Coquard vai perder novamente o Tour (Fotografia: © ASO/Pauline Ballet/Vital Concept & BB Hotels) |
Com Warren Barguil a falhar por completo em 2018, a Arkéa Samsic, antiga Fortuneo, não quis apostar que o ciclista francês seria suficiente para garantir novo convite para o Tour, pois a época passada foi mesmo muito fraca. As duas vitórias de etapa e a camisola da montanha em 2017 já não eram suficientes para seduzir a ASO. A contratação de André Greipel teve esse objectivo, além de ser um ciclista que possa dar mais algumas vitórias, apesar de estar numa fase descendente da sua brilhante carreira. Soma 11 triunfos em etapas no Tour e é um dos grandes nomes do sprint, mesmo que nos últimos tempos tenha encontrado dificuldades para se debater frente aos jovens sprinters que vão se impondo.
Mas Greipel é um nome forte do pelotão, mesmo que, aos 36 anos, já vá estar nos sprints como um outsider e não tanto como um crónico favorito. Porém, a sua presença no Tour será sempre bem-vinda. A Vital Concept-B&B Hotels também tentou jogar no campo das contratações. Foi buscar Pierre Rolland. É um nome relevante no ciclismo francês, apesar de nunca ter confirmado as expectativas que criou no início da carreira. Vencedor da classificação da juventude no Tour e de duas etapas, uma no mítico Alpe d'Huez, chegou a fechar top dez, mas a melhor fase do ciclista, agora com 32 anos, foi na primeira metade da década. Foi desaparecendo aos poucos da ribalta.
A EF Education-First deu-lhe a oportunidade no World Tour, depois de brilhar na então Europcar (actual Direct Energie), mas Rolland nunca reencontrou a sua melhor versão. Pelo menos não em França. Ainda venceu uma etapa no Giro, mas regressar este ano ao seu país foi uma derradeira tentativa de alcançar algo mais na carreira. A Vital Concept-B&B Hotels assim o esperava. O ciclista sofreu um queda e está fora de acção há quase um mês com uma fractura na mão.
A queda também foi um ponto negativo nas aspirações da equipa para receber o convite, já que se esperava que Rolland alcançasse alguns bons resultados. Depois de no ano passado, quando a estrutura foi criada, o desejado convite não ter chegado, com Bryan Coquard no plantel, era claro que o sprinter não era suficiente, daí a contratação de Rolland. Desde que Coquard saiu da Direct Energie que não alcançou o mesmo nível exibicional, numa mudança pouco benéfica e que dificilmente lhe abrirá as portas do World Tour. Rolland também não foi suficiente para convencer a ASO e mesmo com a equipa ganhar três vezes contra uma da Arkéa Samsic, ficou aquém do necessário para os organizadores.
Jérôme Pinaeu, director da equipa, admitiu que foi um rude golpe a ausência de convite pelo segundo ano consecutivo. "Os nossos 50 trabalhadores e os nossos parceiros não entendem como ficaram privados destes enorme evento do calendário internacional", afirmou, através de um comunicado. O responsável destacou como a equipa se esforçou para atender aos pedidos do organizador, como a contratação de ciclistas para "a montanha, ofensivos e experientes".
"É difícil aceitar, mas depende de nós mostrar que a decisão tomada pelos organizadores não é a correcta", referiu, garantindo que o projecto irá continuar e irá redobrar os esforços para conseguir estar na Volta a França na próxima edição. Faz referência ao objectivo de somar pontos, o que, de acordo com as novas regras, poderá permitir à equipa garantir a presença no Tour sem ter de esperar por um convite.
A partir de 2020, as organizações só podem atribuir dois convites, pois dois lugares serão ocupados automaticamente pelas melhores equipas Profissionais Continentais do ranking. Há muito trabalho a fazer, pois a Vital Concept-B&B Hotels é sétima. A Arkéa Samsic ocupa o décimo lugar. Já a Direct Energie está em segundo, atrás da Cofidis.
Apesar do nome não ter sido anunciado de início, poucas dúvidas havia que a equipa estaria presente no Tour. Tem sido uma crónica convidada pela ASO e apesar de ainda não ter encontrado alguém com o mediatismo do entretanto retirado Thomas Voeckler, por exemplo, é uma estrutura com uma forte influência no ciclismo francês. E só para garantir que tinha um grande nome para apresentar, contratou Niki Terpstra, ainda que este seja um ciclista mais a pensar nas clássicas, mas também gosta de se mostrar em algumas fugas nas corridas por etapas.
Com a Total a preparar-se para dar nome à equipa depois da empresa ter comprado mais de 70% da Direct Energie, ficou ainda mais certo que esta formação estaria entre as quatro escolhidas, mais uma vez pelo peso do nome, agora do patrocinador. Três formações francesas e uma belga. A Delko Marseille Provence, a outra equipa gaulesa do escalão Profissional Continental, é uma equipa que não tem entrado nestas escolhas do Tour.
A Volta a França arranca em Bruxelas a 6 de Julho, com os Campos Elísios à espera de consagrar o vencedor a 28 desse mês.
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