29 de outubro de 2018

Saiu da "reforma" para celebrar os 107 anos a fazer o que mais gosta

(Imagem: Print screen)
Os médicos aconselharam-no a evitar grandes esforços, o que significou que tinha de acabar com as tentativas de recordes da hora e os respectivos treinos para os alcançar. Para Robert Marchand foi um momento triste quando, em Janeiro, anunciou que ia deixar o ciclismo, pois pedalar só poderia ser feito de uma forma relaxada. "A bicicleta acabou. Era a única coisa que me interessava", disse então. No entanto, este francês, recordista da hora, está agora de volta.

Marchand fez com que a UCI tivesse de criar categorias para as suas marcas. A menos de um mês de celebrar o 107º aniversário, Marchand saiu da "reforma", regressou ao velódromo onde passou tantas horas a pedalar e está novamente a fazer o que mais gosta, já com os olhos postos no próximo objectivo. Mas não será outro recorde da hora.

A 26 de Novembro, dia do seu aniversário, Marchand quer estar na estrada, na zona de Ardeche, no sul de França, para percorrer os 15 quilómetros entre Privas e Le Pouzin. "Não devemos deixar-nos amolecer. No dia em que ficares apenas sentado no sofá e parares de te mexer, estás lixado", disse Marchand à France Info. Explicou que tenta sempre fazer algum exercício todos os dias, "nem que seja somente 20 minutos".

A UCI não estará disposta a validar mais nenhuma tentativa de recorde por parte do ciclista, como forma de salvaguardar a saúde de Marchand, mas no regresso à bicicleta, no velódromo de Saint Quentin, em Yvelines, o francês recebeu uma camisola com as cores do arco-íris e uma medalha.

Marchand precisou de ajuda para começar a pedalar, mas mal entrou no seu ritmo, esteve uma hora no velódromo, seguido de perto por outro ciclista. Este francês tornou-se num exemplo de vida, com os seus recordes da hora a serem notícia um pouco por todo o mundo. 22.547 quilómetros é a marca que estabeleceu em Janeiro de 2017, na categoria de mais de 105 anos. Na de mais de 100 anos, o recorde da hora de Marchand é de 26.925 quilómetros, alcançado em 2014.

Além dos seus feitos, Marchand também chamou a atenção pela sua história vida. Foi bombeiro, condutor de autocarros, agricultor, passou pelas duas Guerras Mundiais, a Primeira ainda criança - contou que se recorda dos sinos da igreja a tocar e as pessoas a gritar que a guerra tinha acabado - e durante a Segunda foi para a Venezuela, onde criou frangos. Foi depois lenhador no Canadá e regressou a França em 1960, começando por ser jardineiro, antes de se tornar num vendedor de vinhos. Como desportista foi ginasta e pugilista, além de ter a paixão pelo ciclismo.



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