15 de novembro de 2017

Pelotão nacional de 2018 vai ganhando forma

As equipas portuguesas estão de olhos postos em 2018, mas continuam a limar algumas arestas quanto a contratações e renovações. A W52-FC Porto anunciou em dois dias duas novas caras e a manutenção de um dos ciclistas portugueses de maior valor: António Carvalho. Em comum há a aposta dos directores desportivos em manterem os principais corredores, pelo que, depois de um ano com grandes novidades - desde os regressos mediáticos de Sérgio Paulinho, Fábio Silvestre e Edgar Pinto, às mudanças de Joni Brandão, Amaro Antunes e Alejandro Marque, por exemplo -, em 2018 vamos assistir a uma continuidade dos núcleos fortes.

Das mais recentes contratações destaca-se a subida a profissional do jovem José Fernandes (22 anos), campeão sub-23 de contra-relógio. A evolução na Liberty Seguros-Carglass deixava antever que o passo para outro nível estaria perto e a W52-FC Porto assegura um dos ciclistas mais promissores da nova geração. José Fernandes ganhou a Volta a Portugal do Futuro, foi quinto no Troféu Joaquim Agostinho e o melhor na classificação da juventude.

César Fonte irá trazer experiência à equipa de Nuno Ribeiro. Aos 30 anos abraça um novo projecto depois de um ano na LA Alumínios-Metalusa-BlackJack e três na Rádio Popular-Boavista. Antes passou pela estrutura da Efapel. O ciclista irá colmatar a saída de Amaro Antunes, sendo certamente um importante apoio a Raúl Alarcón e Gustavo Veloso, sendo de esperar que tenha alguma liberdade em certas corridas, como o director desportivo tenta sempre conceder durante a temporada.

Nuno Ribeiro bem tinha prometido que a equipa continuaria forte, apesar da saída do ciclista algarvio para a CCC Sprandi Polkowice e das incertezas quanto ao futuro de Alarcón, vencedor da Volta a Portugal, e António Carvalho (sexto na Grandíssima e com um ano recheado de excelentes resultados e prestações na ajuda aos líderes). Os últimos dois optaram por renovar.

O Sporting-Tavira foi buscar dois ciclistas desconhecidos: o russo Alexander Grigoryev (Russian Helicopters) e o italiano Nicola Toffali (0711|Cycling). Vidal Fitas também já garantiu Álvaro Trueba, corredor que estava na Efapel. Américo Silva tinha como objectivo tentar ficar com a equipa praticamente intacta. Perdeu Trueba e António Barbio (Miranda-Mortágua), mas foi buscar o experiente David Arroyo. Aos 37 anos, o espanhol pensava que iria terminar a carreira na Caja Rural, mas ao proporcionar-se este regresso a Portugal, agarrou a oportunidade. Em 2004 esteve na LA Pecol, terminando em segundo a Volta a Portugal. David Bernabéu foi o vencedor nesse ano, com Nuno Ribeiro (actual director desportivo da W52-FC Porto) a fechar o pódio e com Sérgio Paulinho a ser sexto. Agora serão companheiros de equipa. David Arroyo tem ainda experiência de World Tour, tendo estado oito anos na estrutura da Movistar.

Jorge Piedade quer colocar o Louletano-Hospital de Loulé (Aviludo-Louletano em 2018) mais perto do nível da W52-FC Porto, para assim ter novamente Vicente Garcia de Mateos na discussão da Volta a Portugal e apontar a mais vitórias noutras corridas. Luís Fernandes (Sporting-Tavira) e Juan Ignacio Perez (W52-FC Porto) estão contratados, tendo o responsável da formação algarvia aberto novamente as portas da elite a Márcio Barbosa (A.C.D.C. Trofa).

A Rádio Popular-Boavista prepara-se para a vida pós-Rui Sousa. Ficou com as principais figuras e foi buscar o veterano Yuri Trofimov (33 anos), que esteve na Caja Rural até meio da temporada transacta. Antes representou a Tinkoff e Katusha no World Tour. Também da equipa espanhola veio Oscar Pelegri e Manuel Sola chegou a ser anunciado, mas antes de assinar contrato foi conhecido um positivo num teste anti-doping, pelo que o acordo ficou sem efeito e falta um ciclista para fechar o plantel de José Santos.

Temos ainda a nova equipa: Vito-Feirense-Blackjack. É o regresso do clube ao ciclismo em ano de centenário. Vencedor da Volta a Portugal em 1990 com Fernando Carvalho, a equipa terá como director desportivo o antigo ciclista Joaquim Andrade e contará com alguns dos principais nomes da LA Alumínios-Metalusa-BlackJack: Edgar Pinto, João Matias, Hugo Sancho e Luís Afonso. Leonel Coutinho irá regressar a Portugal depois de um ano em Espanha, o marroquino Soufiane Haddi irá reencontrar Edgar Pinto, de quem foi colega na Skydive Dubai. Ricardo Vale deixa a Rádio Popular-Boavista. Três ciclistas do Sport Ciclismo São João de Ver vão estar entre a elite nacional: João Santos, Gonçalo Santos e Bernardo Saavedra.

Em 2018, a formação do Miranda-Mortágua - que este ano esteve em destaque em várias corridas, principalmente com Francisco Campos - irá subir ao escalão Continental, sem, no entanto, perder o seu carácter de formação. Além dos jovens sub-23, destaque para o regresso de Nuno Meireles ao pelotão nacional depois de uma experiência pouco feliz na equipa Bolívia, projecto que terminou a meio da temporada. António Barbio será uma das grandes figuras. Vencedor de uma etapa na Volta a Portugal em 2017, o ciclista deixa a Efapel para regressar a uma estrutura que conhece bem.

Aqui fica o que já se conhece do pelotão nacional (ordem das equipas de acordo com o ranking nacional de 2017, sendo a Vito-Feirense-BlackJack uma nova formação e o Miranda-Mortágua subiu de escalão).

W52-FC Porto-Mestre da Cor: Raúl Alarcón, António Carvalho, Gustavo Veloso, Rui Vinhas, João Rodrigues, Samuel Caldeira, Ricardo Mestre, César Fonte (LA Alumínios-Metalusa-BlackJack), José Fernandes (Liberty Seguros-Carglass);

Sporting-Tavira: Joni Brandão, Alejandro Marque, Rinaldo Nocentini, Frederico Figueiredo, Álvaro Trueba (Efapel), Alexander Grigoryev (Russian Helicopters), Nicola Toffali (0711|Cycling);

Efapel: Sérgio Paulinho, Henrique Casimiro, Daniel Mestre, Rafael Silva, Bruno Silva, Jesus del Pino, David Arroyo (Caja Rural);

Aviludo-Louletano: Vicente Garcia de Mateos, Luís Mendonça, Rui Rodrigues, David de la Fuente, André Evangelista, Oscar Hernandez, Luís Fernandes (Sporting-Tavira), Juan Ignacio Perez (W52-FC Porto), Márcio Barbosa (A.C.D.C. Trofa);

Rádio Popular-Boavista: Domingos Gonçalves, João Benta, Filipe Cardoso, David Rodrigues, Luís Gomes, Egor Silin, Yuri Trofimov (Caja Rural até Julho), Oscar Pelegri (Caja Rural);

Vito-Feirense-BlackJack: Edgar Pinto, João Matias, Hugo Sancho, Luís Afonso, Leonel Coutinho (G.D. Supermercados Froiz), Ricardo Vale (Rádio Popular-Boavista), Soufiane Haddi (Skydive Dubai-Al Ahli), João Santos (Sport Ciclismo São João de Ver), Gonçalo Santos (Sport Ciclismo São João de Ver), Bernardo Saavedra (Sport Ciclismo São João de Ver);

Miranda-Mortágua: Nuno Meireles, António Barbio, Hugo Nunes, Francisco Campos, Jorge Magalhães, Gonçalo Carvalho, Damien Cordeiro, João Rocha, José Sousa, Pedro Teixeira e Artur Chaves.

NOTA: Por lapso não foi incluída na primeira versão do texto a equipa do Miranda-Mortágua. Aqui fica o pedido de desculpa e a inclusão de uma formação que subirá de escalão e que poderá assim participar nas principais competições nacionais, como a Volta a Portugal e a Volta ao Algarve. Boas notícias para o pelotão português.



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