(Fotografia: © Deceuninck-QuickStep) |
É altura de deixar o pavé e atacar os muros das Ardenas. A famosa semana de clássicas começa com a Amstel Gold Race que, objectivamente, não fica nas Ardenas! Mas faz parte do trio de corridas que este ano tem Julian Alaphilippe como a grande figura. Em 2018 como que houve uma espécie de passagem de testemunho entre Alejandro Valverde e o francês. Perante a temporada que o ciclista da Deceuninck-QuickStep está a realizar, a questão é se vai conseguir fazer a tripla. O favoritismo é dele, mas a concorrência é grande, tanto em qualidade, como em número de adversários, neste último caso principalmente na Amstel Gold Race.
Apesar de esta ser uma semana que muito tem tido Valverde como figura, o espanhol nunca ganhou a Amstel. É rei na Flèche Wallonne: cinco vitórias, quatro consecutivas, com Alaphilippe a quebrar a senda no ano passado, mostrando que o Muro de Huy afinal não era o Muro Valverde. Ficou a sensação de uma passagem de testemunho... Na Liège-Bastogne-Liège, Valverde vai em quatro conquistas e no ano em que está de arco-íris vestido, o campeão do mundo não se importaria nada de juntar mais umas vitórias ao seu vasto currículo, a começar pela Amstel Gold Race. A época não tem sido pródiga em triunfos como no passado recente, mas ninguém coloca Valverde como carta fora do baralho.
Porém, é inevitável que Alaphilippe chegue às Ardenas como o grande favorito. É o ciclista mais em forma, com oito vitórias, tendo conquistado o seu primeiro monumento na Milano-Sanremo. Pensou-se que seria na Liège-Bastogne-Liége que abriria a contagem pessoal, mas o francês está feito num todo o terreno. No entanto, é este terreno, das próximas três corridas, que lhe assenta tão bem. Desde 2011 que ninguém faz a tripla e Alaphilippe pode pedir uns conselhos ao último autor da proeza: o companheiro de equipa, Philippe Gilbert. Claro que será de contar que o belga terá também alguns planos próprios, ainda mais com a motivação que traz ao ter ganho o Paris-Roubaix. E já se sabe, nesta Deceuninck-QuickStep há sempre mais do que uma opção, o que se tem revelado um formato de sucesso.
É já na Amstel Gold Race deste domingo que Alaphilippe poderá encontrar o maior entrave a fazer a tripla. É a corrida com um maior lote de candidatos, porque tendo alguns "berg" (os famosos muros), não são os que esperam ao pelotão nas duas corridas seguintes. Por isso, a prova holandesa seduz tanto ciclistas que apostam na fase do pavé, como os que têm as Ardenas como objectivo.
Peter Sagan (Bora-Hansgrohe), Wout van Aert (Jumbo-Visma), Oliver Naesen (AG2R) e Greg van Avermaet (CCC) são exemplo disso mesmo. Sagan - que em 2018 estreou-se na Amstel com um quarto lugar - vai fugir à regra e este ano irá estrear-se na Liège, enquanto os restantes terminarão esta fase da época na Amstel. E não, não nos estamos a esquecer de Mathieu van der Poel. O ciclista da Corendon-Circus é o único a conseguir ofuscar um pouco o estrelato de Alaphilippe e até bateu o francês no sprint da Brabantse Pijl, naquela que foi a primeira prova de 2019 que Alaphilippe não venceu. Até então tinha conquistado as duas clássicas em que tinha participado (Strade Bianche e Milano-Sanremo) e pelo menos uma tirada nas corridas por etapas.
Van der Poel tem, em cada corrida que se tem estreado este ano, deixado o seu impacto. Soma cinco vitórias e é um dos principais favoritos numa corrida que o pai, Adrie, ganhou em 1990. Para Mathieu a maior preocupação prende-se na distância, pois está pouco habituado a fazer provas acima dos 200 quilómetros. Mas o quarto lugar na Volta a Flandres mostrou que não é um problema de maior!
Van der Poel tem, em cada corrida que se tem estreado este ano, deixado o seu impacto. Soma cinco vitórias e é um dos principais favoritos numa corrida que o pai, Adrie, ganhou em 1990. Para Mathieu a maior preocupação prende-se na distância, pois está pouco habituado a fazer provas acima dos 200 quilómetros. Mas o quarto lugar na Volta a Flandres mostrou que não é um problema de maior!
Todos os nomes até agora mencionados estão entre os candidatos, mas podemos juntar mais alguns há lista. A começar pelo vencedor de 2018: Michael Valgren. Não está a ser uma mudança nada feliz do dinamarquês para a Dimension Data, depois de um ano tão forte na Astana. Contudo, regressar a um palco de uma grande vitória poderá ser o tónico que precisa. A seu lado estará outro vencedor da Amstel: Enrico Gasparotto. Venceu em 2012 e 2016, sendo terceiro há um ano, ao serviço da Bahrain-Merida. Já tem 37 anos, mas as Ardenas traz sempre ao de cima o melhor deste italiano.
E é curioso como a Dimension Data contratou o pódio da Amstel de 2018, pois o segundo classificado foi Roman Kreuziger, que trocou a Mitchelton-Scott pela formação sul-americana. Boa equipa para a Amstel, a ver vamos se a equipa encontra o caminho de uma bem vitória bem necessária.
Precisamente na Mitchelton-Scott temos outro nome do pavé, Matteo Trentin, mas atenção a Michael Albasini e Daryl Impey. Alexey Lutsenko é uma das figuras de 2019 da Astana, que terá ainda Jakob Fulgsang e não será de esperar um Luis León Sánchez à espera de pedir licença para atacar. Depois de vencer a Volta a Flandres, Alberto Bettiol (EF Education-First) ganhou outro destaque, com Tim Wellens (Lotto Soudal) e Michael Matthews (Sunweb) a serem dos mais fortes candidatos. Michal Kwiatkowski (Sky) é outro homem a ter em conta e atenção a Dylan Teuns (Bahrain-Merida).
Entre os portugueses temos Rui Costa (UAE Team Emirates) que sempre gostou muito desta semana das Ardenas. A Katusha-Alpecin chamou Ruben Guerreiro para a Amstel, com José Gonçalves a ficar guardado para a Flèche Wallonne (quarta-feira) e Liège-Bastogne-Liège (domingo, dia 28).
O pelotão para as corridas belgas já terá algumas alterações, mas antes temos então a Amstel Gold Race, a corrida que tem à espera dos três primeiros umas cervejas para o brinde no pódio, não fosse o nome da prova o de uma cerveja!
É uma corrida que se tornou bem mais interessante desde que o seu percurso foi alterado, principalmente com a retirada do Cauberg como ponto de decisão. A tentação do pelotão era esperar por esta subida, o que retirava aos mais de 200 quilómetros anteriores um ponto de interesse. Depois do Cauberg há então ainda mais duas subidas: Geulhemmerberg e Bemeleberg. Antes de aqui se chegar, acaba por se verificar uma maior eliminação de ciclistas e o percurso pode proporcionar mais ataques. Serão 265,7 quilómetros, com partida em Maastricht e o final em Berg en Terblijt. O Eurosport 1 tem previsto o início da transmissão para as 14:15, depois da última etapa da Volta à Turquia.
Lista completa de inscritos, via ProCyclingStats.
É uma corrida que se tornou bem mais interessante desde que o seu percurso foi alterado, principalmente com a retirada do Cauberg como ponto de decisão. A tentação do pelotão era esperar por esta subida, o que retirava aos mais de 200 quilómetros anteriores um ponto de interesse. Depois do Cauberg há então ainda mais duas subidas: Geulhemmerberg e Bemeleberg. Antes de aqui se chegar, acaba por se verificar uma maior eliminação de ciclistas e o percurso pode proporcionar mais ataques. Serão 265,7 quilómetros, com partida em Maastricht e o final em Berg en Terblijt. O Eurosport 1 tem previsto o início da transmissão para as 14:15, depois da última etapa da Volta à Turquia.
Lista completa de inscritos, via ProCyclingStats.
(Gráfico: La Flamme Rouge) |
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