20 de novembro de 2017

Objectivos cumpridos, expectativas confirmadas... Menos uma

José Santos apostou para 2017 em ciclistas com características de lutadores, de quem gosta de entrar em fugas, de mexer com a corrida. Proporcionou o regresso a Portugal de Domingos Gonçalves, numa aposta mais do que ganha. João Benta voltou a uma casa que bem conhecia e isso traduziu-se em resultados. Filipe Cardoso não resistiu ao convite de estar ao lado do amigo Rui Sousa, antes de este se despedir. Além de quatro ciclistas espanhóis, a maior surpresa chegou já com a temporada a decorrer: Egor Silin. O corredor ficou sem espaço na Katusha após a reformulação do modelo da equipa, que passou a ser suíça e mais internacional a nível de ciclistas, ou seja, reduzindo drasticamente o contingente russo.

Ver uma camisola da Rádio Popular-Boavista na frente da corrida foi algo que se repetiu durante o ano. A equipa tinha ciclistas para os mais diversos percursos que foram surgindo, mas a vitória demorou a chegar. David Rodrigues abriu a contagem no Grande Prémio de Mortágua, com Domingos Gonçalves a quase proporcionar o fim-de-semana perfeito nos Nacionais. Pouco depois de ver o irmão gémeo, José, ganhar a sua primeira corrida - o Ster ZLM - ao serviço de uma equipa do World Tour, a Katusha-Alpecin, Domingos sagrou-se campeão nacional de contra-relógio e estava bem encaminhado para vestir a mesma camisola, mas na prova em linha. Uma queda estragou-lhe os planos.


Ranking nacional: 5º (1425 pontos)
Vitórias: 7 (incluindo o título nacional de contra-relógio e uma etapa na Volta a Portugal)
Ciclista com mais triunfos: Domingos Gonçalves (3)

Antes da Volta a Portugal, João Benta venceu uma etapa no Troféu Joaquim Agostinho, até que chegou a corrida mais esperada, até porque seria a última Grandíssima para Rui Sousa. A Rádio Popular-Boavista queria ver o seu líder e um dos ciclistas mais admirado e respeitado do pelotão nacional sair em grande, mas ganhar uma etapa na Volta a Portugal era o principal objectivo, fosse com quem fosse. Domingos Gonçalves esteve perto de conquistar a camisola amarela no prólogo, mas acabaria mesmo por ser Rui Sousa a ter o seu final de conto de fadas. Ou o mais próximo disso. Não ganhou a Volta, nem, foi ao pódio mas ganhou uma última tirada. Em Fafe houve festa e lágrimas. Sem este momento a época da equipa teria ficado com um vazio. Rui Sousa teve a despedida merecida.

Domingos Gonçalves ainda apareceu no final de temporada para ganhar o Troféu Concelhio de Oliveira de Azeméis e o Circuito de São Bernardo, em Alcobaça, enquanto Luís Gomes venceu o Circuito de Nafarros.

A equipa da Rádio Popular-Boavista cumpriu com os objectivos de temporada, pois há ainda que não esquecer que João Benta fechou top dez (sétimo) na Volta a Portugal. Esperava-se um pouco mais de Egor Silin, mas talvez também seja por as expectativas serem tão altas tendo em conta os sete anos de experiência do World Tour. Ainda se mostrou na Volta a Portugal, mas soube a pouco. Vamos ver o russo novamente ao serviço de José Santos em 2018. É um ciclista de qualidade e o director desportivo espera certamente tirar um maior rendimento de Silin, agora já completamente adaptado à realidade portuguesa. A sua importância será ainda maior numa altura em que se inicia um novo ciclo na estrutura: a vida pós-Rui Sousa.

»»LA Alumínios-Metalusa-BlackJack: Ambição, confiança, desilusão e revelação««

»»Pelotão nacional de 2018 vai ganhando forma««

Sem comentários:

Enviar um comentário