2 de outubro de 2018

A nova imagem de Sagan, o novo contrato e os novos companheiros para as clássicas

(Fotografia: © VeloImages/Bora-Hansgrohe)
É possível que nas primeiras corridas em que Peter Sagan aparecer no pós-Mundiais - talvez só em 2019 -, se irá procurar pelo ciclista naquela camisola do arco-íris que foi dele durante três anos. Às vezes não é fácil quebrar hábitos, mas pelo menos durante os próximos 12 meses é como campeão eslovaco que irá mostrar-se no pelotão, com o arco-íris a marcar presença nas mangas, como é habitual nos ciclistas que não são os campeões mundiais em título. Uma nova imagem, um novo contrato, uma Bora-Hansgrohe a arrumar a casa e a pensar a médio prazo. A próxima temporada está a ser preparada e Sagan vai receber novos reforços para as suas clássicas.

Sagan tinha mais um ano de contrato, mas o director da equipa alemã, Ralph Denk fez saber que não queria esperar por 2019 para negociar e já estava a conversar com a sua estrela. Ainda antes da corrida de fundo dos Mundiais, foi anunciado que o eslovaco tinha aceite uma proposta para ficar na estrutura até 2021, ou seja, até aos 31 anos.

Nas duas temporadas com esta equipa, que correspondem também às duas épocas da Bora-Hansgrohe no escalão World Tour, Sagan tem dado quase todas as mais importantes vitórias, com destaque para o Paris-Roubaix, quatro etapas do Tour, a camisola verde e um título mundial [os outros dois foram conquistados quando estava na Tinkoff], numa lista com muitos mais excelentes resultados. E ainda com a habitual colecção de segundos lugares, que também demonstram como Sagan está quase sempre na luta pelas corridas que têm as características para o eslovaco ganhar. Houve algumas frustrações pelo caminho, erros que serviram de lição e que ajudaram Sagan a transformar-se num dos melhores de sempre.

Depois do irmão, Juraj Sagan, ter sido o campeão nacional em 2016 e 2017, Peter recuperou este ano a distinção - e já são seis títulos de fundo -, talvez já a pensar que não teria a camisola de campeão do mundo depois da infernal corrida de Innsbruck. Assim foi. Agora será Alejandro Valverde a vestir o arco-íris. Sagan é um ciclista que até brinca com as camisolas que vai coleccionando. Vestir um equipamento normal da equipa, não é com ele. Só nos contra-relógios.

"Foi uma decisão muito directa para mim, mesmo ainda tendo mais uma época no contrato actual. Gostei destes dois anos notáveis com esta equipa e não queria sair de onde me deram tanta confiança, apoio e crença, mesmo nos momentos mais difíceis", disse Sagan quando assinou a extensão de contrato.

Este foi apenas mais um pormenor (e o mais importante) para arrumar a casa a pensar no futuro a médio prazo. A Bora-Hansgrohe surpreendeu com a contratação de Max Schachmann. É alemão, tem 24 anos e evoluiu muito nos dois anos na Quick-Step Floors. Será mais um ciclista para apontar para as grandes voltas e pode dar muito a esta equipa nas provas por etapas, sendo mais uma opção a Rafal Majka e a Emanuel Buchmann. Apesar de Sagan ser aquele que centra quase todas as atenções, a Bora-Hansgrohe quer começar a olhar para gerais, com Majka a não estar a conseguir assumir esse papel, ainda que continue a ter a confiança dos directores. Mas Schachmann é o futuro.

No entanto, uma das preocupações continua a ser fortalecer o bloco das clássicas em redor de Sagan. O italiano Oscar Gatto deixa a Astana para reencontrar-se com o eslovaco, de quem foi colega na Tinkoff em 2016. O luxemburguês Jempy Drucker deixa a BMC de Greg van Avermaet para se juntar a Sagan. Daniel Oss renovou, apesar de também ele não estar em final de contrato, o que demonstra como Ralph Denk quer que Sagan tenha cada vez mais e a melhor ajuda. Em 2017 esteve demasiado só, este ano Oss foi um escudeiro leal, mas era ainda pouco. Aos poucos o bloco vai ganhando força. E claro, Juraj Sagan também já renovou até 2021.

Lukas Pöstlberger, Maciej Bodnar e até o veterano de 35 anos, Marcus Burghardt - visto como o capitão da equipa -, assinaram até 2020, no caso do austríaco, e 2021.

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