Aí está a elite. André Ramalho é um dos ciclistas que este ano entrou no pelotão de elite nacional, através da LA Alumínios-LA Sport. Destacou-se como sub-23 na Jorbi-Team José Maria Nicolau, representou a selecção e agora deu o passo esperado. Os estudos universitários influenciaram a sua decisão de completar o seu escalão antes de subir, mas agora só pensa em evoluir e a palavra "vitória" surge no seu discurso curto, directo e confiante, de um ciclista com objectivos bem definidos.
A menos de um mês de celebrar o 23º aniversário, André Ramalho considera que "foi a altura certa" para assinar por uma equipa que lhe permitirá dar um passo importante na sua carreira. É o primeiro a salientar que várias corridas acabarão por ser as mesmas que já fazia na formação de sub-23, contudo, é peremptório em dizer: "A responsabilidade é bem diferente." "De certa forma foi propositado [subir só em 2019]. Estou num curso de cinco anos [Engenharia Mecânica, na Faculdade de Ciências e Tecnologia] e é sempre difícil treinar. Eu e o José Nicolau achámos melhor ir até ao fim dos sub-23", explicou ao Volta ao Ciclismo. "Agora é aproveitar a oportunidade. Não aparecem oportunidades destas todos os dias", acrescentou.
Ramalho referiu como uma das mudanças foi precisamente ter mais tempo para treinar e preparar a nova temporada, aparecendo em melhor forma, comparativamente com 2018. "No ano passado não tive tempo nenhum. Este ano tenho mais horas de treino." Como júnior já tinha representado a equipa desse escalão da LA. Agora está numa estrutura que se estreou no ano passado como Continental sub-25 e que foi criada para permitir que mais jovens ciclistas portugueses tenham mais espaço para evoluírem e assim continuarem a sonhar em chegar ainda mais longe.
"É muito bom trabalhar com o Hernâni Brôco. Ele trata sempre de tudo nos treinos e não nos falta nada. Tem muita experiência e é fácil trabalhar com ele"
"Aqui, na LA, quero sempre melhorar. Ao fim de algum tempo todos pensam em saltar para fora do país e esse é também o meu objectivo", admitiu. Para 2019 quer então evoluir, mas... "Se conseguir uma vitória, ainda melhor." Aprimorar as suas características a subir é o que ambiciona a curto prazo, até porque gosta de corridas que possam ter algumas pendentes mais complicadas. "Mas tenho de melhorar", reitera.
Satisfeito com o ambiente que encontrou na sua nova equipa, também elogia o director desportivo: "É muito bom trabalhar com o Hernâni Brôco. Ele trata sempre de tudo nos treinos e não nos falta nada. Tem muita experiência e é fácil trabalhar com ele."
Apesar de ser o primeiro a falar de ter uma maior responsabilidade, assegurou que está preparado para a assumir. Chegou o momento de se afirmar no principal pelotão nacional e o que é que lhe falta para conseguir? "Falta-me uma vitória, que dá sempre para uma pessoa se afirmar." A época começou com um 39º lugar na Prova de Abertura Região de Aveiro, a 11 segundos do vencedor, Rui Oliveira (Equipa Portugal). Porém, é para a frente que olha. Na LA Alumínios-LA Sport abrem-se as portas das corridas de categoria internacional. Como qualquer ciclista português, estar na "sua" Volta é um sonho, mas, no imediato, é a Volta ao Algarve que muito deseja.
E Hernâni Brôco vai ajudar a concretizá-lo, pois André Ramalho está entre os eleitos para a corrida que se realiza entre quarta-feira e domingo, juntamente com António Barbio, André Crispim, David Ribeiro, Emanuel Duarte, Fábio Oliveira e Marvin Scheulen. "Estar tanto tempo a vê-los na televisão e poder estar ao lado deles...", desabafou. Ramalho nem elege nenhum ciclista que mais queira estar a pedalar lado-a-lado. "Quero é lá estar!" E vai mesmo.
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