Seja na estrada, no BTT, no ciclocrosse, na pista, dêem-lhe uma bicicleta e Miguel Salgueiro mostra as suas qualidades de ciclista. Tem dividido o seu tempo principalmente entre as duas primeiras vertentes, mas aos 18 anos fez uma escolha para assim concretizar o objectivo de se tornar profissional. Será na estrada que Salgueiro irá apostar, mas claro que espreitará uma oportunidade para não deixar completamente de parte pelo menos o BTT. Já a pista até se poderá tornar um complemento na sua evolução na estrada.
"Vou apostar mais na estrada. Acho que é o caminho certo. O XCO [uma classe do BTT] não tem grande saída em Portugal e mesmo para fazer carreira lá fora é muito difícil. Penso que o nosso país, apesar de estar a evoluir bastante, ainda não tem as condições para um atleta ser profissional de XCO. Na estrada também é difícil, mas é diferente", explicou ao Volta ao Ciclismo. Esta decisão surge na altura de dar o passo para os sub-23, depois de uma última temporada de júnior muito positiva.
Na ACD Milharado-Escola de Ciclismo Manuel Martins, Salgueiro venceu umas das competições mais importantes do seu escalão, a Volta ao Concelho de Loulé, e uma etapa na Volta a Portugal. "As coisas nunca correm todas como queremos numa época. Houve pontos altos e baixos, houve resultados que estava à espera de melhor e que por algum motivo não consegui e outros que não tinha qualquer objectivo e que correram bastante bem, como foi o caso da Volta a Loulé. Mas acho que foi uma época em grande, tirando um ou outro obstáculo", afirmou. Miguel Salgueiro admitiu que as maiores desilusões aconteceram nos Nacionais, nos de estrada e nos de BTT: "Tive avarias mecânicas em ambos. É algo que não se consegue controlar... Mas saio satisfeito desta época. Penso que foi uma com resultados de relevo."
Em 2018, o jovem ciclista estará na Sicasal-Constantinos-Delta Cafés: "Estou bastante contente. Era a equipa que gostava de ir. É uma das melhores e espero estar à altura da aposta que estão a fazer em mim." Salgueiro não quer colocar a fasquia demasiado alta logo na primeira temporada como sub-23, salientando que será um ano de aprendizagem. "Não podemos ser irrealistas e esperar grandes resultados no primeiro ano de sub-23. É, acima de tudo, um de adaptação. Vai ser uma realidade completamente diferente, mas temos de começar por algum lado e estou disposto a sofrer um bocadinho e dar o meu melhor em todas as provas", referiu.
Grande parte da temporada dos sub-23 é feita em corridas nas quais estão presentes as formações de elite. Porém, Salgueiro não aponta nenhuma como possível para se tentar mostrar. Pelo menos, não para já. "O objectivo em 2018 será aprender ao máximo, evoluir e desfrutar", reiterou. Espera estar na Volta a Portugal do Futuro e a médio prazo na Volta de elite, para assim dizer que a fez em todos os escalões.
No entanto, os sonhos vão bem mais longe. Deixa escapar um grande sorriso ao admitir que gostaria de estar na Volta a França, mas também em clássicas como o Paris-Roubaix e a Volta a Flandres. E claro, os Mundiais: "Poder entrar numa prova e saber que temos a possibilidade de usar a camisola arco-íris durante um ano..." Miguel Salgueiro suspira ao pensar nessa hipótese.
Quer tornar-se num "ciclista completo", precisando de melhorar as suas capacidades de trepador, como o próprio realçou. "Mas não me safo mal", garantiu. Porém, é a "rolar e ao sprint" que se sente mais à vontade. Como contra-relogista também vai deixando boas indicações. A etapa na Volta a Portugal que venceu foi precisamente nesta especialidade e no Troféu Internacional Município de Anadia, que decorreu recentemente no Velódromo Nacional, esteve a bom nível na perseguição individual, tendo sido segundo classificado.
Ser ciclista em Portugal pode não é fácil, com as dificuldades a surgirem logo nos escalões jovens, mas Miguel Salgueiro elogiou as formações que representou: "Em termos de equipa estive sempre bem. Não me posso queixar de nada, nem no BTT, nem na estrada." Contudo, salientou o apoio essencial dos pais, seja moral, seja financeiro, pois sempre o ajudaram a ter o material que precisava, referindo que tem o que precisa e que as bicicletas topo de gama podem esperar para quando chegar à elite. E reiterou: "Tenho condições para continuar a evoluir aqui em Portugal."
Essa evolução poderá passar também pela pista. Como cadete e no seu primeiro ano de júnior, Salgueiro recordou que fez algumas provas nesta vertente, mas o BTT coincidiu muitas vezes com as corridas de pista este ano e a escolha foi para o XCO. A partir de 2018 será diferente. O ciclista espera ter a oportunidade para apostar também na pista até porque considera que pode tirar grandes benefícios, como acontece com alguns corredores. "Os gémeos Oliveira e o João Matias são uma inspiração para qualquer ciclista português. Temos um campeão do mundo, da Europa, várias medalhas... São uma inspiração", frisou.
Salgueiro demonstra ser um jovem com os pés bem assentes na terra, não se deixando levar por ilusões, mas sim pelo trabalho que quer realizar para mostrar a sua qualidade. O ciclista muda de categoria num ano em que duas equipas que eram de sub-23 estarão no pelotão de elite (Miranda-Mortágua e Liberty Seguros-Carglass), com a LA Alumínios a mudar a sua estrutura para um formato de sub-25. Para jovens como Salgueiro é animador a perspectiva de terem a possibilidade de subir mais rapidamente no pelotão nacional. "É motivador. Alguns atletas que discutiam comigo as corridas em juniores vão dar esse salto [para equipas sub-25]. Mas temos de ir com calma. Estou contente para onde vou. Um passo de cada vez. Mas claro que é motivador para se trabalhar mais e melhor para o mais cedo possível se dar esse salto", disse.
Miguel Salgueiro será um dos jovens a seguir e, para que não exista confusão, caso numa classificação se veja Carlos Salgueiro, será Miguel. É assim que o tratam, mas o seu nome é Carlos Miguel, pelo que o primeiro é o que normalmente é referido nas tabelas. Seja Carlos ou Miguel, a Sicasal-Constantinos-Delta Cafés assegurou um ciclista com potencial para ter o nome em destaque.
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Na ACD Milharado-Escola de Ciclismo Manuel Martins, Salgueiro venceu umas das competições mais importantes do seu escalão, a Volta ao Concelho de Loulé, e uma etapa na Volta a Portugal. "As coisas nunca correm todas como queremos numa época. Houve pontos altos e baixos, houve resultados que estava à espera de melhor e que por algum motivo não consegui e outros que não tinha qualquer objectivo e que correram bastante bem, como foi o caso da Volta a Loulé. Mas acho que foi uma época em grande, tirando um ou outro obstáculo", afirmou. Miguel Salgueiro admitiu que as maiores desilusões aconteceram nos Nacionais, nos de estrada e nos de BTT: "Tive avarias mecânicas em ambos. É algo que não se consegue controlar... Mas saio satisfeito desta época. Penso que foi uma com resultados de relevo."
"[A Sicasal-Constantinos-Delta Café] é uma das melhores [equipas] e espero estar à altura da aposta que estão a fazer em mim"
Em 2018, o jovem ciclista estará na Sicasal-Constantinos-Delta Cafés: "Estou bastante contente. Era a equipa que gostava de ir. É uma das melhores e espero estar à altura da aposta que estão a fazer em mim." Salgueiro não quer colocar a fasquia demasiado alta logo na primeira temporada como sub-23, salientando que será um ano de aprendizagem. "Não podemos ser irrealistas e esperar grandes resultados no primeiro ano de sub-23. É, acima de tudo, um de adaptação. Vai ser uma realidade completamente diferente, mas temos de começar por algum lado e estou disposto a sofrer um bocadinho e dar o meu melhor em todas as provas", referiu.
Grande parte da temporada dos sub-23 é feita em corridas nas quais estão presentes as formações de elite. Porém, Salgueiro não aponta nenhuma como possível para se tentar mostrar. Pelo menos, não para já. "O objectivo em 2018 será aprender ao máximo, evoluir e desfrutar", reiterou. Espera estar na Volta a Portugal do Futuro e a médio prazo na Volta de elite, para assim dizer que a fez em todos os escalões.
No entanto, os sonhos vão bem mais longe. Deixa escapar um grande sorriso ao admitir que gostaria de estar na Volta a França, mas também em clássicas como o Paris-Roubaix e a Volta a Flandres. E claro, os Mundiais: "Poder entrar numa prova e saber que temos a possibilidade de usar a camisola arco-íris durante um ano..." Miguel Salgueiro suspira ao pensar nessa hipótese.
Quer tornar-se num "ciclista completo", precisando de melhorar as suas capacidades de trepador, como o próprio realçou. "Mas não me safo mal", garantiu. Porém, é a "rolar e ao sprint" que se sente mais à vontade. Como contra-relogista também vai deixando boas indicações. A etapa na Volta a Portugal que venceu foi precisamente nesta especialidade e no Troféu Internacional Município de Anadia, que decorreu recentemente no Velódromo Nacional, esteve a bom nível na perseguição individual, tendo sido segundo classificado.
"Os gémeos Oliveira e o João Matias são uma inspiração para qualquer ciclista português"
Ser ciclista em Portugal pode não é fácil, com as dificuldades a surgirem logo nos escalões jovens, mas Miguel Salgueiro elogiou as formações que representou: "Em termos de equipa estive sempre bem. Não me posso queixar de nada, nem no BTT, nem na estrada." Contudo, salientou o apoio essencial dos pais, seja moral, seja financeiro, pois sempre o ajudaram a ter o material que precisava, referindo que tem o que precisa e que as bicicletas topo de gama podem esperar para quando chegar à elite. E reiterou: "Tenho condições para continuar a evoluir aqui em Portugal."
Essa evolução poderá passar também pela pista. Como cadete e no seu primeiro ano de júnior, Salgueiro recordou que fez algumas provas nesta vertente, mas o BTT coincidiu muitas vezes com as corridas de pista este ano e a escolha foi para o XCO. A partir de 2018 será diferente. O ciclista espera ter a oportunidade para apostar também na pista até porque considera que pode tirar grandes benefícios, como acontece com alguns corredores. "Os gémeos Oliveira e o João Matias são uma inspiração para qualquer ciclista português. Temos um campeão do mundo, da Europa, várias medalhas... São uma inspiração", frisou.
Salgueiro demonstra ser um jovem com os pés bem assentes na terra, não se deixando levar por ilusões, mas sim pelo trabalho que quer realizar para mostrar a sua qualidade. O ciclista muda de categoria num ano em que duas equipas que eram de sub-23 estarão no pelotão de elite (Miranda-Mortágua e Liberty Seguros-Carglass), com a LA Alumínios a mudar a sua estrutura para um formato de sub-25. Para jovens como Salgueiro é animador a perspectiva de terem a possibilidade de subir mais rapidamente no pelotão nacional. "É motivador. Alguns atletas que discutiam comigo as corridas em juniores vão dar esse salto [para equipas sub-25]. Mas temos de ir com calma. Estou contente para onde vou. Um passo de cada vez. Mas claro que é motivador para se trabalhar mais e melhor para o mais cedo possível se dar esse salto", disse.
Miguel Salgueiro será um dos jovens a seguir e, para que não exista confusão, caso numa classificação se veja Carlos Salgueiro, será Miguel. É assim que o tratam, mas o seu nome é Carlos Miguel, pelo que o primeiro é o que normalmente é referido nas tabelas. Seja Carlos ou Miguel, a Sicasal-Constantinos-Delta Cafés assegurou um ciclista com potencial para ter o nome em destaque.
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