10 de janeiro de 2019

Entregues os dois primeiros convites para a Volta a França

(Fotografia: © ASO/Alex Broadway)
A organização da Volta a França entregou os dois primeiros convites para a 106ª edição. Não houve surpresas. A Cofidis e a Wanty-Groupe Gobert vão repetir a presença dos últimos anos. Quanto aos restantes dois wildcards, o nervosismo entre as equipas francesas vai crescer, pois há mais quatro Profissionais Continentais e alguém vai ter de ficar de fora.

A Cofidis é uma das principais formações gaulesas. Já pertenceu ao principal escalão, mas como Profissional Continental tem sempre tido um plantel forte e que lhe vai garantindo a presença no Tour, ainda que desde 2008 não vença uma etapa no Tour. Será a 23ª vez que a Cofidis estará na Volta a França. A grande questão é desde já se Nacer Bouhanni se vai comportar de acordo com as exigências do seu director desportivo Cédric Vasseur? Em 2018 o sprinter ficou de fora das escolhas depois de muitas polémicas e para esta temporada a equipa reforçou-se ainda mais para a montanha, juntando John Darwin Atapuma, Natnael Berhane e Jesper Hansen aos irmãos Herrada, Nicolas Edet e Luis Ángel Maté.

Quanto à Wanty-Groupe Gobert recebeu pela terceira vez consecutiva o convite para o Tour. Tem sido a mais forte do ranking europeu e a sua presença na Volta a França tem sido muito importante para a consolidação financeira da estrutura. Apesar de ainda não ter conseguido uma vitória, as exibições dos seus ciclistas são sempre das que animam etapas. É das equipas convidadas que mais se tem mostrado, a par da Direct Energie.

"A Grand Départ [grande partida] da Volta a França em Bruxelas será um ponto alto da nossa época e da história da nossa equipa. A partida da terceira etapa em Binche, casa do nosso principal patrocinador, Wanty, promete ser uma enorme festa para o mundo do ciclismo", salientou o director geral da equipa, Jean-François Bourlart.

Com o início precisamente na Bélgica, a 6 de Julho, para a Wanty-Groupe Gobert era ainda mais importante receber este convite. Porém, haverá três equipas francesas desesperadas por garantir os dois restantes. A Israel Cycling Academy também gostaria de estar entre as eleitas, assim como a espanhola Euskadi-Murias, mas qualquer uma delas seria uma surpresa total receberem um wildcard.

A Direct Energie tem sido uma presença crónica, mas tanto a Arkéa Samsic, como a Vital Concept-B&B Hotels reforçaram-se a pensar em garantir o muito desejado convite. Há ainda outra equipa francesa do segundo escalão, a Delko Marseille Provence, mas tem sido uma carta fora do baralho para o Tour.

Vital Concept-B&B Hotels foi a excluída em 2018, na luta directa com a Arkéa Samsic. A contratação de Bryan Coquard esteve longe de ser uma garantia, ao contrário de Warren Barguil, que se mudou para a Arkéa Samsic (ex-Fortuneo-Samsic). Vencedor de duas etapas e da camisola da montanha no Tour em 2017, ao serviço da Sunweb, era impossível ficar de fora. Contudo, Barguil foi uma desilusão em 2018. Não só no Tour, mas durante toda a temporada. A equipa foi então buscar André Greipel, ciclista com 11 triunfos de etapa só na corrida francesa para ter assim dois nomes com algum peso.

Vital Concept-B&B Hotels garantiu Pierre Rolland e Arthur Vichot, dois dos corredores mais bem cotados entre os franceses. Já a Direct Energie, continua a ter Lilian Calmejane como o principal destaque para as três semanas, mas contratou Niki Terpstra, um homem de clássicas, é certo, com dois monumentos - Paris-Roubaix e Volta a Flandres -, contudo, é sempre um ciclista que se poderá destacar em fugas.

Os dois convites deverão ser anunciados na próxima semana, assim como os para o Giro. Um também já está atribuído, pois quem ganha a Taça de Itália garante automaticamente o wildcard para a edição da corrida no ano seguinte. Pelo segunda temporada consecutiva, a vencedora foi a Androni Giocattoli-Sidermec.

De salientar que este será o último ano em que as organizações podem atribuir os quatro convites para as grandes voltas. A partir de 2020, duas das presenças serão definidas através do ranking mundial por equipas. As duas melhores Profissionais Continentais (passarão a ser chamadas de ProTeams) terão direito a participar nas três grandes voltas. As organizações ficarão com dois convites por entregar em cada uma das competições.


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