Bernal foi uma das figuras de 2018, tendo ganho a Volta à Califórnia
(Fotografia: Facebook AMGEN Volta à Califórnia) |
69 vitórias, incluindo etapas em todas as grandes voltas e dois monumentos. E a época ainda não acabou! Os números e a qualidade das conquistas fazem da Quick-Step Floors uma das equipas mais poderosas do pelotão. Ainda assim, o tempo passa e não aparece um patrocinador principal para 2019. A estrutura vai continuar, mas sem um investimento forte, está a tornar-se difícil segurar alguns ciclistas. Um até poderá estar a preparar-se para quebrar contrato. Por outro lado, há uma Sky, segura no orçamento a rondar os 40 milhões que lhe permite segurar quem quer e contratar quem gosta. Também ganha muito e bem (41 vitórias, incluindo o Giro e o Tour), contudo, enquanto a formação britânica se dá ao luxo de oferecer a Egan Bernal um contrato de cinco anos, a Quick-Step Floors pode perder Fernando Gaviria.
Começando por Bernal. A Sky não hesitou pagar à Androni-Sidermec-Bottecchia para que libertasse o jovem colombiano mais cedo do seu contrato. Não havia grandes dúvidas do seu talento e Bernal conquistou o World Tour a cada pedalada que deu, vencendo com uma tremenda categoria a Volta à Califórnia, o que praticamente forçou a equipa a antecipar a estreia numa grande volta, levando-o ao Tour. E que bem esteve como gregário, sendo inevitável que não demore muito a ter oportunidade de ser líder em três semanas, mesmo que só tenha 21 anos.
Se Chris Froome e também Geraint Thomas vão continuar no topo da hierarquia, a Sky quer garantir que Bernal estará preso por contrato quando chegar o seu momento e o colombiano assegurou que não se vê a competir noutra equipa, depois de ter tido um 2018 tão positivo, mesmo que duas quedas o tenham deixado muito mal tratado. A última, na Clássica de San Sebastian, afastou-o das corridas desde o início de Agosto.
"Sinto como se fosse uma nova etapa na minha vida. Sei que cinco anos é muito tempo e não é comum no ciclismo, mas a equipa tem sido óptima para mim. Dão-me tudo o que poderia querer e estou animado com o futuro", salientou o ciclista. E, de facto, cinco anos é algo muito anormal no ciclismo. São muitos os corredores mais do que habituados a pensar em contratos todos os anos, principalmente no escalão Continental. Mais normal no primeiro e segundo escalão são os dois anos de vínculo. Mais do que isso, normalmente significa estar-se perante um ciclista de topo e de uma equipa com um futuro bem seguro, como o caso da Sunweb, que há um ano renovou com Tom Dumoulin até 2021.
O director da equipa, Dave Brailsford, não hesita em dizer: "Um acordo de cinco anos é excepcional, mas Egan é um talento excepcional." Para o responsável, está-se perante um ciclista que tem potencial para ganhar as corridas mais importantes nos próximos anos. Salientou ainda como Bernal faz parte da próxima geração de ciclistas da Sky, ao lado de Tao Geoghegan Hart, Pavel Sivakov e Gianni Moscon. O britânico deverá então ser o próximo a ver a sua renovação anunciada, já que, ao contrário de Bernal, está em final de contrato. O russo e o italiano estão garantidos até 2020. Como curiosidade, Chris Froome (33 anos) tem contrato também até 2020 e Geraint Thomas (32) renovou até 2021.
Os três ciclistas mais jovens referidos estão garantidos por estarem numa equipa como a Sky, pois no ciclismo um contrato nem sempre é garantia de segurança profissional. Que o diga Fernando Gaviria. O colombiano, que demonstrou que no país não se criam apenas trepadores, mas também sprinters de topo mundial, tem contrato com a Quick-Step Floors até 2019, mas poderá sair para a UAE Team Emirates.
A notícia da Gazzetta dello Sport caiu que nem uma bomba. Não há confirmação oficial de nenhuma das equipas, mas o jornal italiano escreve que as negociações entre as formações já chegaram a bom porto e que o ciclista tem um acordo com a equipa de Rui Costa. Não está esclarecido se a UAE Team Emirates irá pagar uma compensação à Quick-Step Floors. Mas reitere-se: não há confirmação oficial.
Mesmo sendo uma equipa que ganha com vários ciclistas, perder Gaviria (24 anos - nove vitórias em 2018) será sempre uma situação que não agradará a ninguém na estrutura, mas poderá ser um mal necessário dado o peso que o ordenado do ciclista tem no orçamento da equipa. Patrick Lefevere tinha avisado que ao faltar um patrocinador principal para 2019, seria difícil segurar todo o actual plantel. Niki Terpstra - que este ano venceu a Volta a Flandres e também venceu um Paris-Roubaix em 2014 - foi o primeiro a anunciar a saída. Vai para a Direct Energie, do escalão Profissional Continental. Laurens de Plus irá mudar-se para a Jumbo. E seguiu-se o jovem talento alemão Maximilian Schachmann, que assinou pela Bora-Hansgrohe. Petr Vakoc deverá ser o próximo a sair.
Remco Evenepoel é a grande contratação. O júnior que proporcionou uma corrida memorável nos Mundiais de Innsbruck tem apenas 18 anos. Não é de afastar que venha a aparecer em grande em algumas corridas, mas a sua juventude e o facto de ir saltar o escalão de sub-23 para ir directo para a elite, faz com que se espere que a Quick-Step Floors procure evoluir com calma este enorme talento, para não saltar nenhum processo que seja importante para o futuro.
Julian Alaphilippe, Bob Jungels, Elia Viviani e Philippe Gilbert estarão (para já) garantidos para 2019, com Álvaro Hodeg (outro sprinter colombiano) e Fabio Jakobsen a poderem ter o ano da confirmação na próxima temporada. Não esquecendo ainda nomes como Yves Lampaert e Zdenek Stybar.
Já Enric Mas poderá ser mais uma incógnita. A Astana estará interessada em tirar o espanhol já da equipa belga. Tem mais um ano de contrato com a Quick-Step Floors, mas o segundo lugar na Vuelta e o facto da equipa belga não ter como principal aposta as gerais nas grandes voltas, poderá abrir a porta de saída ao ciclista. Se não for já, será difícil segurá-lo no próximo ano.
Já Enric Mas poderá ser mais uma incógnita. A Astana estará interessada em tirar o espanhol já da equipa belga. Tem mais um ano de contrato com a Quick-Step Floors, mas o segundo lugar na Vuelta e o facto da equipa belga não ter como principal aposta as gerais nas grandes voltas, poderá abrir a porta de saída ao ciclista. Se não for já, será difícil segurá-lo no próximo ano.
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