12 de outubro de 2018

Valverde com bicicleta personalizada na Lombardia à procura de entrar em grupo restrito

(Fotografia: © Photo Gomez Sport)
Que ninguém tenha dúvidas: Alejandro Valverde é o campeão do mundo e vai estar equipa completamente a rigor. Além da mítica camisola do arco-íris, o ciclista terá agora uma bicicleta com as várias cores em todos os pormenores da máquina. Do quadro, às rodas, não esquecendo a pedaleira. A sua Canyon Ultimate CF SLX é de tirar a respiração e vai certamente destacar-se entre as bicicletas no pelotão. Valverde pode não estrear a camisola na Lombardia, como é tradição (que Peter Sagan, por exemplo, não seguiu de todo), pois já vez duas corridas em Itália, mas a bicicleta fará a sua primeira presença no último monumento do ano.

E que também não se tenha dúvidas: Valverde vai à Lombardia para ganhar. Foi 15º na Tre Valli Varesine e fechou o pódio na Milano-Torino, na quarta-feira. Mas é o próprio quem diz que é a Lombardia que interessa. pois até agora aproveitou para desfrutar do momento única que vive na carreira. A Lombardia é um monumento que lhe assenta bem e no qual já fez dois segundos lugares, em 2013 e 2014. Ganhar significaria conquistar o seu quinto monumento, depois de já ter quatro Liège-Bastogne-Liège. E entraria para o restrito grupo de ciclistas que ganhou os Mundiais e a Lombardia no mesmo ano.

O último foi Paolo Bettini em 2006. Alfredo Binda fê-lo em 1947, Tom Simpson em 1965, Eddy Merckx em 1971, Felice Gimondi em 1973, Giuseppe Saronni em 1982 e Oscar Camenzind em 1998. 

Valverde terá uma forte concorrência de ciclistas que estão a terminar bem a época. Romain Bardet (AG2R) quererá uma desforra dos Mundiais (foi segundo), Thibaut Pinot (Groupama-FDJ) venceu duas etapas na Vuelta e a Milano-Torino, Simon Yates (Mitchelton-Scott) venceu a Volta a Espanha, mas poderá estar numa fase mais de descompressão, com o irmão Adam a estar, talvez, mais forte.

Desde o pódio na Vuelta que se espera sempre que Enric Mas (Quick-Step Floors) dê espectáculo, tal como Michael Woods, vencedor de uma etapa na Volta a Espanha e terceiro nos Mundiais. Primoz Roglic (Lotto-Jumbo) quer terminar 2018 em grande depois da frustração dos Mundiais - a equipa terá ainda George Bennett e Steven Kruijswuijk -, mas de um excelente Tour. Entre os colombianos, Egan Bernal (Sky) será o favorito, ainda que na sua equipa, também se espera que Gianni Moscon apareça em grande, como aconteceu na preparação para os Mundiais. O compatriota de Bernal, Iván Sosa (Androni Giocattoli-Sidermec), também estará debaixo de olho. Não se espera que ganhe, mas será mais um teste, ele que se prepara, possivelmente, para ser colega de equipa de Bernal em 2019.

Bauke Mollema (Trek-Segafredo), Wilco Kelderman (Sunweb), Ilnur Zakarin (Katusha-Alpecin), Rafal Majka (Bora-Hansgrohe), Jakob Fuglsang e o trio da Lotto Soudal Tim Wellens, Tiesj Benoot e Thomas de Gendt, são todos corredores que podem estar na discussão da corrida. Giulio Ciccone (Bardiani-CSF) é um jovem italiano muito interessante, que está a caminho da Trek-Segafredo e apresenta-se bem neste final de temporada.

(Fotografia: © Photo Gomez Sport)
Falta a UAE Team Emirates que junta o trio Rui Costa, Daniel Martin e Fabio Aru. Só o irlandês venceu esta temporada e logo no Critérium du Dauphiné e Volta a França. O top dez de Rui Costa nos Mundiais foi animador, mas mais um bom resultado no monumento, em que foi terceiro em 2014 (atrás de Martin e Valverde), não faria mal nenhum, numa altura em que ainda não foi anunciado o seu futuro para 2019. Aru pode ter contrato, mas teve um ano para esquecer.

Além de Rui Costa, haverá outro português em prova, com Nelson Oliveira a estar ao lado do campeão do Mundo, Alejandro Valverde, na Movistar. E há que voltar à nova bicicleta do espanhol. Esta Canyon tem componentes e roda da Campagnolo - note-se o pormenor nas letras da rodas com as cores do momento -, o selim é Fizik e também tem pormenores do arco-íris. O porta-bidões é da Elite, branco com um detalhe dourado, em homenagem, desta feita, à medalha de ouro ganha nos Mundiais, além da camisola do arco-íris.

A 112ª edição da Lombardia começa em Bergamo e 241 quilómetros depois chega a Como. Vincenzo Nibali (Bahrain-Merida) venceu em 2015 e 2017 e claro que tem de surgir como candidato. Porém, a lesão na vértebra devido à queda provocada por um espectador no Tour, estragou-lhe os principais objectivos na temporada: Volta a França e Mundiais. Não esteve ao nível que gostaria em Innsbruck e é uma incógnita o que poderá fazer na Lombardia.

Entre os ausentes, de destacar Miguel Ángel López (Astana) que terminou a época na Milano-Torino, dizendo que não se tinha preparado para fazer mais uma longa distância como os 241 quilómetros da Lombardia. Julian Alaphilippe (Quick-Step Floors) é ausência de última hora, devido a cansaço, depois de uma época espectacular. Michal Kwiatkowski (Sky) também finalmente descansou. Johan Esteban Chaves (Mitchelton-Scott), vencedor em 2016, só regressará na próxima temporada, depois de lhe ter sido diagnosticada uma mononucleose, que o afectou na Volta a Itália. Não compete desde então.



Sem comentários:

Enviar um comentário