2 de abril de 2019

Corrida aos pontos. 23 equipas querem ser World Tour em 2020

(Fotografia: © João Fonseca/Volta ao Algarve)
Com 18 vagas disponíveis, a corrida pelos pontos vai ser mais acesa do que nunca. A UCI poderá aumentar o número de vagas para 20 para evitar problemas legais, devido à recente mudança de regulamento, mas continuarão a faltar lugares para todos os pretendentes. As francesas Direct Energie (futura Total), Arkéa Samsic, Vital Concept-B&B Hotels e Cofidis juntam-se à Israel Cycling Academy no que será uma autêntica competição por um lugar ao mais alto nível, o que poderá ser uma dor de cabeça para algumas equipas que estão actualmente no principal escalão.

As equipas que pretendem ter uma licença World Tour tinham de apresentar a candidatura até 1 de Abril e esta terça-feira a UCI confirmou os pedidos que recebeu. Agora é altura das formações garantirem que têm acesso a nível desportivo, o que significa recorrer aos pontos conquistados para o ranking por equipas. Há que salientar que os pedidos de licença não dependem apenas do mérito desportivo, com as estruturas a terem de respeitar regras financeiras, éticas, organizacionais e administrativas.

Porém, vai ser na corrida aos pontos que muito se centrará a restante temporada. Com a mudança de regulamento quanto aos convites para as grandes voltas, por exemplo, as equipas Profissionais Continentais já têm estado muito activas para os conquistar e assim terminar entre as duas melhores do escalão. Isto garantirá um lugar nas grandes voltas, não tendo de depender de convites. As organizações continuarão a ter direito a atribuir dois wildcards. Contudo, esta regra poderá ser suspensa. E será apenas uma das mudanças, ainda que provisória.

A pontuação das equipas reflecte o que têm alcançado nos últimos três anos. O Cycling News explica que esta forma de contagem poderia criar um problema legal, já que há uma potencial exclusão de equipas que estão actualmente no World Tour. Com as equipas a não se preocuparem muito com o somar de pontos até à mudança de regulamento, faz com que há dois/três anos, os pontos serviam mais para ganhar o ranking, então World Tour (foi extinto esta época) e não para garantir uma licença.

O site fez as contas e significaria que a Dimension Data e a Katusha-Alpecin, por exemplo, estariam em maus lençóis. Para evitar questões legais, a UCI vai, segundo o Cycling News, aumentar o número de licenças World Tour para 20, entre 2020 e 2022. De recordar que as licenças passaram a ser atribuídas por mais do que um ano para assim dar alguma segurança às estruturas e aos patrocinadores que nelas investem. Com este aumento, a UCI evita questões legais e o possível fim de algumas estruturas, já que ao não ter um lugar garantindo nas principais competições, com a Volta a França à cabeça, poderá levar alguns patrocinadores a sair ou a escolher outras equipas.

Com 20 lugares disponíveis, a Dimension Data e a Katusha-Alpecin poderão respirar um pouco de alívio, ainda que não muito. As equipas continuam a mostrar grandes dificuldades em alcançar bons resultados, com as suas estrelas a estarem muito apagadas. Não é preciso ganhar para somar pontos, ainda que ajude e muito, mas as classificações dos ciclistas destas duas formações não são animadoras.

A confirmar-se o alargamento, isto significaria que os tais dois lugares garantidos para as equipas Profissionais Continentais nas grandes voltas seria suspenso, mantendo-se apenas os convites. A UCI não quer aumentar o número de equipas nas corridas, pelo que se mantém o limite actual de 22 nas grandes voltas.

Mesmo com 20 vagas, continuam três equipas em risco de ficar de fora. A corrida aos pontos até já anda animada. A Israel Cycling Academy está a tentar colocar ciclistas seus em variadas provas de forma a tentar ir somando pontos onde possa. Para já, é a Cofidis que está na linha da frente para ser uma das que subirá ao World Tour, o que neste caso significará um regresso ao escalão máximo da equipa francesa.

Esta corrida aos pontos explica porque cada vez mais se vêem ciclistas a sprintarem por lugares inferiores, mas que ainda ajudam a somar uns pontinhos que podem ser importantes no final da temporada.

Esta situação de 20 equipas poderá ser novamente alterada em 2023, quando forem atribuídas as novas licenças. O mesmo site refere que a UCI pretende regressar às 18 equipas do World Tour, numa altura que já todas as formações sabem o que têm de fazer desportivamente para garantir que continuam ao mais alto nível.


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