16 de fevereiro de 2017

Um domínio azul da Bélgica, mas com os portugueses a mostrarem-se (principalmente um... de azul)

Primoz Roglic bem tentou, mas ficou na sombra de Daniel Martin
Duas etapas, duas vitórias e já lá vão 12 em 2017. Daniel Martin bem tinha avisado que a Volta ao Algarve era boa para ele e que toda a equipa está nas competições para ganhar e não com o pensamento de apenas preparar outras provas. Ao sprint, Fernando Gaviria cumpriu, na subida ao Alto da Fóia, Martin fez o seu trabalho. Primoz Roglic ainda assustou, mas o irlandês parte para o contra-relógio desta sexta-feira com quatro segundos de vantagem. Mesmo não sendo o mais forte nesta especialidade, tendo em conta que tem o Alto do Malhão, Martin é desde já o grande favorito à vitória final, ainda mais tendo em conta que a sua equipa tem sido exímia no apoio aos seus líderes. Mas atenção a Roglic.

Ainda faltam três etapas, muitos quilómetros e com candidatos a começar precisamente por Roglic (Lotto-Jumbo) que gosta da Volta ao Algarve, tendo no ano passado terminado no quinto lugar. O esloveno tem uma vantagem perante Martin, pois é um excelente contra-relogista, tendo vencido um no Giro em 2016 e foi 10º nos Jogos Olímpicos. Michal Kwiatkowski (Sky) conquistou a Algarvia em 2014, mas o polaco está longe do seu melhor há muito - foi campeão do Mundo em 2014 -, pelo que parece tentar em Portugal começar uma segunda vida no ciclismo e principalmente na equipa britânica (e bem precisa, pois está em final de contrato).

E atenção aos portugueses. Mais uma vez: grande Amaro Antunes (W52-FC Porto). O algarvio está a confirmar o bom momento de forma e terminou na quarta posição a 33 segundos de Martin. No regresso a Portugal, Edgar Pinto (LA Alumínios-Metalusa-BlackJack) começa a mostrar serviço no seu terreno: foi nono, a 35 segundos do vencedor. Ainda no top 15 ficou Ricardo Vilela (Manzana Postobón), a 54 segundos do irlandês.

Regressando a Quick-Step Floors, a equipa belga tem sido ano após ano uma das mais ganhadoras do World Tour. Portanto, não se pode dizer que seja uma surpresa este arranque fantástico de temporada. Porém, é de realçar como o está a fazer, ou seja, com quem: com as principais figuras, em todos os terrenos. Os sprints são, principalmente, de Gaviria e Marcel Kittel, Martin abriu a sua conta de 2017 na montanha e não esquecer Tom Boonen, que está a preparar a despedida no Paris-Roubaix e já deixou indicações que quer fazer uma última época de clássicas em grande.

Apesar dos muitos anos ao mais alto nível do ciclismo, o director desportivo Patrick Lefevere está mais uma vez em modo de missão de salvamento. Com o afastamento da Etixx como um dos patrocinadores principais, Lefevere procura outro apoio para garantir o futuro da equipa. Seria estranho ver a formação belga acabar, mas nem sempre o currículo salva as equipas em tempos de crise. Portanto, se há um ano bom para conquistar muitas vitórias logo a começar a temporada, é este. Quanto mais cedo "seduzir" alguém, mais cedo Lefevere pode voltar a preocupar-se exclusivamente com as corridas e em garantir o futuro dos seus ciclistas, já que agora nem tem renovado contratos e a indefinição pode prejudicar futuras contratações.

Esta sexta-feira, no contra-relógio de Sagres (18 quilómetros), o vencedor é possível que seja de outra equipa, para variar um pouco, mas em Tavira e no Malhão, Gaviria e Martin são novamente favoritos, apesar da forte concorrência, pois esta Volta ao Algarve está com o pelotão de luxo e o espectáculo ao nível de tal.








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