Edgar Pinto alcançou bons resultados ao longo do ano, mas faltou uma vitória. Queda na Volta a Portugal foi uma enorme desilusão para a equipa na aspiração de lutar pela conquista da prova |
Vontade de fazer do projecto LA Alumínios-Metalusa-BlackJack um de sucesso em Portugal não faltou. Ambição muito menos. Apesar de manter um dos patrocinadores de maior tradição no ciclismo nacional, a estrutura assumiu-se como nova. Edgar Pinto regressou depois de dois anos na Skydive Dubai para assumir a liderança de uma formação que queria lutar por todas as corridas e não centrar-se apenas na Volta a Portugal. César Fonte foi outra contratação de relevo, enquanto João Matias acabou por ser uma das figuras. José Augusto Silva foi outro regresso, mas à função de director desportivo e logo na Volta ao Algarve viu Edgar Pinto terminar em 10º lugar.
Sétimo na Volta ao Alentejo, oitavo na Clássica Aldeias do Xisto e mais tarde foi nono no Troféu Joaquim Agostinho. Edgar Pinto não somou vitórias, mas parecia que se apresentaria bem na Volta a Portugal. César Fonte andou sempre próximo a nível de resultados, mas com a diferença de um triunfo na terceira etapa do Grande Prémio Abimota. Entretanto, o espanhol Antonio Angulo tinha sido a figura da Volta à Bairrada. A LA Alumínios-Metalusa-BlackJack poderia não ser a equipa mais forte, mas era claro que poderia ter dois homens na discussão de um bom resultado na Volta a Portugal.
José Agusto Silva cumpriu a promessa de início de temporada de ter os seus ciclistas a lutar por vitórias em todas as corridas, mas no que diz respeito a mediatismo, é inevitável que a Volta a Portugal tenha sempre uma importância maior. Equipa com exibições consistentes durante o ano, na terceira etapa da Volta deu-se a maior das desilusões. Edgar Pinto sofreu uma aparatosa queda já perto da meta em Bragança, na habitual confusão de quando se prepara um chegada a alta velocidade, ou seja, um sprint. Foi transportado para o hospital e a LA viu-se obrigada a repensar a estratégia. César Fonte chegou-se, naturalmente, à frente para assumir a responsabilidade, mas foi João Matias a estrela inesperada.
Ranking nacional: 6º (962 pontos)
Vitórias: 5
Ciclista com mais triunfos: João Matias e António Angulo (dois cada um)
A classificação da montanha era um possível objectivo para César Fonte, contudo, foi o seu colega que acabou por andar de azul durante seis dias. João Matias tinha estado muito bem nos Mundias de pista, procurava a sua primeira vitória como profissional, mas acabou por ser uma revelação: mostrou qualidades de trepador que não se esperava. Foi aguentando a camisola azul numa luta de sacrifício, mas também de quem estava extremamente motivado, até que na etapa da Serra da Estrela não deu mais. Ainda assim, realizou uma grande Volta e foi uma das figuras da corrida. César Fonte terminou na 15ª posição, não conseguindo entrar no desejado top dez. Já Matias ainda não tinha terminado de dar alegrias à equipa. Nos habituais circuitos de final de temporada, ganhou no Bombarral e na Malveira.
A LA Alumínios-Metalusa-BlackJack tinha confiança que poderia competir com as melhores equipas nacionais. Algumas exibições prometeram, mas ficou a faltar uma grande vitória. Em Edgar Pinto terá ficado alguma frustração, ou pelo menos tristeza de ter trabalhado bem durante o ano para depois terminar a época a recuperar de uma queda.
Poder-se-ia dizer que perante as boas performances e depois da desilusão de ficar sem o líder na Volta a Portugal, a LA poderia partir para 2018 com muita vontade de fazer mais e melhor. No entanto, o projecto chegou ao fim. Apenas um ano de vida. Nasce a Vito-Feirense-BlackJack, enquanto a LA Alumínios poderá apostar numa equipa de formação. Edgar Pinto, João Matias, Hugo Sancho e Luís Afonso transitam para a nova estrutura. Joaquim Andrade será o director desportivo.
Perante a evolução demonstrada este ano, há que seguir com alguma atenção o que fará João Matias. Este ciclista, de 26 anos, já passou pela estrutura da então OFM-Quinta da Lixa, mas 2017 poderá ter sido um ano de transição para começar a ter outro protagonismo. Quanto a Edgar Pinto (32), o corredor deixou claro que quer e tem capacidade para alcançar mais do que um quarto lugar na geral e uma etapa na Volta a Portugal (os seus melhores resultados na Grandíssima).
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