15 de abril de 2019

W52-FC Porto aposta na experiência para a estreia numa corrida World Tour

(Fotografia: © João Fonseca Photographer)
No seu primeiro ano como equipa Profissional Continental, a W52-FC Porto conseguiu concretizar um dos seus objectivos: participar numa corrida World Tour. É já esta terça-feira na Volta a Turquia que a formação do Sobrado irá partir para a primeira de seis etapas, numa competição que contará com apenas seis formações do principal escalão. Nuno Ribeiro escolheu um lote de ciclistas com muita experiência, incluindo três vencedores da Volta a Portugal: Raúl Alarcón, Ricardo Mestre e Gustavo Veloso.

Com o vencedor da Volta ao Alentejo, João Rodrigues, a ficar de fora das escolhas devido a uma virose, Edgar Pinto, Samuel Caldeira, Rafael Reis e Tiago Ferreira (o mais novo, 24 anos) completam a W52-FC Porto, que na primeira tirada terá pela frente 156,7 quilómetros entre Istambul e Tekirdag. Espera-se uma chegada ao sprint, a especialidade que tem alguns dos nomes mais fortes do pelotão, o que significa uma forte concorrência para Samuel Caldeira.

Sam Bennett (Bora-Hansgrohe), Caleb Ewan (Lotto Soudal), Fabio Jakobsen (Deceuninck-QuickStep e vencedor de uma etapa na Volta ao Algarve) e Juan Sebastián Molano (UAE Team Emirates) lutarão por vitórias neste tipo de tiradas. A Volta à Turquia também marcará um novo regresso de Mark Cavendish à competição, com a Dimension Data desejosa de perceber como está o seu ciclista após mais uma paragem devido ao vírus Epstein-Barr.

Entre as equipas do World Tour falta referir a Astana, que dará oportunidade aos cazaques menos utilizados nas grandes competições, mais o eritreo Merhawi Kudus, um candidato à vitória na geral. Mas se no sprint, a concorrência é forte, a luta pela vitória final estará mais em aberto. Há dois jovens que poderão destacar-se, a começar por Remco Evenepoel.

A sensação júnior dos últimos Mundiais que a Deceuninck-QuickStep não perdeu tempo em contratar, aposta forte na Turquia, querendo conquistar a sua primeira grande vitória no World Tour. Porém, atenção a Ben O'Connor, australiano da Dimension Data que foi uma das revelações de 2018 e que está a preparar o Giro.

(Imagem: W52-FC Porto)
"É realmente especial. Era um objectivo que a equipa tinha [estar numa corrida World Tour] e vermos concretizado já no início da época é muito bom. Esta corrida pode correr-nos bem e abrir outras portas", disse Rafael Reis ao Porto Canal. O ciclista, de 26 anos, alertou para o vento, que costuma marcar presença na Volta à Turquia, como tão bem sabe, já que esteve nas últimas duas edições da prova, ao serviço da Caja Rural.

A Volta à Turquia, que terá transmissão no Eurosport, regressa ao seu calendário mais habitual, depois de dois anos a realizar-se em Outubro. A subida ao escalão World Tour, há dois anos, não foi fácil, com a maioria das equipas do World Tour a não querer estar presente. O facto de coincidir com a época de clássicas serviu como uma justificação, mas a situação no país não ajudou. Os atentados terroristas, por exemplo, pesavam no momento de decidir dos directores das equipas em escolher a Turquia como destino.

A organização pediu à UCI para alterar a data para Outubro para "fugir" à fase das clássicas, mas nem assim seduziu mais equipas World Tour. Apenas 13 equipas inscreveram-se em 2017 e só quatro eram do principal escalão (Astana, Bora-Hansgrohe, Trek-Segafredo e UAE Team Emirates). No ano passado, a situação mais calma no país, principalmente quanto a atentados, fez com que 20 equipas se inscrevessem. Do World Tour estiveram UAE Team Emirates, Astana, BMC, Bora-Hansgrohe, Bahrain-Merida, QuickStep-Floors, Trek-Segafredo, Katusha-Alpecin e Sunweb.

Nesta 55ª edição serão 17 as equipas. Além das seis do principal escalão já referidas e da W52-FC Porto, estarão em prova as espanholas da Euskadi-Murias (que venceu a corrida no ano passado com Edu Prades, agora ciclista da Movistar), Caja Rural e a Burgos-BH (que contará com o português Nuno Bico). Acrescenta a francesa Delko Marseille Provence, a belga Sport Vlaanderen-Baloise, a americana Rally UHC Cycling, a colombiana Manzana Postobón e a italianas Neri Sottoli-Selle Italia-KTM e Nippo Vini Fantini Faizanè.  Todas são Profissionais Continentais. Para fechar o pelotão estará a selecção turca. Pode ver neste link a lista de inscritos, via ProCyclingStats.

De recordar que José Gonçalves venceu a Volta à Turquia em 2016, então ao serviço da Caja Rural.

Entre as seis etapas, a de sábado será a rainha, pois o final será numa categoria especial, mas atenção também à terceira, na quinta-feira.

1ª etapa: Istambul - Tekirdag (156,7 quilometros)


2ª etapa: Tekirdag - Eceabat (183,3 quilómetros)


3ª etapa: Çanakkale - Edremit (122,6 quilómetros)


4ª etapa: Balikesir - Bursa (194,3 quilómetros)


5ª etapa: Bursa - Kartepe (164,1 quilómetros)


6ª etapa: Sakarya - Istambul (172,4 quilómetros)


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