27 de novembro de 2017

Sky muda para o branco. E Froome, muda para o Giro por dois milhões?

Froome com o equipamento para 2018 (Fotografia: Team Sky)
Aumentam os rumores, aumentam as teorias, aumenta o suspense. E Chris Froome ajuda. Na sua conta de Twitter partilhou uma mensagem do Giro sobre o contra-relógio inaugural em Israel. Já se sabe que o grande objectivo de carreira do britânico é ganhar o quinto Tour e possivelmente um sexto. Assim seria o recordista. É o grande objectivo do ciclista e também da Sky. Mas será que dois milhões de euros são suficientes para mudar as ideias de Froome e de Dave Brailsford, responsável máximo da equipa?

A Sky apresentou esta segunda-feira o equipamento para 2018 e até há novidades, com a equipa a abandonar o tradicional preto. Momento sempre importante a nível de marketing. Contudo, quando na quarta-feira se vai conhecer ao pormenor o percurso do Giro e quando surgiu a notícia que Froome estará mesmo muito tentado a estar presente, a camisola branca passou para segundo plano num ápice.

Resumindo o que se tem passado nas últimas semanas. A organização da Volta a Itália anunciou que Israel irá receber os três primeiros dias da corrida, numa decisão inédita: nunca uma das grandes voltas começou fora da Europa. O director, Mauro Vegni, não escondeu que queria ter Chris Froome na partida em Jerusalém e afirmou que tudo faria para convencer o britânico. O ciclista da Sky já em 2017 sentiu uma pequena tentação em ir até ao Giro, mas estava (e está) demasiado concentrado em alcançar a histórica marca dos cinco Tours. Já só falta um, pelo que ir a Itália em 2018 parece algo fora de questão. Talvez em 2019, caso consiga o penta. Vegni foi insistindo. Defende que Froome tem de vencer as três grandes corridas de três semanas e só lhe falta o Giro.

Recentemente Fabio Aru confirmou que irá atacar a Volta a Itália (de 4 a 27 de Maio) e Espanha no seu primeiro ano como ciclista da UAE Team Emirates. Aproveitou para desafiar Froome a estar também na prova do seu país. O britânico e a Sky estão formatados para a Volta a França. Foi para vencer esta competição que a equipa nasceu. Ganhar este ano a Vuelta foi mais um objectivo pessoal a que Froome se propôs, já que estava cansado dos segundos lugares. Porém, a prova espanhola realiza-se depois da francesa. Logo, ganhar o Tour e perder a Vuelta não seria grave. Ganhar o Giro e depois falhar no Tour é algo inconcebível para Froome e para a Sky. Em França é para estar novamente de amarelo nos Campos Elísios em 2018.

Regressando ao dinheiro. O jornal holandês De Telegraaf e o site Cycling Weekly avançaram que estão a decorrer negociações com o ciclista e com a equipa e que o sim ao Giro estará próximo. E Israel estará a ter um papel importante. Segundo o Cycling Weekly, para receber o Giro terão sido enviados 10 milhões de euros para os cofres da RCS Sport, empresa que organiza a prova. Os responsáveis israelitas querem aproveitar o Giro para fazer uma enorme campanha turística em prol do país. Claro que ter Froome, a maior estrela das grandes voltas - agora que já não partilha esse estatuto com Alberto Contador, que se retirou -, seria absolutamente perfeito se se pensar no impacto mediático que um ciclista como o britânico tem. E para seduzir Froome terão sido oferecidos dois milhões de euros (não incluídos nos 10 referidos), valor que a ser verdade será superior ao que Lance Armstrong terá recebido em 2009.

Froome não estará na apresentação em Milão. Fabio Aru, Vincenzo Nibali e Tom Dumoulin, vencedor este ano, estarão. Como sempre, há uma enorme curiosidade em conhecer o percurso de mais uma grande volta, depois de ter sido anunciado o do Tour. No entanto, está visto que a novela será se Froome estará ou não à partida em Jerusalém. Depois haverá outros episódios que irão além da competição, com muitas organizações humanitárias a apelarem à RCS Sport para cancelar as três etapas em Israel. É impossível ignorar a questão política que rodeia esta decisão de levar a Volta a Itália até àquela zona do globo. Muito se vai falar do Giro101...

O equipamento! A Castelli já tinha apresentado uma camisola branca especial para a última Volta a França. A recepção tanto da equipa, como de muitos fãs foi boa e eis que o tradicional preto ficará em 2018 de parte, menos nos calções, que mantêm a cor. A faixa azul com o nome da equipa não é novidade. Mantém-se as pequenas riscas que sinalizam as vitórias da equipa e que tantos memes originaram na internet quando o equipamento de 2017 foi apresentado. Os ciclistas terão ainda os seus nomes nas costas.


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