(Fotografia: Facebook Team Sunweb) |
Num ano em que a Sunweb procura ser a equipa que ninguém duvida poder disputar as mais variadas corridas, das clássicas às grandes voltas, num ano em que perdeu alguns dos seus pesos pesados, mas também começa cada vez mais a aproveitar os jovens talentos que tem formado na sua estrutura de desenvolvimento, a equipa alemã sofreu novamente um contratempo muito desanimador. A época de clássicas de Michael Matthews é uma incógnita após uma queda grave. 2018 repete-se para o australiano e a Sunweb bem precisa dele no seu melhor.
Sem vitórias esta temporada, a única nesta situação no World Tour, a equipa tem aparecido na disputa de algumas corridas, como aconteceu na Volta o Algarve, com o segundo lugar de Soren Kragh Andersen. Nos Emirados Árabos Unidos, Wilco Kelderman foi quinto e Tom Dumoulin sexto, resultados que souberam a pouco, tendo em conta que o objectivo era ganhar. Dumoulin ainda tentou uma etapa, mas foi batido por um muito superior Primoz Roglic (Jumbo-Visma), eventual vencedor da prova.
Matthews tem por hábito entrar em acção um pouco mais tarde nas temporadas do que a maioria dos ciclistas. No entanto, gosta de o fazer em força. Era essa a intenção este ano. Ainda só tinha participado na Omloop Het Niewsblad, tendo terminado na 12ª posição. Foi uma forma de fazer as pazes com a clássica, na qual há um ano caiu e partiu a clavícula. Era difícil começar pior a época, terá pensado então. Mas não. Desta feita foi na segunda corrida da temporada. Numa primeira etapa muito complicada no Paris-Nice, no domingo, com muito vento e logo, muito nervosismo no pelotão, o australiano sofreu uma queda aparatosa. Sofreu um concussão cerebral.
Susto grande na Sunweb. Matthews teve de passar a noite no hospital e a única boa notícia foi não ter sofridos qualquer fractura. Agora aguarda-se para saber quando o ciclista de 28 anos poderá regressar à competição. Tal como no ano passado, é a presença na Milano-Sanremo que mais se deseja perante novo azar numa fase tão inicial, mas crucial da época. Em 2018 conseguiu recuperar a tempo de ir ao primeiro monumento do ano e fazer um sétimo lugar. Este ano, Matthews quer mais e melhor.
As suas armas estão bem apontadas a algumas das grandes clássicas, três das quais são monumentos: Milano-Sanremo, Volta a Flandres e Liège-Bastogne-Liège. O seu calendário conta ainda com a E3 BinckBank, Gent-Wevelgem, Através da Flandres, Amstel Gold Race e Flèche Wallonne. Não é ciclista para pensar noutro resultado que não seja uma vitória. Com a excepção do Paris-Nice, a primeira fase de 2019 é para ser dedicada às clássicas. Assim espera, pelo menos.
A opção também se justifica pela Sunweb ser cada vez uma equipa com mais soluções, o que faz com que esteja em provas por etapas a pensar mais em vencer as gerais, com Matthews a não precisar de ser o "ganha-pão" ao sprint. Naturalmente que irá aparecer neste tipo de discussão até porque quererá estar novamente na Volta a França - venceu a camisola dos pontos em 2017, mas abandonou na primeira semana em 2018 devido a problemas de estômago -, por exemplo. No entanto, Matthews pode dedicar-se quase exclusivamente, nesta altura do ano, às clássicas.
A equipa quer ver Tom Dumoulin vencer uma grande volta novamente, quer ver Kelderman confirmar de vez o seu potencial como voltista e lutar também ele nestas corridas, enquanto vai subindo o nível de jovens como Sam Oomen para o futuro muito próximo.De Matthews deseja-se muito um monumento. Desde que John Degenkolb venceu a Milano-Sanremo e o Paris-Roubaix em 2015 que na equipa não mais se celebrou uma vitória nestas corridas.
É em Matthews que recaem muitas das esperanças para abrir a contagem de vitórias em 2019. No ano passado custou, mas o australiano acabou por conquistar bons triunfos, como aconteceu nas clássicas do Canadá. Quatro vitórias ao todo que não o deixaram satisfeito. E agora Matthews volta a ser começar a temporada a cair e a quebrar o aprimorar de forma quando se está em contagem decrescente para o primeiro monumento do ano: 23 de Março. Como um azar nunca vem só, a Sunweb perdeu também na primeira etapa do Paris-Nice Martijn Tusveld. Numa outra queda, fracturou o queixo e teve de ser operado.
Em 2016, Matthews arrancou no Paris-Nice para uma das suas melhores temporadas. Desta feita a corrida não lhe deixará boas recordações, mas se há algo que tem demonstrado é capacidade para dar a volta a maus momentos. A Sunweb bem precisa deste seu ciclista no seu melhor.
Paris-Nice fez mais uma vítima
Que duas etapas infernais se viveu na corrida francesa! Esta segunda-feira, o vento fez novamente muitos estragos, tanto na perda de tempo de muitos ciclistas, como as quedas a deixarem mais um ciclista a pedir mais sorte. Rigoberto Uran (EF Education First) partiu a clavícula e será baixa durante umas semanas.
Louis Meintjes (Dimension Data) também caiu e está fora da corrida, com o outro líder da equipa, Mark Cavendish, a abandonar pois o ritmo foi demasiado alto para um ciclista longe do seu melhor. Gorka Izagirre (Astana), Warren Barguil e Maxime Bouet foram todos ao chão e nenhum ficou bem tratado (Arkea-Samsic).
Alheio a todos os problemas está um Dylan Groenewegen (Jumbo-Visma) que não pára de ganhar. Venceu as duas etapas e é líder. Já são quatro os triunfos em 2019, incluindo uma etapa na Volta ao Algarve.
Amaro Antunes (CCC), o único português em prova, está a ter uma estreia difícil no Paris-Nice. Depois de perder mais de um minuto no primeiro dia, somou mais de oito no segundo. A luta por uma etapa é agora o principal objectivo.
O Paris-Nice decorre até ao próximo domingo.
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»»O sentimento de traição««
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