(Fotografia: © PhotoFizza/UAE Team Emirates) |
O poveiro regressou (e com uma boa prestação) na Brabantse Pijl-La Flèche Brabançonne, depois de em Março ter chocado contra um camião durante um treino. Esta famosa semana de ciclismo que se aproxima poderá ter um peso importante no futuro próximo do ciclista.
O acidente em Braga assustou, mas o ciclista não ficou com ferimentos graves. Na corrida belga de quarta-feira, apresentou-se sempre muito activo, terminando na 22ª posição, a 18 segundos do vencedor, Mathieu van der Poel (Corendon-Circus). Rui Costa queria testar a sua condição física. Passou o teste, mas agora vem o exame mais importante.
Depois de um 2018 muito difícil devido à lesão no joelho, Rui Costa tem mostrado esta época a forma que apresentou nos Mundiais do ano passado, quando provou que o pior já tinha passado. Nas provas por etapas, o pior que fez foi um 17º na geral da Volta aos Emirados Árabes Unidos. Tem um quarto lugar em Omã e foi 10º na Volta à Comunidade Valenciana e no Tirreno-Adriatico, uma das corridas mais importantes por etapas desta primeira fase da temporada. Agora chega às clássicas das Ardenas que tanto gosta.
Foi terceiro na Liège-Bastogne-Liège de 2016, naquela que nunca escondeu ser uma das corridas que mais ambiciona triunfar. E que bem lhe faria um bom resultado no monumento, ou numa das duas outras provas antes. Ou nas três! Isso seria perfeito. A perder cada vez mais espaço quanto à liderança na UAE Team Emirates e com a equipa a dar-lhe no final da época anterior uma renovação apenas por mais um ano, a oportunidade de ter destaque nas Ardenas não é para desperdiçar.
"Venho de um mês no qual foquei-me no treino. O trabalho foi bom, mesmo que tenha sido marcado pelo incidente no treino, no final de Março. Não correrei sob particular pressão, mas tenho a vontade de testar a minha condição e para entrar em sintonia com a atmosfera e o ritmo das clássicas das Ardenas", disse antes da Brabantse Pijl-La Flèche Brabançonne.
Com a equipa a ter já jovens que prometem em breve subir na hierarquia, como Tadej Pogacar (corridas por etapas) e Jasper Philipsen (clássicas) à cabeça, por exemplo, não há tempo a perder para Rui Costa, que perdeu espaço com a chegada de Fabio Aru e Daniel Martin em 2018. Adapta-se bem aos três percursos das clássicas das Ardenas e sempre foi um dos ciclistas mais inteligentes tacticamente, o que é ainda mais importante quando a equipa tem dificuldades em funcionar colectivamente (está a melhorar aos poucos esse importante pormenor). Não será um líder único, com Diego Ulissi, a também querer um bom resultado. Daniel Martin deverá aparecer na Liège, ainda que, para já, não haja confirmação. Sendo um antigo vencedor e um apreciador desta corrida, seria estranho não incluir a Liège no seu calendário. Mas tal como aconteceu no ano passado, a presença do irlandês não anulará por completo a liberdade de Rui Costa. Ainda que não ajude.
Aos 32 anos e perante o caminho que a equipa está a fazer para se tornar numa potência, Rui Costa tem de realizar exibições de topo, tendo uma margem de erro muito reduzida. Principalmente tem de agarrar com tudo o que tenha as poucas oportunidades que ainda vai tendo. Perante a sua forma em 2019 e o seu passado nas Ardenas, este é um ciclista que pode ter uma palavra a dizer nas próximas três corridas. "Só" tem de ser aquele Rui Costa de Innsbruck, nos Mundiais.
»»Rui Costa está bem após acidente e a pensar no próximo objectivo««
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