(Fotografia: Unipublic/Photogomez Sport) |
Apesar das vitórias logo a abrir o ano na Austrália, na Herald Sun Tour, o arranque de temporada foi bastante atribulado para a equipa Sky, mais pelo que se passava fora da estrada. As suspeitas que recaiam sobre Bradley Wiggins e o homem forte da Sky, Dave Brailsford chegaram a parecer estar a perturbar o normal funcionamento de uma equipa que demorava a mostrar ao melhor nível. Pelo meio coisas estranhas aconteciam, como o desfazer da roda da bicicleta de Gianni Moscon no contra-relógio colectivo do Tirreno-Adriatico! Insólitos à parte, foram surgindo notícias que haveria alguns descontentamento para com Brailsford, mas Chris Froome deu a voz para reiterar que a confiança nos responsáveis da Sky permanecia intocável. O britânico acabou por ser um dos responsáveis de um início mais discreto da equipa.
Froome mudou a sua habitual preparação para a Volta a França, optando por uns meses com menos competição e nas corridas em que participou evitou ritmos muito elevados. Parecia uma sombra de si mesmo e, sem surpresa, foram levantando-se algumas questões sobre a real condição física do ciclista, que procurava a quarta vitória no Tour. Entretanto, a Sky conseguiu regressar ao normal, por assim dizer. Michal Kwiatkowski finalmente reapareceu em grande e conquistou a Strade Bianche - apelidada por muitos de sexto monumento - e a Milano-Sanremo, essa sim, um monumento. Bateu ao sprint Peter Sagan e a Sky respirava de alívio por ver que o polaco estava de volta depois de um aparente apagão nos últimos dois anos.
Froome mudou a sua habitual preparação para a Volta a França, optando por uns meses com menos competição e nas corridas em que participou evitou ritmos muito elevados. Parecia uma sombra de si mesmo e, sem surpresa, foram levantando-se algumas questões sobre a real condição física do ciclista, que procurava a quarta vitória no Tour. Entretanto, a Sky conseguiu regressar ao normal, por assim dizer. Michal Kwiatkowski finalmente reapareceu em grande e conquistou a Strade Bianche - apelidada por muitos de sexto monumento - e a Milano-Sanremo, essa sim, um monumento. Bateu ao sprint Peter Sagan e a Sky respirava de alívio por ver que o polaco estava de volta depois de um aparente apagão nos últimos dois anos.
Depois de Wout Poels ter ganho a Liège-Bastogne-Liège em 2016, Kwiatkowski confirmou a Sky como equipa a ter em conta para a época das clássicas. Mas claro, o objectivo continua a ser o Tour e, cada vez mais, as outras grandes voltas. O Giro está enguiçado. Quando Bradley Wiggins o tentou ganhar, passou o tempo a tentar manter-se na bicicleta num ano em que a chuva não deu tréguas, em 2015 tudo correu mal a Richie Porte, em 2016 Mikel Landa sofreu uma gastroenterite. Solução: em 2017 a Sky lançou duas armas, Landa e Geraint Thomas. Este última reclamava uma oportunidade e finalmente recebeu-a. Ambos caíram no dia em que um polícia parou a moto num local em que os vários ciclistas não conseguiram desviar-se. Thomas - que muito andou com Froome em estágio antes da Volta a Itália - acabou por abandonar, Landa disse adeus à geral, mas recuperou fisicamente a tempo de ganhar uma etapa e a classificação da montanha. O Giro está a fazer-se difícil para a equipa britânica, que em 2018 vai atacá-lo com a principal figura: Chris Froome.
Ranking: 1º (12.806 pontos)
Vitórias: 34 (incluindo a Milano-Sanremo, uma etapa no Giro, uma no Tour e a geral, duas na Vuelta e a geral)
Ciclista com mais triunfos: Elia Viviani (7)
Já o Tour, foi um pouco mais complicado do que em anos anteriores, nas no final venceu Froome. E lá vão quatro triunfos, faltando um para igualar o recorde de Eddy Merckx. Jacques Anquetil, Miguel Indurain e Bernard Hinault. Foi um Tour atribulado. Chris Froome e a Sky já não dominam como antes e Mikel Landa desafiou a filosofia de todos por um líder. O espanhol percebeu que poderia lutar também ele por um bom resultado. Chegou a deixar Froome sozinho na parte final de uma etapa, mas depois não mais se atreveu a repetir o atrevimento. Começou a ficar claro que Landa iria querer mais em 2018 e que para o ter, a solução passaria por mudança de equipa. Vai para a Movistar disputar a liderança com Nairo Quintana.
Ficou a um segundo do pódio, num momento de enorme frustração para o espanhol, traído pelas bonificações na meta que ajudaram Romain Bardet (AG2R). Nos momentos decisivos, Froome esteve ao nível pedido. Não ganhou etapas, mas aquela amarela estava no seu corpo nos Campos Elísios. E pode-se dizer que o melhor ainda estava para vir. A mudança de preparação no início de temporada foi feita a pensar também na Vuelta. Froome sabia que no ciclismo actual precisava de algo mais do que apenas conquistar Voltas a França. Não foram favas contadas, mas na Vuelta, a cada dia que passava, a dúvida diminuía que o britânico ia fazer história. Conquistou duas etapas e a geral, numa corrida que lhe teimava em fugir noutros anos. É o primeiro ciclista a fazer a dobradinha Tour/Vuelta desde que as competições se encontram dispostas no actual calendário.
A desconfiança do Tour dissipou-se. Froome continua em grande e quer mais. A seu lado deverá ter mais vezes Gianni Moscon. O italiano é uma das confirmações da época. Estreou-se numa grande volta em Espanha e que corrida fenomenal fez. Froome rendeu-se ao colega. Porém, eram desnecessárias as atitudes que mancham a reputação. Primeiro foi acusado de palavras racistas contra um ciclista da FDJ tendo sido suspenso pela própria equipa. Depois, nos Mundiais - mesmo estando ao serviço da selecção, não deixa de estar vinculado à Sky -, agarrou-se ao carro de apoio para recuperar tempo perdido. Foi desclassificado. Pouco depois foi acusado de empurrar um ciclista da FDJ numa corrida em Itália, provocando-lhe a queda. O alegado acto até valeu uma queixa na polícia. Pormenores de personalidade a melhorar, pois o talento desportivo promete.
Elia Viviani proporcionou uma das novelas do ano. Desiludido por ter ficado de fora do Giro100, pois a Sky queria apostar tudo na geral e nada nos sprints, cedo surgiram rumores que o italiano poderia quebrar contrato e sair logo em Agosto. Também ficou de fora do Tour e da Vuelta pelas mesmas razões. Quando o mercado abriu, Viviani garantiu que estava bem na Sky e que iria ficar até ao final de 2018... Assinou pela Quick-Step Floors, tendo terminado a temporada na equipa britânica. Passou ao lado das grandes corridas, mas somou sete vitórias, o melhor registo individual na Sky, a nível de números.
Sprints não são objectivos para esta formação que reforçou-se a pensar novamente nas grandes voltas e nas clássicas. Em 2018 terá um dos ciclistas que mais cobiça gerou: Egan Bernal. 20 anos, mais um valor que vem da Colômbia e dá indicações de se estar perante um ciclista de enorme qualidade para um futuro muito próximo (e brilhante). Venceu o Tour de l'Avenir (Volta a França do Futuro) e ao serviço da Androni-Sidermec-Bottecchia fez nono na Volta aos Alpes, 16ª na clássica Milano-Torino, repetindo a posição do Tirreno-Adriático e foi 13º no monumento Il Lombardia. E os resultados não dizem tudo sobre este promissor ciclista a seguir com atenção em 2018... É vê-lo para perceber o talento.
O russo Pavel Sivakov é outro jovem a seguir, com a Sky a reforçar-se ainda com Jonathan Castroviejo (Movistar), David de la Cruz (Quick-Step Floors), Kristoffer Halvorsen (Joker Icopal e campeão do mundo de sub-23), Christopher Lawless (Axeon Hagens Berman) e Dylan van Baarle (Cannondale-Drapac).
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