(Fotografia: Facebook Quick-Step Floors) |
Custou, mas numa altura em que a incerteza ameaçava tornar-se alarmante, Patrick Lefevere encontrou o patrocinador que irá permitir a equipa manter um orçamento forte, para que possa continuar a ser das equipas mais competitivas do pelotão. É de longe a mais ganhadora - 69 vitórias em 2018 -, mas a possibilidade de ter de poupar algum dinheiro e gerir um orçamento mais curto, estava a obrigar o director da equipa a deixar sair alguns dos seus ciclistas sem dar grande luta para os manter. O maior susto terá sido a possibilidade de Fernando Gaviria quebrar contrato e sair já no final do ano.
A partir de Janeiro a equipa belga será a Deceuninck - Quick-Step. A empresa de fabrico de janelas acredita que ao patrocinar uma das melhores estruturas de ciclismo do mundo será uma forma de expor mais a marca. E não é difícil perceber porquê. Só este ano a equipa conquistou dois monumentos e 13 etapas em grandes voltas, mais a camisola do rei da montanha no Tour, numa longa lista de triunfos que fez com que a Quick-Step Floors estivesse o ano todo a ser falada, como é prática habitual quase todas as temporadas.
"A contínua atenção dos meios de comunicação social durante todo o ano irá fortalecer a nossa marca Deceuninck e irá fazer com que nós e os nossos parceiros sejam a escolha preferida do consumidor", afirmou Jérôme De Bruycker, responsável pelo marketing da empresa na Europa.
Para Levefere é o momento para começar a preparar definitivamente o futuro com mais garantias, agora que tem fechado um patrocinador principal. "Devido ao compromisso deles [Deceuninck] e dos nossos outros parceiros, a equipa pode pensar no futuro e construir no que alcançámos nesta época excepcional. Temos demonstrado durante os anos que somos uma das equipas mais importantes do desporto e os nossos resultados garantem tanto exposição como visibilidade internacional", salientou o director da estrutura belga.
Têm sido meses de incerteza depois da Quick-Step ter anunciado que não queria continuar como patrocinador principal da equipa. Tem sido um aliado de longa dada, desde os anos 90, umas vezes como o mais importante patrocinador, outras como secundário. Mesmo com uma senda impressionante de vitórias, Lefevere viu o tempo passar, sem que surgisse alguém que assumisse o lugar vago. Isto significou que, apesar da continuidade da equipa não ter estado em perigo - foi levantada a hipótese de se chamar Wolfpack, a alcunha da formação -, renovar contratos tornou-se numa missão complicada.
Sem hipótese de igualar as exigências de alguns ciclistas, Lefevere viu Niki Terpstra - que este ano venceu a Volta a Flandres e também venceu um Paris-Roubaix em 2014 - ser o primeiro a anunciar a sua saída. Vai para a Direct Energie, do escalão Profissional Continental. Laurens de Plus irá mudar-se para a Jumbo e seguiu-se ainda o jovem talento alemão Maximilian Schachmann, que assinou pela Bora-Hansgrohe.
Há poucos dias, a Gazzetta dello Sport noticiou que Fernando Gaviria não ira cumprir o ano de contrato que falta e mudar-se-ia para a UAE Team Emirates em 2019. O acordo entre equipas e com o ciclista já estariam definidos. Nenhum dos intervenientes confirmou a informação, mas a necessidade de controlar algumas despesas poderia obrigar a Quick-Step Floors a deixar sair uma das suas grandes estrelas. Também Enric Mas poderia seguir o exemplo de Gaviria, mas iria para a Astana.
Se estes casos foram hipóteses, com a entrada da Deceuninck é possível que não se venham a confirmar. Além das renovações e de segurar quem tem contrato, falta saber se haverão mais reforços. Para já, a contratação conhecida - e uma das mais faladas - é a do campeão mundial de juniores Remco Evenepoel, que irá já dar o salto para a elite, estando a estreia prevista na Volta a San Juan, na Argentina.
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