4 de outubro de 2018

Floyd Landis quer salvar equipa de ciclismo

(Fotografia: Facebook Floyd's of Leadville)
Com algumas equipas a já terem confirmado o seu fim e outras à procura desesperadamente de investidores para salvar as estruturas, uma dessas soluções poderá chegar de onde menos se esperava. Nos últimos dois anos, Floyd Landis tem-se dedicado à sua loja de venda de produtos com canábis, no Colorado. Porém, quer regressar ao ciclismo como dono de uma equipa, no que diz ser uma forma de encerrar um capítulo da sua vida. Ou seja, para o americano, a melhor forma de utilizar o dinheiro que ganhou por ter denunciado Lance Armstrong é aplicá-lo novamente na modalidade, numa equipa que ajude a formar jovens ciclistas.

"Tenho uma relação conflituosa com o ciclismo, como todos sabem, mas ainda gosto e ainda me lembro de como era ser um miúdo e correr numa equipa local. Foram alguns dos melhores anos da minha vida", afirmou ao Wall Street Journal. Segundo o jornal, Landis ficou com 750 mil dólares (cerca de 652 mil euros) do dinheiro que recebeu ao denunciar o antigo companheiro de equipa, explicando o esquema de doping, que, sendo a equipa patrocinada pela US Postal, significaria que o governo americano teria sido defraudado por Amstrong.

Pagas as despesas legais de Landis, sobrou o suficiente para ajudar a Silber, equipa canadiana do escalão Continental, com o antigo ciclista a libertar também mais fundos do dinheiro ganho com a sua loja, a Floyd's of Leadville. Apesar de três equipas americanas estarem em risco de fechar devido à perda de patrocinadores - Holowesko, United Healthcare (ambas Profissionais Continentais) e Jelly Belly (Continental) - Landis preferiu apostar além fronteiras, com a licença a manter-se canadiana. "Tenho uma longa história com a USA Cycling e assumi que começaria do zero", disse.

Landis foi uma das pessoas essenciais no caso contra Armstrong, nomeadamente naquele que levaria o antigo ciclista a enfrentar o processo que lhe poderia custar 100 milhões de dólares por fraude contra o governo dos Estados Unidos. Armstrong conseguiu chegar a um acordo de cinco milhões. Porém, o próprio Landis tem um passado com doping. O americano sucedeu a Armstrong na lista de vencedores da Volta a França em 2006, depois de sete vitórias consecutivas, que lhe foram retiradas.

Landis já tinha deixado a US Postal para ser líder da Phonak Hearing Systems, por quem ganhou o Tour em 2006. No entanto, não demorou muito a ser conhecida a análise positiva de uso de testosterona durante a corrida, o que acabaria por resultar na perda da vitória, com o espanhol Óscar Pereiro a ver-lhe ser atribuída a conquista daquela edição. Landis ainda regressou ao ciclismo em 2009, ficando dois anos no nível Continental, até sair definitivamente de cena. Até agora.

Aos 42 anos, Floyd Landis poderá ser o autor um regresso pouco desejável, tendo em conta a sua suspensão e o que aconteceu na US Postal quando lá estava. "Podem-me colocar na mesma prateleira que todos os outros que querem que eu me vá embora, mas, ao fim e ao cabo, em vez de gritarem e berrarem na internet como eu deveria ir-me embora, poderiam ir e encontrar outros patrocinadores para os ajudar a promover o desporto. Essas pessoas vão continuar a falar assim e são assim que elas são", afirmou.

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