(Fotografia: Podium/Volta a Portugal) |
Rafael Reis tinha sido a grande perda da W52-FC Porto, que foi buscar Amaro Antunes à extinta LA Alumínios-Antarte. Rafael tinha sido o mais ganhador e líder do ranking nacional em 2016. Amaro também ganhou, mas foi batido por Alarcón, contudo, o primeiro lugar do ranking foi dele. E com o algarvio a equipa atingiu outro nível na montanha. Dizer que a vitória no Malhão, na Volta ao Algarve, foi inesperada talvez seja não valorizar como o ciclista deve ser. A concorrência era forte, mas também era sabido como Amaro conhecia bem aquela subida e em anos anteriores já tinha feito bons resultados. Desta vez venceu mesmo e deu o mote para uma época fantástica para ele e para a W52-FC Porto.
Antes de chegar à Volta a Portugal, a W52-FC Porto garantiu vitórias em algumas das mais importantes corridas nacionais: Clássica da Arrábida, Grande Prémio Jornal de Notícias, Troféu Joaquim Agostinho e Samuel Caldeira ficou com a Taça de Portugal. No périplo por Espanha, muito se falou desta equipa e não só porque Amaro Antunes e Raúl Alarcón andaram na frente. O português fechou terceiro numa etapa ganha por Nairo Quintana na Volta à Comunidade Valenciana, já o espanhol conquistou a Volta às Astúrias e uma etapa. Ficou em segundo em Madrid, com o mesmo tempo que o vencedor, Oscar Sevilla (a vitória foi decidida mediante o resultado da última etapa, com Sevilla a ser quinto e Alarcón sétimo).
Ranking nacional: 1º (3502 pontos)
Vitórias: 21 (incluindo seis etapas na Volta a Portugal e a geral e uma etapa na Volta ao Algarve)
Ciclista com mais triunfos: Raúl Alarcón (9)
Estes triunfos internacionais também demonstram que a equipa vai dando passos para outro tipo de experiência além da nacional, algo importante para quem tem planos de subir de escalão em 2019. Porém, por mais que a ambição seja competir a outro nível, a Volta a Portugal continua a ser o objectivo principal. A W52-FC Porto só não vestiu a amarela após o prólogo, mas na primeira etapa Alarcón conquistou-a e não mais a tirou. Em 11 dias a equipa ganhou seis etapas (duas por Alarcón e Gustavo Veloso, uma por Amaro e outra por Samuel Caldeira). Venceu a volta, a montanha e a classificação colectiva. Domínio total. Já são cinco Voltas consecutivas para esta estrutura.
Ainda assim, até à Serra da Estrela, penúltima etapa, foram fazendo-se contas aos poucos segundos que separavam os primeiros. No entanto, na subida à Torre, Amaro Antunes e Alarcón foram simplesmente perfeitos e não deixaram as decisões arrastarem-se para o contra-relógio final. Atrás ninguém se entendeu e ninguém tinha uma equipa tão equilibrada para fazer frente a uma dupla tão forte. Veloso teve um mau dia e António Carvalho ficou inicialmente com o sempre considerado líder da formação. Recebeu ordem para seguir para a frente, ficou no grupo de perseguidores e assim garantiu um top dez (sexto). Mais um ciclista da W52-FC Porto a realizar uma grande Volta a Portugal, que culminou uma temporada de elevado nível. Caldeira venceu finalmente uma etapa, Rui Vinhas não conseguiu nova surpresa, mas continua a ser um homem que o director desportivo não abdica para trabalhar.
Ao todo foram 21 vitórias. No ranking mundial, a W52-FC Porto ficou à frente de equipas como a Israel Cycling Team (que esteve na Volta a Portugal), da Bardiani CSF (participou no Giro) e da Manzana Postobón (competiu na Vuelta). As três pertencem ao segundo escalão.
Com tanto protagonismo não surpreenderia que Nuno Ribeiro perdesse algumas estrelas. Amaro Antunes vai dar o salto para a CCC Sprandi Polkowice, do escalão Profissional Continental, o mesmo da Caja Rural que contratou Joaquim Silva. Porém, o responsável segurou Raúl Alarcón e António Carvalho, por exemplo. César Fonte (LA Alumínios-Metalusa-BlackJack) é reforço confirmado, tal como o jovem José Fernandes (Liberty Seguros-Carglass), campeão nacional de contra-relógio de sub-23 e um dos grandes valores a despontar no ciclismo português.
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