(Fotografia: © VeloImagens/Bora-Hansgrohe) |
A Lombardia vai ter novamente o campeão do mundo. O último monumento do ano tem por tradição ser onde o campeão mostra pela primeira vez a camisola, mas como Peter Sagan não vê na corrida italiana uma que possa ganhar, nunca lá foi nos três anos em que vestiu a camisola arco-íris, Alejandro Valverde vai retomar a tradição no sábado. Bom, quase. O espanhol já fez duas corridas em Itália, mas será o regresso à Lombardia de um campeão do mundo, depois de Michal Kwiatkowski em 2014. Sagan já concluiu a temporada e está agora a pensar na próxima, enquanto vai promovendo o seu livro, "My World" (O Meu Mundo). Para o eslovaco não há qualquer lamento por não vestir mais a camisola, pois até admite que estava a tornar-se num fardo. No entanto, não resistiu em tocar mais uma vez na camisola, subindo ao pódio para passar o testemunho a Valverde.
O gesto de Peter Sagan valeu-lhe muita atenção, só ultrapassada pelo facto do campeão ser um ciclista que já tinha feito seis pódios nos Mundiais e aos 38 anos conseguiu finalmente o tão desejado título. Mas afinal, o que levou Sagan a subir ao pódio e entregar a medalha de campeão a Valverde? "A ideia surgiu-me porque no boxe passam o cinto [de campeão]. Perguntei à UCI se era possível. Estava orgulhoso por poder passar ao Alejandro e ele ficou feliz com isso. Disse-lhe para aproveitar a camisola e levá-la à volta do mundo", explicou o ciclista, durante a apresentação do seu livro em Londres.
Mas Sagan tinha de dar um toque... à Sagan: "Dei-lhe o prémio porque, pelo menos, tinha a possibilidade de tocar na nova camisola de campeão do mundo, que durante três anos esteve comigo e estava a tornar-se num fardo." Não se alongou quanto a este aspecto, mas recordou a corrida de Innsbruck e como foi um dia difícil. Nunca escondeu que estaria presente para representar o seu país e porque, afinal, era o tricampeão. Contudo, ganhar, era impossível. "Tenho 80 quilos, o que poderia fazer num percurso como aquele?"
A muita montanha tirou a possibilidade de Sagan seguir a sua saga nos Mundiais e nem terminou a corrida. Como termo de comparação, Valverde pesa 61 quilos. Agora é tempo de olhar em frente, vestindo novamente a camisola de campeão eslovaco, com as riscas do arco-íris nas mangas para nunca ninguém se esquecer que se está perante um campeão do mundo, como acontece com Rui Costa, Kwiatkowski, Philippe Gilbert e Mark Cavendish.
Conquistar o quarto título não está, por agora no topo das prioridades de Sagan. Num outro evento em Londres, agora para um dos patrocinadores da equipa, a Hansgrohe, o ciclista, de 28 anos, afirmou que falta muito para os Mundiais de Yorkshire para pensar em ganhá-los. Primeiro vêm as clássicas e o Tour. Quanto às clássicas, não está afastada a hipótese de uma alteração no habitual calendário.
"Gostaria de ganhar outra vez a Flandres ou Roubaix. E quero continuar a tentar ganhar a Milano-Sanremo." Até aqui não há surpresas, mas: "Dependerá de como me sentir depois de Roubaix, se vou depois à Amstel [Gold Race] ou à Liège [-Bastogne-Liège]. Nunca fiz esse duro calendário." Este ano esteve na Amstel Gold Race, terminando em quarto. Se for à Liège-Bastogne-Liège, será uma estreia de Sagan neste monumento.
Já a Lombardia continuará de fora dos seus planos. É o mais montanhoso dos monumentos, pelo que talvez se vier na carreira a conquistar a Milano-Sanremo e a Liège-Bastogne-Liège, então a Lombardia seja equacionada de forma a ficar na história como um dos poucos que ganhou os cinco, juntando-se a Eddy Merckx, Rik Van Looy e Roger De Vlaeminck. Já participou duas vezes neste derradeiro monumento do ano, em 2010 e 2013. Não terminou nenhuma das corridas.
Já a Lombardia continuará de fora dos seus planos. É o mais montanhoso dos monumentos, pelo que talvez se vier na carreira a conquistar a Milano-Sanremo e a Liège-Bastogne-Liège, então a Lombardia seja equacionada de forma a ficar na história como um dos poucos que ganhou os cinco, juntando-se a Eddy Merckx, Rik Van Looy e Roger De Vlaeminck. Já participou duas vezes neste derradeiro monumento do ano, em 2010 e 2013. Não terminou nenhuma das corridas.
Sucedem-se os eventos e as entrevistas de Sagan. Agora ao The Telegraph, o tema foi a possibilidade de Sagan ir atrás da camisola amarela na Volta a França. E não apenas para a vestir por um ou poucos mais dias, como já o fez. Vesti-la nos Campos Elísios. "Sabe-se lá o que me vai acontecer [se mudar o seu corpo para disputar uma grande volta]. Se eu perder peso será que vou continuar a ser tão forte? Posso não ser o mesmo homem que sou. Talvez perca a minha natureza. O meu sentimento é: porquê mudar algo que está a funcionar."
Portanto, é nas clássicas que Sagan quer deixar ainda mais a sua marca e nos sprints. Quanto aos Mundiais, mais para o final de Julho, quando talvez esteja nos Campos Elísios com a sua sétima camisola verde dos pontos, já se possa perguntar-lhe se vai tentar recuperar a camisola que Alejandro Valverde agora veste. Agora é tempo de compromissos extra-competição, pois na estrada, só está programado ver-se novamente Sagan no início de 2019, na Austrália, como tanto gosta de arrancar a temporada.
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