12 de dezembro de 2017

UCI pede a federação polaca para colaborar na investigação sobre alegadas violações

É mais um caso que está a abanar uma estrutura no ciclismo, agora na Polónia. Em 2016, foi na Grã-Bretanha que acusações de discriminação sexual por parte de algumas ciclistas levaram à demissão do director técnico. Na federação polaca as suspeitas são de violações, inclusivamente a menores. As denúncias foram feitas por um antigo presidente e a UCI já apelou que o organismo colabore na investigação em curso, salientado que estará atenta e dedicada "na defesa dos ciclistas contra qualquer forma e nível de abusos".

No final do mês de Novembro, Piotr Kosmala deu uma entrevista ao site polaco Sportowe Fakty, na qual acusou um membro da direcção da federação polaca de violação e de outros comportamentos sexuais impróprios. A utilização de drogas é também referida. Foi anda mais longe, revelando que algumas das vítimas eram menores de idade. A mesma pessoa teria obrigado os ciclistas a pagar comissões "por baixo da mesa" sobre o dinheiro que ganhavam nas competições. Como forma de intimidação, ameaçaria os ciclistas de lhes destruir a carreira.

Apesar da federação ter negado as acusações, um dos patrocinadores já terá ameaçado cortar o apoio. O ministério do Desporto e Turismo quis que as alegações fossem investigadas, o que está a ser feito pelas autoridades locais. "A UCI encoraja veementemente a Federação de Ciclismo Polaca a cooperar (...) para assegurar que as medidas apropriadas são implementadas para restaurar a boa governação e credibilidade da federação", lê-se no comunicado.

A Polónia tem sido um país que tem ganho cada vez mais destaque no ciclismo mundial. Se na pista apresenta ciclistas fortes, na estrada há também uma geração de enorme potencial, com destaque para Michal Kwiatkowski, que já conta com um título mundial e um monumento (Milano-Sanremo) e tem apenas 27 anos. Rafal Majka tem 28 e é um corredor com potencial para discutir grandes voltas. No país também se fala há vários meses do interesse em receber o início de uma Volta a Itália.

O ministro do Desporto e Turismo, Witold Banka, pediu para que a direcção se demitisse de forma a começar assim a limpar a imagem do organismo. O financiamento foi também suspenso até que o caso seja esclarecido. Uma nova direcção poderá ser nomeada até ao fim do ano.

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