhando estatuto de mítica, mas ainda não chegou lá. E por uma simples razão. Apesar de já ter sido palco de grandes momentos de ciclismo, La Planche des Belles Filles só surgiu pela primeira vez no Tour em 2012. Logo em grande! Este ano irá marcar a primeira batalha na alta montanha entre os candidatos, ainda que não vá contar com o ciclista que começou a construir o seu estatuto de fantástico voltista precisamente nesta difícil ascensão: Chris Froome.
Foi naquele ano e naquela subida que a Sky, actual Ineos, arrancou para o domínio na Volta a França. Froome, o gregário, levou Bradley Wiggins, até ao topo, numa demonstração de força que Wiggins nunca esquecerá, pois podia ser o líder, mas não era o mais forte da equipa. Froome bem queria arrancar, colocava-se à frente do seu companheiro, mostrando estar muito melhor, muito mais confortável. Cumpriu a sua função de fiel escudeiro, mas nos metros finais arrancou mesmo para ganhar a etapa. Wiggins foi terceiro, a dois segundos do colega, atrás de Cadel Evans (BMC). Nesse dia, 7 de Julho (sétima etapa), Wiggins vestiu a camisola amarela que não mais largaria até Paris. Naquele dia, Froome deixou escrito que não havia volta a dar: ia ser o grande líder da Sky e do Tour. O resto é história. Já lá vão quatro conquistas, sete etapas, mas a aparatosa queda no reconhecimento no contra-relógio do Critérium du Dauphiné afastou-o da corrida de 2019 e do ciclismo por vários meses.
Em 2017, Froome voltaria a fazer de La Planche des Belles Filles um local marcante. Não ganhou, foi terceiro, mas vestiu uma camisola amarela que só não levou até ao fim porque Fabio Aru - que até foi quem venceu naquela subida - quis algum protagonismo durante dois dias, antes de Froome tomar definitivamente conta das operações.
Neste vídeo, Froome recorda o momento especial daquela vitória de 2012 (texto continua por baixo).
Neste vídeo, Froome recorda o momento especial daquela vitória de 2012 (texto continua por baixo).
Curiosamente, a subida que tanta alegria deu à Sky, também acabou por marcar a carreira de Vincenzo Nibali, então na Astana. Foi ali, em 2014 que venceu a etapa, a 10ª, a 14 de Julho, vestindo a amarela que não mais perdeu. No dia antes, Tony Gallopin tinha dado uma alegria aos franceses ao vestir o símbolo de líder do Tour, mas o italiano recuperou-o e La Planche des Belles Filles acabaria por ser o início da conquista da Volta a França que tornou Nibali num dos poucos a vencer as três grandes voltas.
Que história se escreverá em 2019, na sexta etapa? Segundo Christian Prudhomme, director do Tour, este ano será ainda mais difícil, já que haverá um quilómetro extra na subida da região de Vosges. Ou seja, serão cerca de sete, a 8,7% de pendente média, mas na parte final ultrapassa os 20%!
O pelotão irá chegar aos 1140 metros de altitude, numa chegada em alto que é aguardada com expectativa precisamente pela ausência de Froome. Com os adversários da Ineos a esperarem que a equipa britânica sinta a falta do seu capitão e com algumas diferenças a já terem sido feitas, principalmente no contra-relógio colectivo, há quem não possa ser demasiado conservador para recuperar segundos. São os casos de Nairo Quintana e Mikel Landa (Movistar), Romain Bardet (AG2R) e Richie Porte (Trek-Segafredo), mas também de Adam Yates (Mitchelton-Scott) e do próprio Nibali (Bahrain-Merida), por exemplo.
Porém, a sexta etapa não se fará apenas da La Planche des Belles Filles, pois até lá haverá muita montanha para desgastar os ciclistas. Só na partida haverá uns metros planos para aquecer! Ao todo serão três primeiras categorias, duas segundas e duas terceiras em apenas 160,5 quilómetros. Sobe e desce constante - e atenção que as diferenças também poderão ser feitas nas descidas - esperando-se para ver se a Ineos vai querer fazer da "subida de Froome" novamente um momento impulsionador para conquistar um Tour. Com Geraint Thomas ou Egan Bernal? Não restam dúvidas que muito se quer ver como estão os líderes da equipa, com especial atenção ao prodígio colombiano.
O pelotão irá chegar aos 1140 metros de altitude, numa chegada em alto que é aguardada com expectativa precisamente pela ausência de Froome. Com os adversários da Ineos a esperarem que a equipa britânica sinta a falta do seu capitão e com algumas diferenças a já terem sido feitas, principalmente no contra-relógio colectivo, há quem não possa ser demasiado conservador para recuperar segundos. São os casos de Nairo Quintana e Mikel Landa (Movistar), Romain Bardet (AG2R) e Richie Porte (Trek-Segafredo), mas também de Adam Yates (Mitchelton-Scott) e do próprio Nibali (Bahrain-Merida), por exemplo.
Porém, a sexta etapa não se fará apenas da La Planche des Belles Filles, pois até lá haverá muita montanha para desgastar os ciclistas. Só na partida haverá uns metros planos para aquecer! Ao todo serão três primeiras categorias, duas segundas e duas terceiras em apenas 160,5 quilómetros. Sobe e desce constante - e atenção que as diferenças também poderão ser feitas nas descidas - esperando-se para ver se a Ineos vai querer fazer da "subida de Froome" novamente um momento impulsionador para conquistar um Tour. Com Geraint Thomas ou Egan Bernal? Não restam dúvidas que muito se quer ver como estão os líderes da equipa, com especial atenção ao prodígio colombiano.
Diferenças entre os candidatos à geral
Julian Alaphilippe (Deceuninck-QuickStep) mantém a camisola amarela, mas no que diz respeito em vesti-la em Paris, na última etapa, são estes os principais candidatos, com Steven Kruijswijk a ser o que melhor está na classificação. Exclui-se Ilnur Zakarin (Katusha-Alpecin) da lista, pois perdeu mais tempo na geral e já está a 12:38 minutos.
3º Steven Kruijswijk (Jumbo-Visma), 18:44.37
6º Egan Bernal (Ineos), a 15 segundos
8º Geraint Thomas (Ineos), a 20
8º Enric Mas (Deceuninck-QuickStep), a 21
12º Wilco Kelderman (Sunweb), a 26
13º Thibaut Pinot (Groupama-FDJ), a 27
14º Rigoberto Uran (EF Education-First), a 28
21º Vincenzo Nibali (Bahrain-Merida), a 36
23º Adam Yates (Mitchelton-Scott), a 41
25º Jakob Fuglsang (Astana), a 41
29º Emanuel Buchmann (Bora-Hansgrohe), a 46
35º Daniel Martin (UAE Team Emirates), a 1:03
37º Nairo Quintana (Movistar), a 1:05 minutos
39º Mikel Landa (Movistar), a 1:05
43º Richie Porte (Trek-Segafredo), a 1:18
46º Romain Bardet (AG2R), a 1:19
53º Fabio Aru (UAE Team Emirates), a 1:54 minutos
54º Guillaume Martin (Wanty-Groupe Gobert), a 1:58
Classificações completas após a quinta etapa, via ProCyclingStats.
Peter Sagan picou o ponto
Num dia com montanha para aquecer os ciclistas da geral para esta quinta-feira, a Bora-Hansgrohe e a Sunweb puderam ainda assim tomar conta das operações, controlando o ritmo nas subidas de terceira e segunda categoria (duas de cada) para que Peter Sagan e Michael Matthews discutissem a etapa sem a interferência dos chamados sprinters puros. Assim foi.
Rui Costa (UAE Team Emirates) ainda obrigou a trabalho extra na perseguição, quando os seis quilómetros finais ganhou alguma vantagem, mas foi apanhado pouco depois. Sagan foi desta feita poderoso e talvez por isso tenha recuperado a sua celebração ao estilo Hulk. Deixou literalmente atrás de si um Wout van Aert (Jumbo-Visma) cada vez mais confiante no sprint e o campeão europeu Matteo Trentin (Mitchelton-Scott). A Sunweb que foi quem mais trabalhou, viu Matthews falhar por completo o sprint, terminado apenas na sétima posição, o que o levou também a perder contacto com Sagan na luta pela camisola verde. Mas ainda falta muito Tour... 47 pontos separam os ciclistas.
E já lá vão 12 etapas na Volta a França para Peter Sagan, que só não venceu em 2014 e 2015. Aos poucos, Sagan regressa à versão a que acostumou todos depois de um 2019 muito abaixo das expectativas até ao Tour.
»»A decifrar camisolas em dia marcante para Viviani««
»»Alaphilippe cada vez mais o herói francês ao estilo D'Artagnan««
Julian Alaphilippe (Deceuninck-QuickStep) mantém a camisola amarela, mas no que diz respeito em vesti-la em Paris, na última etapa, são estes os principais candidatos, com Steven Kruijswijk a ser o que melhor está na classificação. Exclui-se Ilnur Zakarin (Katusha-Alpecin) da lista, pois perdeu mais tempo na geral e já está a 12:38 minutos.
3º Steven Kruijswijk (Jumbo-Visma), 18:44.37
6º Egan Bernal (Ineos), a 15 segundos
8º Geraint Thomas (Ineos), a 20
8º Enric Mas (Deceuninck-QuickStep), a 21
12º Wilco Kelderman (Sunweb), a 26
13º Thibaut Pinot (Groupama-FDJ), a 27
14º Rigoberto Uran (EF Education-First), a 28
21º Vincenzo Nibali (Bahrain-Merida), a 36
23º Adam Yates (Mitchelton-Scott), a 41
25º Jakob Fuglsang (Astana), a 41
29º Emanuel Buchmann (Bora-Hansgrohe), a 46
35º Daniel Martin (UAE Team Emirates), a 1:03
37º Nairo Quintana (Movistar), a 1:05 minutos
39º Mikel Landa (Movistar), a 1:05
43º Richie Porte (Trek-Segafredo), a 1:18
46º Romain Bardet (AG2R), a 1:19
53º Fabio Aru (UAE Team Emirates), a 1:54 minutos
54º Guillaume Martin (Wanty-Groupe Gobert), a 1:58
Classificações completas após a quinta etapa, via ProCyclingStats.
Peter Sagan picou o ponto
(Fotografia: © ASO/Alex Broadway) |
Rui Costa (UAE Team Emirates) ainda obrigou a trabalho extra na perseguição, quando os seis quilómetros finais ganhou alguma vantagem, mas foi apanhado pouco depois. Sagan foi desta feita poderoso e talvez por isso tenha recuperado a sua celebração ao estilo Hulk. Deixou literalmente atrás de si um Wout van Aert (Jumbo-Visma) cada vez mais confiante no sprint e o campeão europeu Matteo Trentin (Mitchelton-Scott). A Sunweb que foi quem mais trabalhou, viu Matthews falhar por completo o sprint, terminado apenas na sétima posição, o que o levou também a perder contacto com Sagan na luta pela camisola verde. Mas ainda falta muito Tour... 47 pontos separam os ciclistas.
E já lá vão 12 etapas na Volta a França para Peter Sagan, que só não venceu em 2014 e 2015. Aos poucos, Sagan regressa à versão a que acostumou todos depois de um 2019 muito abaixo das expectativas até ao Tour.
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