26 de fevereiro de 2019

Volta ao Alentejo abrangente no percurso mas de portas fechadas para equipas sub-23 portuguesas

Luís Mendonça foi o vencedor em 2018
A 37ª edição da Volta ao Alentejo vai para a estrada entre 20 e 24 de Março, com um percurso que passará por cerca de 70% dos municípios alentejanos e terá um perfil idêntico ao habitual. Mantém as seis etapas em cinco dias, com uma dupla jornada no sábado, mas não contará com as equipas de clube, ou seja, portas fechadas a muitos sub-23 portugueses. Joaquim Gomes fala em "questão estratégica" de forma a equilibrar o número de equipas nacionais com as estrangeiras, mas também diz que, apesar de até ser possível incluir as seis formações de clube, o orçamento não o permite.

"Foi uma questão estratégica que, no fundo, acompanha o dinamismo das próprias equipas no nosso país. Há alguns anos tínhamos cinco/seis equipas profissionais, agora temos nove. A alteração regulamentar que permitiu que, no ano passado, as melhores equipas de clube pudessem participar na Volta a Portugal, fez com que o país de forma sui generis,  tenha o que mais nenhum país do mundo tem: nove equipas Continentais. Para tentar manter o cariz internacional da Volta ao Alentejo, se nós tivéssemos as nove equipas nacionais [Continentais], mais seis equipas de clube, ficaríamos com pouca capacidade para incrementar formações estrangeiras. Optámos por ter as nove equipas Continentais portuguesas e convidar igual número de equipas estrangeiras", explicou Joaquim Gomes ao Volta ao Ciclismo.

Para as equipas de clube será um rude golpe, já que a Alentejana era das competições mais importantes a que tinham acesso, não esquecendo que é um escalão que vive muito das corridas de elite, já que não há um calendário de sub-23. Para que as portas se tivessem aberto novamente a estas equipas, teria sido necessário acrescentar mais de 25 mil euros ao orçamento da corrida. "Não é só o custo directo com as equipas. Há um conjunto de obrigações financeiras que nós temos de cumprir com as equipas para que possam estar na prova, mas isso arrasta outros custos indirectos, nomeadamente com o policiamento. O maior número de corredores em competição irá exigir um aumento de militares da GNR, que por si só iria fazer aumentar o orçamento da prova", disse o director da corrida.

"Queremos ter - num termo que muito se utiliza - uma prova limpinha, com o número de equipas portuguesas a competir num patamar de igualdade com o mesmo número de equipas estrangeiras. Por muito que também tenhamos responsabilidade relativamente ao desenvolvimento do ciclismo português e em poder dar o nosso próprio contributo para as equipas de clube, infelizmente não podemos dar o passo maior do que a perna. Espero que as equipas de clube nos possam de compreender", acrescentou. Lamentou ainda que isto signifique deixar de fora a recém formada equipa alentejana de sub-23, Crédito Agrícola-Jorbi-Almodôvar, que até tem como principal patrocinador aquele que dá nome à Volta ao Alentejo.

A W52-FC Porto e a espanhola Euskadi-Murias serão as duas estruturas Profissionais Continentais presentes. Para completar o pelotão que contará com as cinco equipas Continentais portuguesas (Sporting-Tavira, Aviludo-Louletano, Rádio Popular-Boavista, Efapel e Vito-Feirense-PNB), mais as três Continentais sub-25 (UD Oliveirense-InOutbuild, Miranda-Mortágua e LA Alumínios-LA Sport) estarão: Bai-Sicasal-Petro (Angola), Differdange Geba (Luxemburgo), Fundacion Euskadi (Espanha), Lokosphinx (Rússia), SRA (Suíça), Team Wiggins (Grã-Bretanha) e UNO X (Noruega), todas elas do escalão Continental. E para fechar, a selecção de sub-23 da Grã-Bretanha.

Quanto ao percurso, mantém-se com um perfil idêntico, com a dupla jornada de sábado a ser novamente o destaque. A subida no Cabeço do Mouro poderá fazer diferenças de manhã, com o contra-relógio vespertino a poder ter um importante papel na geral. Foi precisamente no esforço individual de Castelo de Vide (8,4 quilómetros) que há um ano Luís Mendonça vestiu a amarela, que seguraria no último dia. O ciclista trocou a Aviludo-Louletanto pela Rádio Popular-Boavista e quer tentar repetir o triunfo, mas fracturou o escafóide (osso na mão) na queda da primeira etapa da Volta ao Algarve e está agora a tentar recuperar a tempo de estar a 100% na Alentejana. Há 12 anos que um português não vencia esta corrida, o último havia sido Sérgio Ribeiro.

Este ano será Montemor-o-Novo a receber a grande partida da Volta ao Alentejo, com a consagração a ser num local já habitual, na Praça do Giraldo, em Évora. De salientar ainda o regresso de Ponte de Sôr e Moura a cidades sedes, depois de uma longa ausência, ainda que fossem locais de passagem da corrida.

1ª etapa (20 de Março): Montemor-o-Novo - Moura (208,1 quilómetros)



2ª etapa (21): Mértola - Odemira (182,2 quilómetros)



3ª etapa (22): Santiago do Cacém - Mora (176,5 quilómetros)



4ª etapa (23): Ponte de Sôr - Portalegre (74 quilómetros)



5ª etapa (23): Castelo de Vide - Castelo de Vide (8,4 quilómetros)



6ª etapa (24): Portalegre - Évora (152 quilómetros)



»»A vitória de Pogacar é tão importante para a Volta ao Algarve como a de Thomas««

Sem comentários:

Enviar um comentário