(Fotografia: © ASO/Pauline Ballet) |
O tempo muito quente está novamente a fazer-se sentir em França, que no mês passado sofreu com uma insuportável onda de calor. Os alertas (por enquanto laranja) estão em vigor e apesar dos ciclistas terem pela frente os Alpes, não significa que vão encontrar temperaturas mais amenas. Serão um pouco mais baixas do que esta terça-feira, mas as previsões apontam para que estejam acima dos 30 graus. Esta é uma preocupação extra que não está a deixar ninguém indiferente. Mikel Landa (Movistar) não tem dúvidas que este calor vai custar caro a alguém.
"Eu bebi um bidão e outro e outro e outro... Foi de doidos", desabafou Peter Sagan, que criticou ainda a falta de acção da Associação de Ciclistas Profissionais, dizendo mesmo: "Penso que deveriam fazer alguma coisa. Não sei para quê que lhes pagamos se não nos protegem."
(Fotografia: © ASO/Pauline Ballet) |
Para agravar o nervosismo havia ainda a possibilidade do vento pregar nova partida nos 60 quilómetros finais. Apesar de uma ligeira aceleração, nenhuma equipa tentou provocar cortes, como aconteceu na 10ª etapa. Contudo, houve quedas para aumentar o nervosismo. O Tour tem sido muito marcado nesse aspecto em edições anteriores, principalmente nos primeiros dias. Esta edição tem sido mais calma, ainda que vários ciclistas já tenham caído, incluindo nomes como Nairo Quintana (Movistar), Geraint Thomas (Ineos) e Jakob Fuglsang (Astana). E os três voltaram a ser afectados. Fuglsang foi quem ficou pior. Estava a cerca de 25 quilómetros da meta quando não conseguiu evitar um corredor que tinha caído à sua frente e foi atirado por cima do guiador da bicicleta.
Ainda com as marcas da queda no início do Tour bem presentes, Fuglsang ficou de imediato agarrado à mão e admitiu que estava com tantas dores que tinha dificuldades em estar de pé. "Percebi que o meu Tour tinha acabado ali", desabafou, desiludido por não conseguir ir aos Alpes tentar um lugar mais perto do pódio. Explicou que a mão inchou de imediato, mas, mais tarde, a Astana informou que não havia qualquer fractura. Ainda assim, a relação entre Fuglsang e a Volta a França continua complicada, mesmo naquela que está a ser a melhor época da carreira do dinamarquês.
Antes tinha sido Thomas a cair, num incidente que considerou de insólito. Ficou com as mudanças presas e não evitou a queda. Ainda foi assistido pelo médico da corrida, mas está tudo bem com o galês, um pouco de pele a menos, mas preparado para continuar na luta pelo Tour. Já Quintana não caiu desta feita, mas tudo acontece ao colombiano. Agora ficou preso por uma queda que cortou a estrada. Perdeu mais um minuto na classificação e o descalabro na geral continua, estando agora a 9:30 minutos de Julian Alaphilippe (Deceuninck-QuickStep).
(Fotografia: © ASO) |
Classificações completas, via ProCyclingStats.
17ª etapa: Point du Gard - Gap, 200 quilómetros
A não ser que um Michael Matthews (Sunweb) ou Peter Sagan (Bora-Hansgrohe) tenham grande vontade de ganhar a etapa e passar uma terceira categoria perto do final da etapa este será dia para uma fuga. Os sprinters, mesmo os que ultrapassam melhor algumas dificuldades, deverão agora entrar novamente no modo de sobrevivência para conseguirem chegar à última a tirada, a mais desejada para eles, com a mítica chegada aos Campos Elísios.
É mesmo um bom dia para a fuga triunfar... e para um português ganhar! Gap é de boa memória para os ciclistas lusos. Em 2010, Sérgio Paulinho alcançou ali uma das duas vitórias de etapa numa grande volta. Foi em 2010, então ao serviço da RadioShack, tendo batido numa luta a dois um tal de Vasil Kiryienka, ciclista agora da Ineos (não está neste Tour) e que foi campeão do mundo de contra-relógio.
Sérgio Paulinho (Efapel) está actualmente mais preocupado com a Volta a Portugal, mas há Rui Costa. Recuando a 2013, naquela edição a equipa da Movistar tinha já sofrido um golpe na geral devido a um "abanico". O ciclista português foi obrigado a ficar para trás para ajudar, perdendo tempo, o que acabou por se traduzir no seu melhor Tour. Já tinha ganho uma etapa em 2011 e em Gap conquistou a primeira de duas naquela edição inesquecível para o poveiro, que viria a sagrar-se campeão do mundo dois meses depois. Rui Costa venceu isolado, com 42 segundos de vantagem sobre o francês Christophe Riblon (AG2R).
Aquele Rui Costa não mais se viu no Tour. Na UAE Team Emirates está com total liberdade para lutar por etapas e esta pede que volte a tentar fazer de Gap um local ainda mais marcante para o ciclismo nacional. Nelson Oliveira (Movistar) está mais preso ao papel de gregário, mas José Gonçalves (Katusha-Alpecin) ainda não apareceu neste Tour e esta é uma etapa que também não lhe assenta nada mal.
»»Nelson Oliveira renova por uma Movistar ainda a definir os líderes para 2020««
»»Temos Tour««
Sérgio Paulinho (Efapel) está actualmente mais preocupado com a Volta a Portugal, mas há Rui Costa. Recuando a 2013, naquela edição a equipa da Movistar tinha já sofrido um golpe na geral devido a um "abanico". O ciclista português foi obrigado a ficar para trás para ajudar, perdendo tempo, o que acabou por se traduzir no seu melhor Tour. Já tinha ganho uma etapa em 2011 e em Gap conquistou a primeira de duas naquela edição inesquecível para o poveiro, que viria a sagrar-se campeão do mundo dois meses depois. Rui Costa venceu isolado, com 42 segundos de vantagem sobre o francês Christophe Riblon (AG2R).
Aquele Rui Costa não mais se viu no Tour. Na UAE Team Emirates está com total liberdade para lutar por etapas e esta pede que volte a tentar fazer de Gap um local ainda mais marcante para o ciclismo nacional. Nelson Oliveira (Movistar) está mais preso ao papel de gregário, mas José Gonçalves (Katusha-Alpecin) ainda não apareceu neste Tour e esta é uma etapa que também não lhe assenta nada mal.
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