Peter Sagan (Bora-Hansgrohe) - que não se verá neste fim-de-semana-, Greg van Avermaet (CCC), Philippe Gilbert (Deceuninck-QuickStep), Sep Vanmarcke (EF Education First), Oliver Naesen (AG2R), Tiesj Benoot (Lotto Soudal), Jasper Stuyven (Trek-Segafredo), Niki Terpstra (Direct Energie), Matteo Trentin (Mitchelton-Scott), Jürgen Roelandts (Movistar) são nomes que estão cronicamente entre os candidatos, alguns com mais vitórias que outros, mas todos com capacidade para vencer este tipo de corridas. E sem esquecer Michael Valgren, o vencedor da Omloop Het Nieuwsblad em 2019, que trocou a Astana pela Dimension Data. Mas a nova geração está aí e não se pode considerá-los apenas como outsiders.
E é inevitável começar o lançamento da época do pavé, com um duelo muito aguardado. Rivais no ciclocrosse, Wout van Aert e Mathieu van der Poel vão agora encontrar-se na estrada. O primeiro já em 2018 deu, e muito, nas vistas, com um terceiro lugar na Strade Bianche, nono na Volta a Flandres e 13º no Paris-Roubaix. Isto só para referir três dos bons resultados alcançados pelo belga de 24 anos. Ultrapassadas as dúvidas se iria ou não competir em 2019, devido à rescisão com a antiga equipa e com o caso a ser levado a tribunal, Van Aert recebeu luz verde da UCI para antecipar um ano a assinatura com a Jumbo-Visma.
Apesar da UCI ter avisado que estará atenta ao que o tribunal decidir, Van Aert encontrou a paz que procurava, ainda que não tenha sido uma notícia que chegasse a tempo para lhe dar tranquilidade na temporada de ciclocrosse, que ficou muito aquém do normal para este excepcional ciclista.
Se a entrada de Van Aert numa equipa World Tour seria por si só um dos pontos de maior interesse das clássicas, a subida a Profissional Continental da Corendon-Circus veio dar mais um. Nela está Mathieu van der Poel (24 anos), o grande rival de Van Aert no ciclocrosse e que venceu a maioria das provas desta vertente nas últimas semanas, incluindo o título mundial. Como a formação belga depende de convites para entrar nas grandes provas, será um frente-a frente que não vai verificar-se em todas as clássicas. Teremos de esperar mais para o fim de Março.
Até lá, Van Aert vai ganhar muita rodagem, pois a Jumbo-Visma quase tudo neste ciclista para as clássicas, que preenchem maioritariamente o seu calendário para todo o ano. Mas entre outros nomes a ter em conta aparece um Dylan Groenewegen que tem vindo a aprimorar qualidades nestas provas. Venceu a Kuurne-Bruxelles-Kuurne pelo que terá a liderança na corrida de domingo.
E quanto aos tais outros nomes a ter em conta começa-se por outro que também é bem conhecido, mas que surge em 2019 com responsabilidade acrescida: Yves Lampaert. Com a saída de Niki Terpstra para a Direct Energie e de Fernando Gaviria para a UAE Team Emirates - o colombiano estava a iniciar a sua adaptação às clássicas no ano passado -, o campeão belga terá de assumir um papel de maior destaque, mesmo com Gilbert na equipa. O director da Deceuninck-QuickStep, Patrick Levefere já alertou para isso mesmo, dizendo ainda que Lampaert terá de correr mais com a cabeça e menos com o coração. O belga venceu as últimas duas edições da Através da Flandres.
Mads Pedersen foi uma das sensações de 2018 ao fechar o pódio da Volta a Flandres. O dinamarquês tem apenas 23 anos, mas já demonstrou enorme potencial para as clássicas do pavé e não apenas com aquele resultado. Numa Trek-Segafredo que procura um homem que preencha o vazio deixado por Fabian Cancellara - será que John Degenkolb vai regressar ao seu melhor? - Pedersen tem credenciais, tal como Ryan Mullen. O irlandês, 24 anos, já foi considerado o mais provável sucessor do suíço, mas ainda não alcançou o nível necessário para entrar na disputa destas complicadas e exigentes corridas. Porém, dentro da equipa há uma enorme esperança sobre o que Mullen poderá evoluir. Para já, comprovou ser um excelente contra-relogista, mas falta ser mais competitivo no pavé.
Iván García Cortina é um espanhol que foge um pouco ao tipo de ciclista que se tem destacado em anos recentes naquele país. Vai começando a intrometer-se em alguns sprints, mas vai mostrando que tem capacidade para as duras clássicas das próximas semanas. Tem 23 anos e é uma aposta da Bahrain-Merida, juntamente com o esloveno Matej Mohoric (24).
Na Sky, Dylan van Baarle terá maior destaque, não só pelo bom início de temporada - venceu a Herald Sun Tour -, mas também porque Ben Swift sofreu uma queda aparatosa num treino e vai estar várias semanas longe das corridas. Luke Rowe está "guardado" para os monumentos Paris-Roubaix e Volta a Flandres, mas Baarle está mais do que preparado para assumir a liderança.
Tem apenas 20 anos, mas Jasper Philipsen já venceu na sua estreia no World Tour pela UAE Team Emirates, na quinta etapa do Tour Down Under, e as expectativas são grandes para o que possa fazer nas clássicas. Para já, a exigência não está elevada, mas Philipsen - escola Hagens Berman Axeon de Axel Merckx - quer mostrar-se desde cedo.
Com Peter Sagan apenas escalado para aparecer nas clássicas mais para o fim do mês, é Pascal Ackermann quem vai ser o homem a ter em atenção neste fim-de-semana de abertura, pelo menos. O alemão de 25 anos é uma estrela em ascensão na equipa e no pelotão. No sprint já se sabe o que pode fazer, nas clássicas já conquistou três em 2018, mais dois segundos lugares, pelo que poderá ser um ciclista a seguir as pisadas do companheiro Sagan. Mas quando o eslovaco entrar em acção, será ele o centro das atenções, claro.
Para terminar Soren Kragh Andersen. Mais um dinamarquês de 24 anos que poderá este ano ser uma das revelações das clássicas. Segundo na Volta ao Algarve, não estará nas duas primeiras clássicas do ano, mas é um dos jovens da Sunweb que muito promete neste terreno.
Com as corridas do pavé a marcarem esta primeira fase de clássicas, com a Milano-Sanremo a "intrometer-se", sem esquecer a sempre espectacular Strade Bianche, com o seu sterrato (9 de Março), os primeiros destaques vão precisamente para ciclistas que fazem do pavé uma especialidade.
O Eurosport, como tem sido habitual nos últimos anos, transmitirá as clássicas. A Omloop Het Nieuwsblad poderá ser vista no Eurosport 2 a partir das 13:15 e a Kuurne-Bruxelles-Kuurne no principal canal, às 14:15, segundo a programação disponível no site.
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