19 de abril de 2019

Várias equipas já sondam Van der Poel e há uma que não surpreende

(Fotografia: print screen)
Mathieu van der Poel despertou de vez o interesse de várias equipas do World Tour. O próprio o admite. Se era um ciclista que estava a criar algumas expectativas, principalmente depois de ter sido campeão nacional em 2018, este ano confirmou-as e, se calhar, até as ultrapassou. Mas não vai ser fácil convencer o holandês a sair da Corendon-Circus e parece que nem ter a melhor equipa de clássicas interessada o faz pensar quebrar contrato.

Já são cinco vitórias esta época, mas foram as na Através da Flandres (corrida World Tour) e na De Brabantse Pijl que o tornaram num dos ciclistas mais apetecíveis do momento. Isto sem esquecer o fantástico quarto lugar na Volta a Flandres, numa estreia que mais auspiciosa, só se tivesse terminado no pódio ou mesmo ganho. A super-estrela do ciclocrosse já está a ser também uma na estrada, pelo que o contrato até 2022 com a sua actual equipa parece ser algo difícil de manter.

Ou talvez não. "Há de facto grandes equipas que me contactaram, mas não quero mencionar nomes. Disse a todas que, para já, terão de esperar. Estou sob contrato", salientou ao Sporza. Não quis dizer nomes, contudo, ao ser questionado pelo possível interesse de Patrick Lefevere, Van der Poel não o negou, recordando a relação que o director da Deceuninck-QuickStep tem com o seu pai, Adrie van der Poel. "Faz sentido que tenha havido um contacto", disse.

Deceuninck-QuickStep querer um dos ciclistas que maior potencial apresenta neste momento para as clássicas, não é certamente nenhuma surpresa, ainda mais quando é necessário pensar em contratar sangue novo. E claro, porque a formação belga sempre procura ter os melhores homens de clássicas no seu plantel.

Apesar de ser um ciclista de nível World Tour, Van der Poel sente-se bem na sua equipa e há outro pormenor a ter em conta. O seu pai, Adrie, afirmou que a Corendon-Circus já pensa em tentar subir ao principal escalão, ainda que não tenha sido uma das equipas a pedir a licença para as próximas três temporadas. Afinal, acabou de chegar ao escalão Profissional Continental e com Van der Poel nas fileiras, não terá problemas em receber convites para as grandes corridas e em cimentar a sua estrutura, provavelmente começando a reforçar mais o plantel. Com a exposição mediática que tem, mais patrocinadores poderão chegar.

Adrie van der Poel referiu que Lefevere é "suficientemente inteligente para não estar sempre a perguntar". Porém, a primeira abordagem está feita. O pai do ciclista de 24 anos, realçou que não vê razões para Mathieu mudar de equipa, vendo o actual contrato como algo para honrar.

A questão financeira interfere muitas vezes neste tipo de decisões e, no caso de Van der Poel, há uma Canyon muito interessada em ter este ciclista a competir com as suas bicicletas. Apesar de patrocinar a Movistar e a Katusha-Alpecin, por exemplo, a imagem de Van der Poel está a tornar-se extremamente valiosa, talvez só sendo comparável ao que Peter Sagan representa para a Specialized. Esta marca foi decisiva quando o eslovaco assinou pela Bora-Hansgrohe e, a título de curiosidade, é esta marca que fornece as bicicletas à Deceuninck-QuickStep. A Canyon poderá ter uma palavra a dizer no futuro do holandês, mas não será fácil, nem barato manter Van der Poel como a sua imagem.

Recentemente a Canyon lançou uma nova publicidade com o holandês.



Mathieu vai fechar a época de clássicas na Amstel Gold Race, uma corrida que o pai ganhou em 1990. Arie referiu que o filho não lhe faz muitas perguntas sobre a prova, até porque o percurso é diferente. Salientou ainda que não está surpreendido com o que Mathieu está a alcançar tão rapidamente.

O ciclista também falou da corrida de domingo, considerando que é um dos favoritos, mas não um dos principais favoritos. "Há ainda corredores que já provaram mais do que eu neste tipo de corridas", afirmou, deixando um elogio a Julian Alaphilippe (Deceuninck-QuickStep), ciclista que bateu ao sprint da De Brabantse Pijl: "Acho que é actualmente o melhor ciclista no pelotão. É bom ter a oportunidade de competir contra alguém como ele." Considerou ainda que Greg van Avermaet é outro atleta a ter em atenção na Amstel Gold Race.

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