10 de outubro de 2018

23 dias de competição em três anos. Intxausti quer sentir-se ciclista e vai regressar a casa

(Fotografia: Euskadi-Murias)
Em três anos com a Sky, apenas competiu 23 dias. Quando Beñat Intxausti assinou pela equipa britânica pensou que estava a dar um grande passo na carreira, depois de na Movistar se ter tornado não só num homem importante de trabalho, mas também por mostrar capacidade de conquistar resultados muito relevantes. A transferência de sonho acabou por se transformar num pesadelo devido a uma mononucleose.

Nem Intxausti, nem a equipa desistiram de recuperar da doença, com a Sky até a renovar contrato com o ciclista para 2018. Mas é tempo de seguir outro caminho e o espanhol não vai terminar a carreira, pois acredita que ainda tem algo para dar no ciclismo e a Euskadi-Murias dar-lhe-á a oportunidade que procura.

"Estou a sentir-me bem agora e ansioso por o que aí vem no futuro. Acredito neste projecto. No nosso projecto. O projecto líder no ciclismo basco. E sei que a equipa está a trabalhar para progredir passo a passo, tratando bem dos jovens corredores bascos", salientou Intxausti, no comunicado da equipa. É um regresso a casa depois de ter passado um ano na entretanto extinta Euskaltel-Euskadi, antes de assinar pela Movistar, que representou durante cinco temporadas.

Duas vitórias de etapas no Giro, bons resultados no Critérium du Dauphiné e Volta ao País Basco, por exemplo, colocaram Intxausti como um dos mais interessantes ciclistas espanhóis e a Sky viu o seu potencial. Em 2016, até começou muito bem com um terceiro lugar na Volta à Comunidade Valenciana, no início de Fevereiro. Depois desapareceu até Junho, estando na Volta à Eslovénia. Em Julho foi à Volta à Polónia, mas o pesadelo tinha vindo para ficar.

Uma mononucleose não deixou o ciclista prosseguir ao mais alto nível. Tentou um regresso em 2017, em Julho. Não terminou a Clássica de San Sebastian. Nova tentativa em Outubro, na Volta a Guangxi. Abandonou na segunda etapa. A Sky manteve o apoio a Intxausti e ofereceu-lhe mais um ano de contrato. Em 2018 esteve na Volta à Noruega, em Maio. Não acabou a primeira etapa. Seguiu-se a Hammer Stavanger, competição colectiva, mas individualmente esteve na Clássica de Hamburgo em Agosto. Novo abandono.

Mark Cavendish (Dimension Data) é outro ciclista que sofre do mesmo problema. Apesar de não ter conseguido repetir a forma de outrora e está novamente numa fase de recuperação, o britânico ainda regressou à competição com algum nível. A expectativa é que esta segunda paragem seja o necessário para em 2019 estar novamente preparado para lutar por vitórias.

A vida de Intxausti tem sido bem mais difícil, mas a Euskadi-Murias quer contar com o ciclista. "Para nós é muito importante ter o Beñat Intxausti na próxima temporada. Ele está entre os melhores ciclistas bascos, apesar de ter tido maus anos. Mas nós queremos trabalhar com ele para atingirmos grandes resultados", afirmou o director da equipa, Jon Odriozola.

A Euskadi-Murias, uma presença habitual em Portugal, subiu este ano ao escalão Profissional Continental e recebeu o desejado convite para a Vuelta. Esteve sempre activa e o grande momento chegou quando o jovem Óscar Rodríguez conquistou La Camperona, numa vitória de etapa inesperada. A equipa garantiu que irá continuar no segundo escalão e já vai ambicionando ir mais além. O objectivo máximo será ter novamente uma equipa basca no World Tour.

"A equipa está a construir um lugar entre as melhores e foi especialmente boa em 2018, conquistando resultados importantes. É por isso que aposto nesta equipa", realçou Intxausti. Noutras declarações, à Euskal Irrati Telebista, o ciclista afirmou ter recebido outras propostas, mas que a confiança que foi depositada nele pela Euskadi-Murias, foi importante no momento de escolher a equipa basca, onde espera, aos 32 anos, voltar a sentir-se ciclista.

Intxausti é a primeira contratação para 2019 da Euskadi-Murias e assinou contrato por um ano.

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