Gaudin venceu uma das duas etapas da Armée de Terre na Volta a Portugal e andou um dia de amarelo (Fotografia. Podium/Volta a Portugal) |
A Armée de Terre não regressará à estrada como equipa Continental. Confirmaram-se as piores expectativas e o projecto que alguns responsáveis até queriam levar para outro nível em 2019, irá agora ter objectivos diferentes. O Ministério da Defesa cortou o financiamento, que era 50% de um orçamento que rondaria os 1,6 milhões de euros. Já tinham sido feitas inclusivamente contratações que ficam agora sem efeito, ainda que tenha sido garantido que quem estava na equipa e tinha contrato para 2018 poderá continuar. A equipa perde o estatuto de profissional, mas continuará como amadora.
A formação do exército francês irá a partir do próximo ano dedicar-se ao desenvolvimento de ciclistas a pensar nos Jogos Olímpicos de Tóquio2020 e principalmente para Paris2024. O jornal Le Parisien, que já tinha lançado a história do futuro incerto da Armée de Terre, confirmou que, apesar do abaixo assinado que reuniu mais de 10 mil assinaturas, o Ministério da Defesa não foi sensível ao apelo. A confirmação do corte no financiamento foi recebida em choque pelos ciclistas, segundo o Le Parisien, com alguns a verem-se agora obrigados a procurar novas equipas numa altura muito complicada, pois muitas formações já fecharam os plantéis para 2018.
Tony Hurel (Direct Energy), David Menut (HP BTP-Auber 93), Benjamin Giraud (Delko-Marseille), Louis Pijourlet (CR4 Roanne), Fabien Schmidt (Côtes d'Armor-Marie Morin), Rémy Rochas (Chambery) e Maxime Bonsergent (Château-Gontier) viram os seus contratos não serem aprovados. São sete e não quatro, como inicialmente avançado. Outros 13 sabem que o seu contrato manter-se-á em vigor, mas se querem continuar a competir em corridas mais importantes, terão de eventualmente procurar outro destino, como é o caso de Bryan Alaphilippe, irmão de Julian Alaphilippe, da Quick-Step Floors e que também passou pela Armée de Terre no início da carreira. Bryan venceu uma das duas etapas da equipa francesa na Volta a Portugal. Damien Gaudin ganhou o prólogo e andou de amarelo durante um dia.
A Armée de Terre foi criada em 2011 e passou a Continental em 2015. Este ano, entre estrada e pista, os seus ciclistas somaram 25 vitórias. O Le Parisien explicou na primeira notícia que o antigo ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian, é um amante de ciclismo, mas com a chegada de Emmanuel Macron à presidência, Le Drian ficou com a pasta dos Negócios Estrangeiros e Florence Parly com a da Defesa. E parece que a nova ministra não partilha da paixão de Le Drian pelo ciclismo... Não é uma rendição total, mas os famosos equipamentos de camuflado não serão tão vistos como aconteceu nos últimos três anos.
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