(Fotografia: © ASO/Alex Broadway) |
Elia Viviani manteve-se na roda dos seus companheiros (no Giro não o fez e pagou caro essa escolha) e chegou àquela vitória tão especial que faltava no seu currículo. Porém, por momentos, foi necessário decifrar umas camisolas. Procurou-se um típico comboio azul, mas era um mais colorido. Entre camisolas de campeões nacionais e equipamentos cujo branco abunda, nem sempre é fácil reconhecer de imediato os ciclistas, ainda mais quando se fala de um sprint a alta velocidade e com muitos intervenientes.
Tem sido cada vez mais habitual as equipas apostarem em equipamentos diferentes apenas para a Volta a França. Os regulamentos autorizam uma alteração por temporada. Este ano, o branco tomou conta do pelotão logo no início da temporada. Equipas como a Lotto Soudal e a Cofidis colocaram mais branco nas camisolas em detrimento do encarnado (que é também sempre popular) com a Wanty-Group Gobert a também dar mais espaço a esta cor, ainda que continue a ter muito azul. No Tour, a Trek-Segafredo seguiu o exemplo de 2018 e escolheu o branco e a Bora-Hansgrohe também trocou o preto pelo branco na camisola, mantendo a zona verde. Estas equipas juntaram-se à Groupama-FDJ, Dimension Data e Arkéa-Samsic que têm essa cor predominante no equipamento original.
Apesar da venda de equipamentos não ter a influência nos orçamentos das equipas, como acontece nos grandes clubes de futebol, ainda assim, é cada vez mais uma aposta de marketing. O único senão é que nem sempre ajuda muito na parte de perceber quem é quem quando há uma cor predominante. Alguns detalhes, como o verde na Bora-Hansgrohe, e os calções estão a ser a melhor forma de decifrar em caso de dúvida.
A UAE Team Emirates viu isso mesmo e mudou os seus calções para brancos. Sempre uma decisão pouco popular entre os adeptos, mas está de facto a ser importante em reconhecer Alexander Kristoff no sprint, por exemplo. E de branco está ainda o líder da juventude, por agora, Wout van Aert (Jumbo-Visma), cujos calções pretos são decisivos para o diferenciar um pouco melhor.
De referir que entre as outras mudanças para o Tour estão as mangas das camisolas da Jumbo-Visma que são pretas e não amarelas, para não se confundir com o símbolo do líder da geral. Já a alteração da Lotto Soudal é quase imperceptível e é só no nome. Nesta Volta a França, a equipa é Soudal Lotto.
Seria interessante perceber se esta aposta nos equipamentos é algo que está a crescer em termos de vendas, pois fica claro como muitas das formações, principalmente do World Tour, preocupam-se com esse factor quando apresentam os equipamentos para as novas temporadas. Claro que ter ciclistas de referência é essencial. A Bora-Hansgrohe tem Peter Sagan, um vencedor nato de tudo o que utiliza - dos equipamentos, às bicicletas, aos óculos e até às gomas (!) - e ainda hoje se vêem equipamentos da Tinkoff "culpa" de Alberto Contador (talvez com uma ajuda de Sagan no final). Também há o fenómeno "retro", pois chama sempre a atenção ver um equipamento da Mercatone Uno de Marco Pantani, por exemplo, ou mesmo camisolas dos anos 70 e 80 que ainda hoje se encontram à venda em sites.
(Fotografia: © ASO) |
Elia Viviani é mais um ciclista a fazer o pleno: soma vitórias de etapas nas três grandes voltas. É apenas a sua segunda presença no Tour, com a primeira a ter sido em 2014, então na Cannondale. Na Sky foi sempre excluído, pois não há espaços para sprinters na equipa britânica quando o que se quer é ganhar a geral, e no ano passado foi Fernando Gaviria o eleito da formação belga que actualmente o italiano representa. Cinco triunfos no Giro, três na Vuelta e agora, finalmente, um no Tour, um dos grandes objectivos de carreira que lhe faltava.
Depois de um Giro em que não estava satisfeito com o seu comboio - faltou Morkov e Viviani sentiu essa falta - e em que pouco ou nada aproveitava o trabalho feito, Viviani redimiu-se do falhanço em Itália (foi desclassificado na única etapa que tinha conseguido ganhar). O trabalho da equipa foi perfeito em Nancy, mas foi o poderio de Viviani que fez a diferença necessária nos últimos metros frente aos melhores do mundo, como ele.
O italiano, de 30 anos, poderá estar tentado a mudar-se para a Cofidis, mas vai ser de azul (no Tour já não veste a camisola de campeão nacional, pois não conseguiu revalidar no final de Junho) que vai à procura de mais vitórias, ficando a questão se vai atrás da camisola dos pontos, a verde. Ficou a 23 de Peter Sagan, quarto atrás de Kristoff e Caleb Ewan.
5ª etapa (10 de Julho): Saint-dié-des-Vosges - Colmar, 175,5 quilómetros
Após um dia para sprinters (Reims - Nancy, 213,5 quilómetros) é tempo de os homens rápidos serem mais discretos nas próximas duas etapas. Esta quarta-feira será um aquecimento para a tirada de La Planche des Belles Filles, na quinta. Serão duas segundas categorias e duas terceiras, com a sequência final a poder ser atacada tendo em conta que há quem já tenha de recuperar algum tempo. O Côte des Trois-Épis (segunda categoria) e o Côte des Cinq Châteux (terceira) têm ambos pendentes médias acima dos seis por cento. Etapa mais curta, de 175,5 quilómetros, para contrastar com as maratonas dos dias anteriores.
Aqui ficam as diferenças entre os candidatos, tendo como referência Steven Kruijswijk (Jumbo-Visma):
3º Steven Kruijswijk (Jumbo-Visma), 14:42.04
6º Egan Bernal (Ineos), a 15 segundos
8º Geraint Thomas (Ineos), a 20
8º Enric Mas (Deceuninck-QuickStep), a 21
10º Wilco Kelderman (Sunweb), a 26
12º Thibaut Pinot (Groupama-FDJ), a 27
13º Rigoberto Uran (EF Education-First), a 28
21º Vincenzo Nibali (Bahrain-Merida), a 36
22º Adam Yates (Mitchelton-Scott), a 41
25º Jakob Fuglsang (Astana), a 41
32º Emanuel Buchmann (Bora-Hansgrohe), a 46
38º Daniel Martin (UAE Team Emirates), a 1:03
41º Nairo Quintana (Movistar), a 1:05 minutos
43º Mikel Landa (Movistar), a 1:05
48º Richie Porte (Trek-Segafredo), a 1:18
51º Romain Bardet (AG2R), a 1:19
58º Fabio Aru (UAE Team Emirates), a 1:54 minutos
59º Guillaume Martin (Wanty-Groupe Gobert), a 1:58
69º Ilnur Zakarin (Katusha-Alpecin), a 3:46
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