22 de julho de 2019

Nelson Oliveira renova por uma Movistar ainda a definir os líderes para 2020

Em dia de descanso da Volta a França, dois dos ciclistas presentes da Movistar definiram o seu futuro para as próximas duas temporadas, um deles o português Nelson Oliveira. A equipa espanhola está a começar a arrumar a casa e começou pela sua espinha dorsal, com o ciclista da Anadia a fazer parte dela nos quatro anos em que representa uma das formações mais antigas do pelotão mundial. Andrey Amador, que muito se tem visto na montanha do Tour a trabalhar, também irá permanecer.

Em dois anos consecutivos, quedas no Paris-Roubaix estragaram parte da época de Nelson Oliveira, o que o levou em 2019 a não participar na corrida e assim ter maiores garantias de aprimorar a forma para estar no Tour que tanto gosta. Independentemente das provas em que é chamado, Nelson Oliveira prima pela regularidade. Tem sido um gregário por excelência, mas está entre os melhores contra-relogistas do mundo, pelo que continua atrás da grande vitória na sua especialidade, com a recente medalha de prata nos Jogos Europeus a motivar ainda mais o corredor de 30 anos.

Já tem uma etapa numa grande volta, quando triunfou em Tarazona na Volta a Espanha, em 2015, então ao serviço da Lampre-Merida. Foi a segunda e última temporada na equipa italiana, depois de três na americana RadioShack, que lhe proporcionou a estreia no World Tour em 2011.

A renovação do português não surpreendeu, tal como as de Jorge Arcas (27 anos), Héctor Carretero (24), Antonio Pedrero (27) e de José Joaquín Rojas (34). Lluís Mas (29) chegou esta temporada à Movistar, mas convenceu os responsáveis a darem-lhe maior estabilidade. O espanhol esteve a bom nível no Giro, no trabalho para a vitória de Richard Carapaz.

Já a renovação de Andrey Amador não parecia tão certa. O ciclista da Costa Rica está desde 2011 na Movistar, mas chegou a ser dado como um possível reforço de uma Arkéa Samsic, que estará próxima de contratar Nairo Quintana. Amador é um dos homens de confiança do colombiano e que acabou por se resignar a estar mais em segundo plano, principalmente nas grandes voltas, apesar de ter tentado apelar a uma oportunidade no Giro, corrida na qual chegou a vestir a camisola rosa. Porém, com Quintana e Valverde e agora com Landa, as oportunidades para Amador escasseiam. No entanto, preferiu continuar na Movistar. A equipa espanhola anunciou as renovações, com o As a escrever que Imanol Erviti (35) será o senhor que se segue, pois já haverá acordo.

Em Março, a Movistar só tinha garantido Marc Soler (25) e Carlos Verona (26) para 2020, com Alejandro Valverde (39) a entretanto renovar até 2021, ano em que pretende retirar-se. A questão da equipa prende-se agora com os líderes para as grandes voltas.

Quintana (29) dá cada vez mais mostras que não tem lugar na Movistar e a Profissional Continental Arkéa Samsic deverá mesmo ser o seu destino. A sua exibição no Tour está a ser abertamente criticada por Valverde. O espanhol disse que o colombiano não avisou que não estava bem no Tourmalet. Quintana reagiu a dizer que avisou para que a equipa não puxasse tanto, mas Landa pediu um pouco mais de ritmo e o colombiano acabou por não dizer mais nada. No dia seguinte, foi para a fuga, mas quando Landa o apanhou, Quintana não ajudou nada, ficando mesmo para trás.

O futuro de Mikel Landa (29) também está incerto. A Bahrain-Merida procura um ciclista para preencher a vaga que vai ficar vaga com a saída de Vincenzo Nibali para a Trek-Segafredo e o espanhol será o favorito. Porém, Eusebio Unzué vai fazer um forcing para convencer Landa a continuar na Movistar, um ciclista que o director há muito queria ter na equipa e que finalmente conseguiu em 2018.

No entanto, Unzué não terá conseguido convencer Richard Carapaz (26). O interesse da Ineos não é novo e Dave Brailsford terá oferecido cerca de 1,5 milhões de euros por ano. Inicialmente a informação era que o equatoriano preferiria ficar na Movistar, mesmo a ganhar menos, mas afinal poderá mesmo estar a caminho da equipa britânica.

A contratação de Enric Mas (24 anos, Deceuninck-QuickStep) torna-se ainda mais essencial se tal acontecer e a Movistar poderá em 2020 ter apenas espanhóis como referências para as grandes voltas, não esquecendo que Marc Soler continua pacientemente à espera que chegue a sua oportunidade.

De referir que entre os portugueses no World Tour, falta definir o futuro de Rui Costa (UAE Team Emirates), Amaro Antunes (CCC) e José Gonçalves e Ruben Guerreiro de uma Katusha-Alpecin que ainda não tem garantida a continuidade no pelotão.

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