(Fotografia: © BettiniPhoto/UAE Team Emirates) |
Primeira corrida, duas etapas ganhas. Fernando Gaviria não quis perder tempo em começar a somar vitórias, mesmo que a sua forma ainda esteja bem longe do melhor. Mas como nesta fase estão quase todos assim, Gaviria conseguiu ser superior em duas ocasiões. Claro que é preciso esperar mais uns meses para dizer que a aposta foi completamente ganha. Mas que as perspectivas são boas, isso são. O sprinter foi contratado para aumentar o número de vitórias e a qualidade destas. Contudo, poderá trazer algo que esta formação bem precisa: saber trabalhar em equipa.
Podia não ter o plantel mais poderoso, mas a então Lampre-Merida tinha bons ciclistas, com vários a transitaram para a actual UAE Team Emirates. No entanto, se há algo que tem funcionado mal e muitas vezes não funciona de todo, é o colectivo. Rui Costa foi o exemplo disso quando chegou à estrutura para ser líder. Contou inicialmente com Nelson Oliveira, mas quando o compatriota mudou-se para a Movistar, ficou muito só. Mas o mal afectou outros ciclistas com responsabilidade de garantir resultados. As vitórias foram chegando, mas não as desejadas para colocar a equipa no topo, como é a ambição.
A chegada de Fabio Aru e Daniel Martin trouxe maior notoriedade ao renovado projecto, mas o italiano teve um ano para esquecer, enquanto o irlandês custou a pegar, mas ganhar uma etapa Tour foi um objectivo cumprido. No entanto, ambos foram líderes algo solitários. Alexander Kristoff também cumpriu ao somar vitórias (cinco, incluindo nos Campos Elísios), mas o seu comboio não foi nada de meter respeito. Muitas vezes aproveitou o comboio de adversários.
Agora chegou o momento desta mentalidade mudar. A UAE Team Emirates não se pode dar ao luxo de ver a sua equipa unida apenas nos maus momentos, como aconteceu com Aru no Giro, quando quebrou. Os egos de cada um têm de se unir em prol de quem foe o líder. E a influência de Gaviria poderá mudar isso mesmo. É um ciclista que motiva qualquer companheiro e será necessário controlar mais as corridas, preparar sprints, pois só assim haverá garantias que o colombiano estará na disputa dos grandes sprints.
Este tipo de trabalho pede união. Pede sacrifício em prol de outro. Se este espírito se enraizar finalmente na equipa, então haverão a ganhar além de Gaviria. A equipa quer colocar Fabio Aru pelo menos no pódio da Volta a Itália. Primeiro será preciso o italiano estar no seu melhor, algo que nem sequer esteve próximo de acontecer em 2018. Mas se assim for, então com um melhor apoio, talvez Aru possa demonstrar aquela forma de 2015, ou mesmo a de 2017, quando vestiu de amarelo no Tour.
A aposta milionária em Gaviria - ainda tinha um ano de contrato com a Quick-Step Floors e foi preciso abrir os cordões à bolsa para o atrair - tem tudo para ser muito rentável em todos os aspectos para tornar a UAE Team Emirates numa equipa que funciona como tal. Assim, então poderá de facto atingir rapidamente o objectivo de ser uma das melhores.
Para começar, na Volta a San Juan, na Argentina, Gaviria ficou com duas etapas. Segue agora para o seu país, para a Volta à Colômbia, e depois irá até à casa da sua equipa, para a estreia da nova corrida World Tour, a Volta aos Emirados Árabes Unidos. Dois dos objectivos desta primeira fase da temporada serão a Milano-Sanremo, com o Paris-Roubaix a entrar nos seus planos. No ano passado a fase do pavé foi madrasta para Gaviria. Depois será altura de começar a pensar no Tour.
Uma das questões da equipa para 2019, é que papel terá Kristoff. Se tiver de ser, será um gregário de luxo, mas não é isso que quer. Mas lá está, é preciso união para garantir uma equipa forte e se antes já não era fácil lidar com egos, quantas mais estrelas, maior a possibilidade de ganhar, mas também mais trabalho haverá em manter todos motivados e satisfeitos com os seus papéis.
»»A época ainda agora começou e Hodeg já recebeu um novo contrato««
»»A época ainda agora começou e Hodeg já recebeu um novo contrato««
Sem comentários:
Enviar um comentário