23 de outubro de 2018

Rui Costa com futuro finalmente definido

(Fotografia: bettiniphoto.net/UAE Team Emirates)
As contratações tem vindo a ser anunciadas nas últimas semanas, mas a continuidade de Rui Costa na equipa árabe só agora foi conhecida. Está confirmado que a UAE Team Emirates terá três portugueses em 2019: um campeão do mundo e dois dos grandes talentos da nova geração. Rui Costa renovou por uma temporada e irá assim apadrinhar a estreia dos gémeos Oliveira no World Tour.

Não foi um ano fácil para o ciclista português. Depois de quatro temporadas como um dos líderes, Rui Costa viu a UAE Team Emirates fazer-se valer do crescente poderio monetário, desde que ficou com a estrutura da antiga Lampre-Merida, para contratar outras figuras do pelotão internacional. Chegaram Daniel Martin e Fabio Aru para liderar a equipa nas grandes voltas. Ficava então a dúvida que papel iria ter Rui Costa. Para piorar o panorama, uma lesão no joelho devido a uma queda no Paris-Nice, no início de Março, limitou-o de tal maneira, que o poveiro acabou por ter poucas oportunidades para mostrar que podem continuar a contar com ele para lutar por vitórias e também para estar ao lado de Martin e Aru.

Tinha a Volta a França no seu calendário, mas a lesão obrigou-o primeiro a não competir na Volta à Suíça - corrida que ganhou três vezes - e depois falhou também o Tour, não sendo chamado mais tarde para a Vuelta, para fazer antes as clássicas do Canadá. Ficou sem grandes voltas em 2018. O melhor de Rui Costa apareceu nos Mundiais de Innsbruck, com uma excelente exibição e um 10º lugar, mesmo com cãibras a afectá-lo na infernal subida final.

A UAE Team Emirates explicou no anúncio da renovação de Rui Costa, que o departamento médico disse que o problema no joelho está ultrapassado, referindo como a continuidade do português e também do australiano Rory Sutherland (36 anos) contribui para a estrutura robusta da equipa para a próxima época.

Rui Costa (32 anos) chegou em 2014 à formação então italiana da Lampre-Merida como campeão do mundo. A temporada anterior foi a melhor da carreira. Além da camisola do arco-íris, ganhou duas etapas no Tour, tendo três no total. Quis procurar mais espaço e não ficar tão preso aos calendários e objectivos dos líderes da Movistar, Nairo Quintana e Alejandro Valverde. Porém, nunca teve a equipa construída em seu redor que esperava na Lampre-Merida. Nas duas primeiras temporadas teve um fiel companheiro: Nelson Oliveira, mas desde que o ciclista fez o percurso inverso e foi para a Movistar, que Rui Costa ficou desamparado na perseguição do sonho de um top dez na Volta a França.

Acabou por mudar a estratégia para perseguir novamente grandes vitórias. No ano em que a UAE Team Emirates salvou a estrutura da Lampre, patrocinador que deixou o ciclismo depois de mais de 20 anos de apoio, venceu "em casa" na Volta a Abu Dhabi, para satisfação dos novos patrões. Estreou-se no Giro e ficou perto da vitória de etapa, somando três segundos lugares. Mais tarde também fez a sua primeira Vuelta, mas já sem o fulgor do início de época. Rui Costa parecia estar a reencontrar-se com os melhores resultados, mas 2018 acabou por ser um ano abaixo das expectativas, muito devido à lesão no joelho.

Rui Costa, tal como Sutherland, só renovaram por ano, mas farão parte de uma equipa que não só aposta na experiência, como vai olhando para o futuro. Além dos gémeos Oliveira (22 anos), contratou Tadej Pogacar, esloveno de 20 anos que venceu o Tour de l'Avenir, Tom Bohli, suíço de 24 anos da BMC e o sprinter colombiano Juan Sebastián Molano (20 anos e está na Manzana Postobón).

Outro dos reforços será mais um colombiano, o campeão nacional. Sebastian Henao deixa a Sky depois de sete épocas na equipa britânica para aos 30 anos procurar também ele um pouco mais de liberdade.

A UAE Team Emirates ambiciona ser uma das potências do ciclismo mundial, mas 2018 ficou muito aquém do desejado. Apenas 12 vitórias, com as duas na Volta a França a salvarem a temporada, que teve em Fabio Aru a maior das desilusões. Daniel Martin e Alexander Kristoff conquistaram as tiradas no Tour - a de Kristoff foi o sempre desejado triunfo nos Campos Elísios -, com Martin a ter ainda uma vitória no Critérium du Dauphiné.


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