14 de novembro de 2017

Cancellara quer que livro deixe de ser vendido e exige pedido de desculpas

(Fotografia: Edward Madden/Flickr)
Acabou-se o silêncio. Fabian Cancellara passou ao ataque, ainda que sem dar a cara. Através dos seus advogados e empresário, o suíço reagiu às declarações expressas num livro de Phil Gaimon, antigo ciclista que, tal como Cancellara, terminou a carreira há um ano. O americano voltou a levantar suspeitas sobre a utilização de um motor na bicicleta na Volta a Flandres e Paris-Roubaix em 2010, por parte do Spartacus, como era conhecido. A frase reavivou antigos rumores e até o novo presidente da UCI, David Lappartient quer que o caso seja investigado. Depois de uns dias sem qualquer reacção do visado, Cancellara faz agora as suas exigências.

O empresário do ex-ciclista, Armin Meier, afirmou ao jornal belga Het Nieuwsblad: "Os nossos advogados exigem à editora americana Penguin Random House que a venda do livro seja cessada imediatamente e que o escritor, Phil Gaimon, pela desculpa." O antigo ciclista da Cannondale-Drapac acabou por divulgar um comunicado, mas não com as desculpa exigidas por Cancellara.

"Não esperava que isto fosse tirado do contexto e transformado num deslizamento de terras. Peço desculpa a quem perdeu tempo e energia com isto. Não era assim que eu queria vender livros e não compensa a dor de cabeça", lê-se no texto de Gaimon. De recordar que em causa está a passagem do livro Draft Animals: Living the Pro Cycling Dream (Once in a While) em que o americano recorda os dois monumentos de 2010: "Quando se vêem as imagens, as acelerações dele não são nada naturais. É como se tivesse problemas em manter os pés nos pedais. Aquele cabrão provavelmente tinha um motor."

Os rumores não são novos, mas o livro reacendeu uma antiga discussão. Porém, Gaimon realçou que não faz qualquer acusação, apenas fala sobre o eterna suspeita de Cancellara ter um motor na bicicleta: "Eu repeti um rumor que está bem documentado e tem muitos anos. Mantenho a minha opinião, mas é só isso e se alguém abriu de facto o livro, saberia que o que disse foi longe de ser uma acusação."

Gaimon explicou que o livro pretende demonstrar uma imagem do desporto, mas disse que se alguém estiver à espera que ele seja um dos que denuncia tudo, então ficarão desiludidos. "Não refiro nenhum escândalo que não se tenha ouvido antes e provavelmente demonstro empatia para com alguns dopados que vocês querem que eu odeie. Suponho que esse tipo de leitor ficará desapontado", escreveu no comunicado. O americano, de 31 anos, refere-se ao facto de ser amigo e de defender Tom Danielson, ciclista que em 2015 acusou positivo de uma substância anabolizante e foi suspenso por quatro anos, optando por terminar a carreira.

"A história que quero contar é sobre o que significa seguir um sonho (...). É a minha verdade (...) e despendi muito tempo e emoção sobre ela, mas as minhas opiniões nem sempre são populares e eu percebo que algumas pessoas ficarão zangadas. Espero que alguns de vocês leiam para lá do barulho e desfrutem", afirmou Gaimon.

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