Gatto e Majka fizeram o contra-relógio sozinhos após a queda
(Fotografia: © Bora-Hansgrohe/BettiniPhoto) |
Já não bastava as más condições climatéricas, a Bora-Hansgrohe foi surpreendida logo no início do seu contra-relógio por um peão que atravessou a estrada quando os sete ciclistas se aproximavam muito rapidamente. Oscar Gatto e Rafal Majka desviaram-se para a direita, mas o homem não parou para deixar passar os corredores e tentou chegar ao passeio. Deu-se o choque que deixou os três no chão, perante um polícia que parece tentar alertar o peão para o perigo, mas sem sucesso. Estavam decorridos apenas 3,5 quilómetros dos 21,5 da primeira etapa, em Lido di Camaiore. Com os braços colocados nos extensores, o tempo de travagem reduz substancialmente num contra-relógio e não ajuda a estrada estar molhada. Foi toda uma receita para o incidente acabar mal.
"Tivemos um dia azarado, marcado por uma má queda. O Oscar Gatto ficou com muitas contusões, enquanto o Rafal Majka caiu com muita força. Ele tem hematomas e abrasões na sua cabeça e vamos fazer mais testes para avaliar se o impacto provocou uma concussão ou não", explicou o médico da equipa alemã, Jan-Niklas Droste. Apesar de não ser certa a presença na segunda etapa de Majka, o director desportivo, Enrico Poitschke, afirmou, no entanto, que o polaco deveria continuar em prova, apesar da luta pela geral tudo ter acabado naquele quilómetro 3,5.
Com Gatto e Majka a ficar para trás, os cinco restantes ciclistas da Bora-Hansgrohe que se conseguiram desviar do homem, viram a sua missão complicar-se e o 20º lugar, a 1:57 minutos da equipa vencedora Mitchelton-Scott, demonstram como o incidente estragou o contra-relógio e parte das aspirações da equipa. Os dois ciclistas afectados perderam 5:35 minutos. A Bora-Hansgrohe vai agora apostar na vitória de etapas, esperando que Peter Sagan recupere dos problemas provocados por um vírus estomacal que chegaram a colocar em causa a participação no Tirreno-Adriatico. "Perdemos a nossa velocidade e ficámos apenas cinco ciclistas para a grande parte da etapa. Por isso, era difícil ser competitivo", desabafou o polaco Maciej Bodnar.
As reacções de outros corredores não demorou. "É para isso que se tem pessoas nas bermas das estradas. Eu vi o vídeo e havia um homem lá e não fez nada. Isto não deveria acontecer. Suponho que erros humanos acontecem, mas custou caro", afirmou Tom Dumoulin, da Sunweb, que criticou o que considera ser a inacção do polícia, que estava do lado contrário da estrada ao do peão, quando este começou a atravessar a estrada.
Geraint Thomas começou por dizer que foi assustador ver o que aconteceu. "Havia um polícia. Não deveria ter acontecido. Espero que os rapazes estão bem e o homem que foi atingido também", acrescentou o galês da Sky.
Sucederam-se também os pedidos para que as pessoas se mantenham em segurança e, em consequência, mantenham a segurança dos ciclistas, que estão a fazer o seu trabalho. Esperar apenas uns poucos segundos teria feito toda a diferença.
Sucederam-se também os pedidos para que as pessoas se mantenham em segurança e, em consequência, mantenham a segurança dos ciclistas, que estão a fazer o seu trabalho. Esperar apenas uns poucos segundos teria feito toda a diferença.
Mais um susto a terminar a etapaThis crash looked absolutely brutal 😧— Eurosport UK (@Eurosport_UK) 13 March 2019
Make sure you look both ways before crossing the road, folks!
Thankfully nobody involved was seriously injured #TirrenoAdriatico pic.twitter.com/7czmfR4K1S
Com o que tinha acontecido à Bora-Hansgrohe na mente dos ciclistas que partiram mais tarde para o contra-relógio, talvez ninguém pensasse que pudesse acontecer novamente pouco depois. Mas aconteceu. Desta feita tudo acabou bem. Já perto do final da etapa, a Mitchelton-Scott deparou-se, ao sair de uma curva, com uma mulher que tinha começado a atravessar a estrada com o seu cão. Felizmente a senhora teve o reflexo de parar e colocar também o cão em segurança. Ficou "apenas" o susto para os corredores da equipa australiana.
"Por sorte estávamos junto às grades a sair da curva e, por isso, conseguimos reagir rapidamente. Poderia ter sido muito desagradável", salientou Michael Hepburn, o primeiro líder do Tirreno-Adriatico. A Mitchelton-Scott acabou por não ser afectada pelo susto e foi mesmo a equipa mais rápida do dia, deixando a Jumbo-Visma de Primoz Roglic a sete segundos e a Sunweb de Dumoulin a 22.
Be aware of more idiots on the road. Almost another crash with a pedestrian in 🇮🇹@TirrenAdriatico. This time involving 🇦🇺@MitcheltonSCOTT #TirrenoAdriatico (📺@flobikes)pic.twitter.com/7hO9PIXHSK— World Cycling Stats (@wcsbike) 13 March 2019
Não foi a primeira vez de Sagan
O eslovaco sabe bem o que é ter um encontro imediato com alguém que atravessa a estrada durante uma corrida. Em 2017, precisamente no Tirreno-Adriatico, mas no contra-relógio individual, uma senhora, também com o cão, não se coibiu de atravessar... na passadeira. Sagan lá se desviou... para a ciclovia. Um momento insólito que terminou bem.
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