5 de fevereiro de 2019

Francisco Campos começa o ano a ganhar com a selecção

(Fotografia: Tour de l'Espoir/Federação Portuguesa de Ciclismo)
Há dois anos, um jovem de 19 anos surpreendia o pelotão nacional e a ele próprio ao vencer a Prova de Abertura Região de Aveiro. Então o Miranda-Mortágua era uma equipa de clube, mas uma das melhores na formação de ciclistas. Francisco Campoa tinha demonstrado qualidade na equipa do Moreira Congelados e prosseguiu a sua evolução com as novas cores e logo a ganhar. O jovem sprinter não perdeu tempo em marcar posição como sub-23. A sua progressão não passou despercebida à W52-FC Porto, que não perde a oportunidade de agarrar um ciclista português que possa contribuir para a senda de vitórias da equipa. Francisco Campos ainda nem se estreou de azul e branco, mas 2019 traz já um triunfo importante no Tour de l'Espoir.

A vitória foi ao serviço da selecção nacional de sub-23, numa competição importante para o grande objectivo da temporada: o apuramento para a Volta a França do Futuro. O ciclista português demonstrou toda a sua qualidade como sprinter, depois da equipa ter preparado bem o lançamento para a disputa da etapa. Em Douala, onde começaram e acabaram os 101,2 quilómetros da segunda tirada da corrida que decorre nos Camarões, o jovem corredor bateu o eritreu Natanael Tesfatsion e o japonês Shoi Matsuda.

Está a ser um excelente início da Equipa Portugal no Tour de l'Espoir, depois do terceiro lugar no contra-relógio colectivo inaugural, que acaba por marcar a classificação geral. O líder é o eritreu Natanael Mebrahtom, seguido por três compatriotas. Surgem depois cinco argelinos, com o melhor português a ser Miguel Salgueiro. O ciclista da Sicasal-Constantinos está a 28 segundos da liderança, tal como Gonçalo Carvalho. Jorge Magalhães (outro reforço da W52-FC Porto que estava no Miranda-Mortágua), Pedro Miguel Lopes e Gonçalo Leaça estão a 38 segundos. Esta diferença deve-se aos cortes no pelotão na meta. Mesmo Miguel Salgueiro perdeu dois segundos para Campos. Porém, surgem todos seguidos na classificação.

Salgueiro subiu também ao pódio para vestir a camisola de líder da montanha, ele que é um todo-o-terreno do ciclismo. Não há vertente que não goste e em que não ganhe. Começou 2019 a conquistar a Taça de Portugal de ciclocrosse.

Esta quarta-feira é dia da classificação geral começar a ficar mais definida na etapa rainha. Serão apenas 68,3 quilómetros, entre Nkongsamba e Dschang, sendo que a 6800 metros da meta estará colocado um prémio de montanha, numa subida de 9,3 quilómetros a 7,6% de pendente média. Será dia para os trepadores da selecção mostrarem-se, com as etapas de sexta e sábado a não ter tanta montanha tão difícil, mas a serem marcadas por muito sobe e desce.

Quanto a Francisco Campos, o resultado só pode ser muito animador para quem vai à procura de conquistar um lugar de destaque na equipa que tem dominado o panorama nacional nos últimos anos. Campos não quer ser apenas um sprinter, estando a trabalhar a sua capacidade para subir, podendo assim seguir o exemplo de outro reforço da W52-FC Porto: Daniel Mestre. O ex-corredor da Efapel poderá ser uma influência importante, não esquecendo que a equipa conta ainda com Samuel Caldeira.

De salientar que a equipa subiu este ano ao escalão Profissional Continental. Campos - que em 2018 venceu duas etapas na Volta a Portugal do Futuro - irá ter oportunidade para se adaptar à nova realidade e de continuar a sua evolução. Contudo, sabe que está no caminho certo para mostrar-se a outro nível. Para já está a aproveitar a chamada à selecção e esta vitória ninguém lhe tira. Quando arrancar a época na W52-FC Porto terá um factor extra de motivação.

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