28 de dezembro de 2017

"Quero um 2018 em grande"

Seja na estrada ou na pista, Ivo Oliveira quer que 2018 seja um ano para recordar. Por um lado quer afirmar-se na Axeon Hagens Berman e ter a oportunidade de se mostrar tanto no trabalho para a equipa, como em procurar um sucesso pessoal. Por outro, os Mundiais de pista na Holanda são um objectivo no início da temporada. O ano que passou na estrutura americana, considerada uma das melhores na formação de jovens ciclistas, foi de adaptação a uma realidade diferente. Um novo ritmo não só nas corridas, mas também nos treinos, uma forma mais intensa de trabalhar. É o próprio Ivo Oliveira que assim o destaca. A aprendizagem vai continuar, mas a ambição do ciclista de Gaia sobe agora nível.

"Trabalhei muito este ano para a minha equipa e sei que também tenho capacidade para eles poderem contar comigo talvez para vencer uma etapa ou outra. Mas tenho de ser eu a mostrar-lhes que também consigo ganhar. Queremos sempre a nossa oportunidade e se eu continuar assim, eles vão confiar em mim e um dia talvez a tenha", realçou Ivo Oliveira ao Volta ao Ciclismo, que deixou bem claro: "Quero um 2018 em grande." O ciclista considerou 2017 um bom ano, mas lamentou ter partido o braço quando estava num bom momento de forma. "As coisas complicaram-se um bocado. Tive de recuperar da fractura, mas depois disso consegui estar bem nos Mundiais de estrada. Antes disso também fiz bons resultados com a minha equipa. Tive provas por etapas muito duras em que fiz o que me mandaram e trabalhámos muito bem", salientou.

O mês de Junho começou com a vitória no prólogo do Grande Prémio de Priessnitz, na República Checa e um quarto lugar na etapa inaugural do Giro de sub-23, ganha pelo companheiro, Neilson Powless. "Foi pena ter partido o braço a meio da época quando estava a trabalhar muito bem para os campeonatos nacionais e para a Volta a França do Futuro, talvez para o Colorado..." Porém, Ivo Oliveira não se deixou abater e realçou como começou a notar a sua evolução com o passar dos meses de trabalho na Axeon Hagens Berman, equipa liderada por Axel Merckx.

"Comecei a trabalhar mais horas. É mais complicado, mas algum dia tinha de ser e senti logo a diferença"

"Com o Axel trabalhei pouco, apenas no Giro d'Italia e no estágio da equipa. Mas gostei muito. Nota-se que esta equipa só está a pensar no nosso desenvolvimento. Nós podemos estar em provas muito boas, mas eles estão mais focados nas de sub-23, nas corridas continentais, porque pensam mais no nosso desenvolvimento do que talvez andar para aí a matar-nos, digamos assim", afirmou. Ivo Oliveira recordou como teve de mudar o seu método de treino quando assinou pela equipa americana: "Comecei a trabalhar mais horas. É mais complicado, mas algum dia tinha de ser e senti logo a diferença. Comecei a trabalhar mais duro porque a este nível tem de se o fazer na medida de um profissional."

Apesar de ser uma estrutura muito concentrada no desenvolvimento dos ciclistas e os resultados estão há vista com mais de 20 a já terem passado para o World Tour, a Hagens Berman Axeon, como se irá chamar em 2018, pediu e conseguiu a licença para subir ao escalão Profissional Continental. As portas de outras corridas irão abrir-se, a começar pela Volta a Califórnia, a principal corrida nos EUA e que este ano passou a integrar o calendário principal. Ivo Oliveira coloca desde já a presença na Califórnia como um dos objectivos da temporada, caso a equipa receba o convite. Pretende também estar novamente no Giro.

Mas antes, o pensamento estará na pista, com os Mundiais de Apeldoorn (de 29 de Fevereiro a 4 de Março). "Os principais objectivos também passam por aí", frisou. E em Agosto arrancará a fase olímpica. Queremos sonhar. Temos muitas possibilidades de estar lá", disse Ivo Oliveira, que assegurou existir uma grande união na selecção, com todos preparados para somar pontos, mesmo que seja para ajudar outro ciclista a estar em Tóquio2020. "Precisamos uns dos outros."

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