Com a saída da Sky como patrocinador no final da temporada, Brailsford está à procura de quem tenha capacidade para manter o poderio financeiro da equipa e têm vindo a público algumas hipóteses para salvar a estrutura. Esta sexta-feira o As escreveu que Oleg Tinkov terá oferecido 20 milhões de euros anuais. Brailsford agradeceu, mas recusou. Citando o jornal, o director da Sky "alegou uma incompatibilidade irreconciliável sobre a gestão e visão do negócio e da modalidade".
Tinkov tem uma versão diferente, garantindo que não tem intenções de regressar ao ciclismo, dizendo que tem falado com Brailsford, mas para dar o seu apoio nestes "tempos difíceis" que o responsável da Sky vive. "Respeito-o muito e ainda acredito que ele é o melhor director de ciclismo e este pobre desporto precisa de mais uns Brailsfords", afirmou ao Cycling News. Tinkov salientou que não mudou a sua opinião sobre a modalidade, elogiando além de Brailsford, Patrick Lefevere, director da Deceuninck-QuickStep. Terminou dizendo "é tudo, por agora".
A controversa personalidade de Tinkov levou a várias polémicas no ciclismo. O magnata começou a dar nas vistas quando co-patrocinou a então Saxo Bank de Bjarne Riis. Acabou por comprar a licença da equipa e mais tarde despediu o dinamarquês. Defendia que a modalidade deveria ter um modelo económico que fosse mais rentável às equipas, exigindo receber direitos televisivos (idêntico ao modelo no futebol, por exemplo) e sugerindo a venda de bilhetes. Também não era parco em palavras quando criticava os seus ciclistas. Contador sempre foi um alvo preferencial, chegando a considerá-lo uma fraude. Nem Peter Sagan escapou. Tinkov ameaçou cortar-lhe o milionário salário, pois o eslovaco não estava a render o esperado. Não demorou muito a conquistar vitórias e títulos mundiais. Tinkov gosta de dizer que as suas palavras serviram de motivação ao eslovado!
Quando surpreendeu ao avisar que iria fechar a equipa no final de 2016, Tinkov só conseguiu promover um mercado de transferências bem animado dada a qualidade de ciclistas que a equipa tinha, pois não se pode dizer que se tenham ouvido muitos lamentos por deixar a modalidade.
Israel Cycling Academy uma possibilidade?
Brailsford quer resolver o mais rapidamente possível a questão da continuidade da estrutura. Com vários ciclistas a renovarem contratos em 2018, a Sky tem um futuro garantido quanto à qualidade dos jovens atletas e também dos mais experientes, mas o responsável quer manter o poderio financeiro que tanto tem marcado a diferença.
Conhecido o adeus da Sky como patrocinador, não demoraram a surgir hipóteses para agarrar uma oportunidade de ouro de dar nome à equipa que venceu seis Voltas a França nos últimos sete anos. O mais recente possível interessado seria o Sylvan Adams, o multi-milionário responsável pela Israel Cycling Academy. Adams não esconde a ambição de chegar ao World Tour e até admitiu estar a conversar com várias equipas, mas não confirmou, nem desmentiu, o interesse na Sky. A confirmar-se poderia ser uma solução à imagem do que aconteceu com a BMC, que viu a polaca CCC aproveitar a oportunidade para subir ao escalão mais alto.
No início do ano, o Sunday Times avançou com o nome da Louis Vuitton Moet Hennessy para patrocinar a agora Sky, mas antes também foi falado Tim Kay, empresário da Global Cycling Project, que pretende formar uma equipa chinesa mais rica do que a Sky. Kay não fechou a porta em analisar essa possibilidade.
Até que Dave Brailsford confirme o futuro da Sky, ainda muito mais se falará, mas, para já, este foi o dia em que Tinkov teve novamente os holofotes sobre ele.
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