Andersen deu tudo no Malhão para ganhar a Volta ao Algarve |
A Sunweb está longe de estar concentrada apenas em Tom Dumoulin. A equipa alemã solidificou uma estrutura que lhe permite ter uma equipa de desenvolvimento que está a formar cada vez mais jovens ciclistas, preparadíssimos para entrar no World Tour. Vai também garantindo outros bons atletas, contratando-os a diferentes formações. É o caso de Soren Kragh Andersen, que desde 2016 tem estado a evoluir junto das principais referências da Sunweb, depois de se mostrar na Tre-For Blue Water, do escalão Continental, no seu país. Tem mantido alguma discrição, quebrada por vitórias que foram revelando o que o nórdico poderia vir a ser. Em 2019 espera-se que pudesse ser um nome a aparecer nas clássicas que se aproximam do pavé. Porém, resolveu assumir protagonismo logo na primeira corrida do ano, na Volta ao Algarve.
A vitória no Paris-Tour, em Outubro, depois de já ter ganhou uma etapa na Volta à Suíça em Junho, ajudou a colocá-lo entre os ciclistas que se poderiam revelar nas clássicas de 2019. E Sorem Kragh Andersen está claramente em forma para as enfrentar. No Algarve era Sam Oomen quem reunia o consenso para liderar a Sunweb, sendo ele um ciclista mais para provas por etapas. Porém, Andersen teve outras ideias. Foi sexto na primeira etapa, ao sprint. O que só ajudava a não o colocar entre candidatos à geral. Mas na Fóia mostrou a sua capacidade para subir, ficando a 51 segundos de Tadej Pogacar UAE Team Emirates), que venceu a etapa e assumiu a liderança.
Foi no contra-relógio que Andersen obrigou todos a vê-lo como candidato outsider inesperado, tanto como Pogacar ser líder. Estamos a falar de um campeão nacional da especialidade de sub-23 e foi colocar-se a 36 segundos do esloveno, ficando a dois segundos de vencer a etapa. Stefan Küng (Groupama-FDJ) foi perfeito de mais para ser batido. Nova etapa ao sprint e o dinamarquês colocou-se no pelotão melhor do que todos os rivais na geral, saltando para o segundo lugar a 29 segundos, devido a um corte no grupo. Veio o Malhão e Andersen deu espectáculo. Atacou de longe, sabia que Zdenek Stybar (Deceuninck-QuickStep) não o ajudaria pois tinha Enric Mas na corrida pela geral, e resolveu então assumir todo o esforço.
A atitude foi de que preferia ser ele a controlar a frente da corrida e tentar ganhar tempo, do que estar à espera de ver Stybar passar na frente e talvez reduzir o ritmo. Mostrou ambição, coragem, e não esperou que ninguém fizesse nada por ele. Foi à procura dos segundos que teria de recuperar para tirar a amarela a Pogacar. Ficou a 14, no segundo lugar, com Stybar a "tirar-lhe" a vitória no Malhão, por três.
Soren Kragh Andersen acabou por se ver relegado para um segundo plano - merecia pelo menos uma etapa pela performance em toda a Algarvia -, muito por culpa de um Tadej Pogacar que, aos 20 anos, não esperou muito para começar a vencer na sua estreia no World Tour. Contudo, Andersen foi dos melhores ciclistas da Volta ao Algarve, um dos mais regulares e um dos mais espectaculares. E a correr assim, poderá não ficar em segundo plano durante muito mais tempo.
Demonstrou ser um ciclista muito completo. Coloca-se bem na frente nos sprints, é um bom contra-relogista e dá-se bem com subidas exigentes, mas não demasiado extensas. É um homem de clássicas, gosta do pavé, mas que poderá alargar o seu leque de escolhas de corridas para umas idênticas à Volta ao Algarve.
Não se pode dizer que surpreenda a forma como subiu, principalmente no Malhão. Uma das suas clássicas preferidas é a Volta a Flandres. Ou seja, está mais do que habituado a passar "muros". A outra corrida de eleição é mais um monumento: Milano-Sanremo. Quem não passa bem a Cipressa e o Poggio, não tem hipótese de ganhar.
"Quis começar uma boa cultura na Sunweb, na qual estamos a correr na frente. Muitas vezes dá resultado e se não, é um bom treino", disse no final da etapa no Malhão, explicando assim a sua vontade de atacar, de se manter na frente e de dar o tudo por tudo por uma vitória que nem nunca se pensava que estaria sequer na luta.
Ciclismo em família
Ao ver o irmão treinar e competir, Soren quis seguir as pedaladas de Asbjorn, dois anos mais velho. Os irmãos começaram assim à procura de singrar no ciclismo. Até 2016 passaram a maior parte das temporadas juntos, mas nessa época as subidas foram diferentes. Soren deu o salto para o World Tour, enquanto Asjborn - ciclista mais forte no sprint, mas também com características para as clássicas - foi para a francesa da Delko Marseille-Provence KTM, do segundo escalão, Profissional Continental. No ano passado regressou à Dinamarca e à categoria Continental, na Waoo. Um passo atrás para agora dar dois à frente. Assinou por um ano pela Sunweb. Os irmãos estão novamente juntos.
E será juntos que vão competir na Omloop Het Nieuwsblad. A época de clássicas está aí. É já no sábado que começa uma fase intensa de 2019, precisamente com esta corrida belga.
Quanto aos tais jovens ciclistas que a Sunweb tem na sua equipa, além dos aqui falados Andersen e Oomen, eis alguns nomes que não se vai demorar muito mais tempo até se falar deles: Lennard Kämna, Max Kanter, Joris Nieuwenhuis, Joris Nieuwenhuis, Casper Pedersen, Robert Power, Cees Bol, Marc Hirschi (campeão do mundo de sub-23 e que também se mostrou na Algarvia)...
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