12 de julho de 2019

Segundos bónus ainda não seduziram os candidatos

(Fotografia: © ASO/Alex Broadway)
Uma das grandes questões da Volta a França é se a introdução dos pontos bónus em algumas subidas irá mesmo ter o condão esperado de espicaçar mais os candidatos à geral. Se os colocados em duas das derradeiras etapas de montanha poderão de facto ser apetecíveis, já os nesta fase inicial do Tour têm passado relativamente despercebidos, pois a preocupação dos candidatos tem passado mais por ficarem a salvo de problemas de maior. Nem os segundos bónus etapa de La Planche des Belles Filles entusiasmaram aqueles que já têm até mais de um minuto para recuperar.

A decisão da organização, ASO, em colocar estes segundos de bónus foi recebida com desconfiança. Nem era preciso explicar a razão da escolha destes bónus, mas conhecendo a toada com que normalmente o Tour é encarado, só quando as etapas escassearem e quando qualquer segundo é mesmo muito relevante, poderá de facto haver alguns candidatos a arriscarem mais para os irem buscar. Isto significará que as fugas não terão tanta liberdade, pois só os três primeiros nas subidas assinaladas têm direito a esses segundos.

São então oito para o primeiro, cinco para o segundo e dois para o terceiro. Estes bónus nada tem a ver com os atribuídos aos três primeiros de cada etapa (dez, seis e quatro). Os segundos de bónus extra nunca coincidem com os finais das tiradas.

Para já, e com sete etapas concretizadas, ainda há confiança que, com tanta dificuldade pela frente, há tempo e quilómetros para recuperar as diferenças, mesmo para aqueles que estão a mais de um minuto, casos de Nairo Quintana e Mikel Landa (Movistar), Richie Porte (Trek-Segafredo) ou Adam Yates (Mitchelton-Scott), por exemplo. Já Romain Bardet (AG2R), com 2:57 para recuperar, precisa de muitos bónus! Landa foi o único que até já esboçou uma tentativa de recuperar tempo, mas nem foi na subida que dava direito aos tais segundos de bónus, na tirada de quinta-feira.

Ainda é uma fase do Tour de gestão de esforço e perceber bem a condição física de cada um, antes dos principais testes, que começam a chegar na segunda semana de competição. Mas este sábado há muita montanha, ainda que nenhuma de primeira categoria. Os segundos de bónus estarão na derradeira subida da etapa, no Côte de la Jaillère, 1,9 quilómetros, com uma média 7,9%. É uma terceira categoria.



É uma etapa que até convida a ataques, mas a longa quilometragem, 200, a juntar a uma semana de Tour e a um dia de folga que só chega na terça-feira, poderá significar que a maioria dos candidatos se resguarde. Só Mikel Landa está a assumir um discurso mais atacante, não necessariamente para a tirada de sábado, entre Mâcon e Saint-Étienne.

Estes bónus poderão ser mais procurados na 18ª e 19ª etapa, quando a luta pela geral tem mais potencial para estar ao rubro. Galibier e Col de l'Iseran são duas subidas míticas e das mais importantes nesta edição do Tour e terão então direito a segundos extras para quem as conquistar primeiro.

Já foram atribuídos no Côte de Mutigny (terceira etapa) e no Col des Chevrères (sexta) e os próximos serão, além deste sábado e das subidas referidas no parágrafo anterior, no Côte de Saint-Just (nona), Hourquette d'Ancizan (12ª) e Mur de Péguère (15ª).

Dylan Groenewegen consegue a sua vitória. Van Garderen partiu a mão


(Fotografia: © ASO)
Foi um início atribulado para o sprinter holandês, apesar da sua Jumbo-Visma ter tido um arranque quase de sonho do Tour. Quase porque a queda de Groenewegen na primeira etapa preocupou, apesar do homem do seu comboio, Mike Teunissen ter vencido a tirada e vestido a camisola amarela. No dia seguinte a equipa concretizou o outro objectivo de vencer o contra-relógio colectivo, mas faltava Groenewegen vencer.

Na sétima etapa, entre Belfort - Chalon-sur-Saône, e a mais longa da corrida com 230 quilómetros, a Jumbo-Visma partilhou as despesas do trabalho no pelotão com a Deceuninck-QuickStep e Lotto Soudal, com Elia Viviani a ter um furo lento que o prejudicou no sprint (foi apenas sexto), enquanto Caleb Ewan foi batido no lançamento da bicicleta.

A discussão foi o ponto de interesse do dia, ainda que Tejay van Garderen tenha tido tudo menos um dia calmo. Caiu nos primeiros quilómetros ao embater numa ilha de tráfego e ficou muito mal tratado. Terminou a etapa, mas já durante a noite a EF Education First anunciou que o americano está fora do Tour devido a uma mão partida. Mais uma grande volta para esquecer de Van Garderen, que tinha como papel ajudar Rigoberto Uran.


O ciclista admitiu que a queda foi culpa sua. Estava a olhar para a sua bicicleta, pois pareceu-lhe ter algo preso, como um papel e não viu a ilha de tráfego. Mike Teunissen também caiu e Van Garderen disse que esperava que ninguém mais tenha ficado magoado devido à sua distracção.

Giulio Ciccone (Trek-Segafredo) manteve a camisola amarela e a branca (que está "emprestada" a Egan Bernal, da Ineos), Peter Sagan (Bora-Hansgrohe) a verde e Tim Wellens a das bolinhas da montanha. A Trek-Segafredo lidera por equipas.

Classificações completas, via ProCyclingStats.




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