12 de fevereiro de 2017

Esperança a desvanecer para a Nippo-Vini Fantini e para a Androni Giocattoli

As camisolas laranjas da Nippo-Vini Fantini dificilmente serão vistas no Giro
(Fotografia: Facebook Nippo-Vini Fantini)
De nada estão a valer os apelos - que chegaram até a ser de nível político - de nada estão a valer as sugestões para que as duas equipas Profissionais Continentais que ficaram de fora na atribuição dos convites para a 100ª edição da Volta a Itália possam beneficiar de um regime de excepção e competir no Giro. O presidente da federação de ciclismo italiana, Renato Di Rocco, já veio a público dizer que a RCS Sport não tem intenção de abrir qualquer excepção e que as propostas feitas pelas duas equipas chocam com as regras da UCI. Ou seja... nada feito.

"A RCS não pretende alterar a sua decisão, apesar de alguma intervenção política em Itália", salientou Di Rocco. Fim da linha? A Nippo-Vini Fantini e a Androni Giocattoli não parecem querer desistir, mas a missão ganha contornos de impossível.

Mas recuando um pouco. A RCS Sport, empresa organizadora da Volta a Itália, atribuiu dois dos quatro convites para a especial edição do Giro à equipa polaca CCC Sprandi Polkowice e à russa Gazprom-RusVelo, esta última já em 2016 esteve presente na competição. Os outros dois foram para duas equipas italianas, a Bardiani-CSF (que venceu a Taça de Itália no ano passado, garantindo desde logo esse wildcard) e à Wilier-Selle Italia. A Nippo-Vini Fantini até esteve, e bem, na edição de 2016. Já a Androni Giocattoli fica de fora pelo segundo ano consecutivo e arrisca-se a perder o seu principal patrocinador, ficando em causa o futuro da formação.

Os responsáveis estão a tentar ser pro-activos na procura de uma excepção. Ideias não faltam. Da parte da Nippo-Vini Fantini, a proposta foi permitir que nesta 100ª edição seja possível estarem presentes 210 ciclistas, em vez de 198. Como? As quatro equipas que receberam convites levariam oito homens, em vez dos nove, abrindo espaço para que mais duas equipas pudessem competir, também elas com oito corredores. A formação aproveitou um gráfico publicado pela Gazzetta dello Sport que demonstra o decréscimo de conjuntos italianos (ver em baixo), país que este ano não tem nenhum no World Tour depois da UAE Abu Dhabi ter ficado com a estrutura da Lampre-Merida. São quatro as que estão no escalão Profissional Continental.

Já Gianni Savio, director desportivo da Androni Giocattoli tentou ser ainda mais original: seria convidada mais uma equipa, formada por ciclistas da sua formação e da Nippo-Vini Fantini. Se a primeira sugestão parecia difícil ser aceite, esta foi rapidamente descartada.

Mauro Vegni, da RCS Sport, reiterou recentemente, em declarações ao Cycling News, que a decisão foi tomada tendo em conta não apenas o aspecto desportivo, mas também o comercial e estratégico. "Não é nada de pessoal contra a Androni Giocattoli ou contra a Nippo-Vini Fantini. Eles [responsáveis] sabem disso. No entanto, como empresa privada, temos o direito de decidir quem fica com os quatro convites", salientou, assegurando que não pretende mudar as escolhas já feitas.

Para já, a Nippo-Vini Fantini virou-se para o Twitter e pede que através da hashtag #Giro100Italiano sejam feitos apelos para que possa estar no Giro.

Esta é uma luta que mesmo perante a intransigência de Mauro Vegni, só deverá terminar quando começar a corrida, pois as duas equipas excluídas não só lutam pela presença no Giro, mas provavelmente pela própria sobrevivência.

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