Gaviria partilha o estatuto com mais dois ciclistas (Fotografia: Giro d'Italia) |
Entrámos na fase de preparação para a próxima temporada, ou seja, só em Janeiro é que a acção do ciclismo estará de regresso em pleno. Chegou o momento dos balanços e nada melhor do que analisar quem foram os mais vencedores. Este ano temos uma liderança tripartida: Marcel Kittel, Fernando Gaviria e Jakub Mareczko. Cada um averbou 14 vitórias. Já a nível de equipas, a Quick-Step Floors não deu hipótese, com 56 triunfos, 28 à custa de Kittel e Gaviria. Um poderio que se repete ano após ano e há seis consecutivos que assim é, sempre acima das 50 vitórias. Em 2014 a formação belga conseguiu o impressionante número de 61 triunfos!
O alemão vai rumar à Katusha-Alpecin em 2018, optando assim por evitar um eventual confronto interno com Gaviria. Está mais do que claro que o colombiano não iria continuar satisfeito por ficar com o Giro e entregar o Tour a Kittel. Aliás, Gaviria já determinou os principais objectivos para a próxima época: ganhar etapas na Volta a França e vestir a camisola amarela. Kittel seguirá a sua carreira na equipa de José Azevedo depois de este ano ter estado simplesmente fenomenal no Tour: cinco etapas conquistadas e a camisola dos pontos escapou devido a uma queda que o levou a abandonar. Já se tinha saudades de ver o sprinter a este nível. Custou, mas depois de um 2015 para esquecer devido a doença, um 2016 - no qual trocou a Giant-Alpecin pela formação belga - bem melhor, veio um 2017 em que foi o super Kittel.
Aos 29 anos, o alemão soube analisar o que lhe esperaria perante um Gaviria em ascensão. Na Katusha-Alpecin continuará com o estatuto de líder intocável. E a equipa bem precisa de um ciclista que lhe traga vitórias e claro que contratar a grande figura do ciclismo germânico numa altura em que a estrutura assumiu essa nacionalidade, também é relevante. Kittel começou o ano a ganhar na Volta a Abu Dhabi, conquistou também a clássica dos sprinters, Scheldeprijs.
Fernando Gaviria (23 anos) "explodiu" esta temporada. Já era expectável que tal iria acontecer mais cedo ou mais tarde, mas o colombiano não quis esperar mais. Chegou ao Giro, a sua primeira grande volta e conquistou quatro etapas, mais a camisola dos pontos. Uma das suas vitórias foi na primeira etapa da Volta ao Algarve, em Lagos, e se Kittel teve um final de temporada mais discreto, Gaviria foi à Volta a Guangxi ganhar mais quatro etapas e apanhar o ainda companheiro de equipa. Agora que se vão separar, está aqui uma das rivalidades a seguir em 2018.
Jakub Mareczko também tem 23 anos e é um talentoso sprinter italiano. Para já vai permanecer na Wilier Triestina-Selle Italia, mas será difícil de em breve não dar o salto para o World Tour. No Giro bem tentou dar uma vitória à sua equipa, mas ficou por duas vezes em segundo lugar. Atrás de quem? Gaviria, pois claro. O ano até estava a ser discreto, com apenas quatro vitórias, mas em duas corridas pela Ásia tudo mudou: cinco vitórias e a geral na Volta a Taihu Lake e outras tantas e a classificação dos pontos em Hainan. Falta um grande triunfo a este jovem italiano, mas que o potencial está lá, isso está.
Peter Sagan (Bora-Hansgrohe) surge este ano mais atrás no ranking, seguindo este trio com 12 vitórias. Alejandro Valverde (Movistar) somou 11 e ficará sempre a questão de quantas teria conseguido se a época não tivesse terminado a 1 de Julho com a queda no contra-relógio inaugural do Tour. Arnaud Démare (FDJ), Edvald Boasson Hagen (Dimension Data), Caleb Ewan (Orica-Scott) e Sam Bennett (Bora-Hansgrohe) alcançaram dez triunfos em 2017. Com nove ficaram Elia Viviani (Sky), Alexander Kristoff (Katusha-Alpecin) e o jovem colombiano (20 anos) que tanta expectativa está a criar: Egan Arley Bernal (Androni-Sidermec-Bottecchia). Está a caminho da Sky, com um contrato de três anos.
Quanto às equipas, atrás da Quick-Step Floors surge a BMC com 48 vitórias e depois a Sky com 36. A equipa britânica teve um início de ano complicado, mas quando ultrapassou toda a suspeição que envolveu Bradley Wiggins e o responsável David Brailsford, regressou ao seu ritmo normal de vitórias. A Bora-Hansgrohe (34) e a Orica-Scott (32) fecham o top cinco.
A pior equipa do World Tour foi a Cannondale-Drapac com 16 vitórias, num ranking que inclui todos os escalões. A W52-FC Porto ficou a um triunfo da formação americana numa classificação que não contabiliza as vitórias no calendário nacional, ou seja, falta a vitória de Angel Rebollido na segunda etapa do Grande Prémio Abimota. A equipa de Nuno Ribeiro foi, sem surpresa a melhor em Portugal, com Amaro Antunes a ser o ciclista português mais ganhador, somando cinco triunfos.
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