10 de março de 2019

Sporting-Tavira é a primeira equipa portuguesa a vencer em 2019

(© Elisabete Silva/Fotografia de arquivo)
"Venham para a estrada esta temporada, pois eu prometo vitórias." César Martingil não é um ciclista de meias palavras. Quando em Novembro foi apresentado como um dos reforços do Sporting-Tavira, de imediato assumiu, com as palavras citadas, o que pretendia alcançar. Este era o salto que o ribatejano há muito procurava e Martingil quer começar a cumprir a sua promessa já neste início de temporada. Agradece o Sporting-Tavira, pois não só conquista o seu primeiro triunfo da época, como até é a primeira equipa portuguesa a fazê-lo em 2019.

Depois de ter sido batido ao sprint por Rui Oliveira (Selecção Nacional) na Prova de Abertura Região de Aveiro, na Clássica da Primavera (não foi convocado para a Volta ao Algarve), Martingil foi o mais forte, relegando para os lugares secundários do pódio Rafael Silva (Efapel) e Luís Gomes (Rádio Popular-Boavista). Aos 24 anos, chegou o momento da afirmação de mais um ciclista a sair de uma equipa que tem formado alguns dos jovens que mais se estão a destacar, como é o caso dos gémeos Oliveira e Ruben Guerreiro.

A actual Oliveirense-InOutbuild, ex-Liberty Seguros-Carlglass, teve precisamente em Martingil um dos destaques em 2018, no seu primeiro ano como equipa Continental. Ficou a dois segundos de vencer o prólogo da Volta a Portugal e foi líder da juventude até que uma queda o atirou para fora da corrida. Martingil mostrou-se assim no grande palco que é a Volta para as equipas nacionais e o Sporting-Tavira agarrou um sprinter que bem precisava.

Fábio Silvestre não conseguiu recuperar a sua melhor versão em 2017, no regresso ao país, e em 2018 sofreu uma queda muito grave logo em Janeiro, na Tropicale Amissa Bongo, no Gabão. Não competiu mais na época passada e colocou mesmo um ponto final da carreira. Vidal Fitas aposta agora em César Martingil, que pode não ter a experiência internacional que Silvestre tinha, mas compensa com os seus atributos de ser um ciclista que sabe colocar-se bem no pelotão quando quer discutir as corridas, tem capacidade de explosão e não se intimida com nada, nem ninguém. A sua dedicação à pista muito tem contribuído para a evolução que tem apresentado nos últimos três anos e que o colocaram como um sprinter a seguir no pelotão nacional, então ainda como sub-23.

O Sporting-Tavira conquistou sete triunfos em 2018 e venceu o ranking nacional colectivo, destronando a W52-FC Porto. Mas não só faltou vencer na Volta a Portugal, como a equipa ficou sem uma forte aposta para chegadas que assentam tão bem a Martingil, devido à ausência forçada de Fábio Silvestre.

A par de Francisco Campos, Martingil era um dos jovens sprinters que se esperava que desse o salto para uma equipa de maior destaque. Agora estão nas duas estruturas rivais, com o ribatejano a demonstrar tanto na primeira corrida, como agora na Póvoa de Varzim que quer tornar-se numa referência do sprint nacional.

Uma vitória não se pode considerar que a promessa está cumprida, mas certamente que mostrou aos adeptos do Sporting-Tavira que têm mesmo mais uma razão para ir para estrada e apoiar a equipa. Tiago Machado tem sido, inevitavelmente dado o seu currículo e toda a experiência, o grande destaque, mas Martingil não quer ficar na sombra do companheiro.

Quanto à corrida, Nuno Meireles (Aviludo-Louletano), Paulo Silva (Fortunna-Maia), Aitor Bugarin e Óscar González (Super Froiz) foram os fugitivos do dia. O primeiro garantiu assim a classificação da montanha, o segundo a das metas volantes e o terceiro a do pavé. A Aviludo-Louletano foi ainda a melhor equipa. Francisco Campos (W52-FC Porto) foi quarto no sprint, o que lhe valeu a distinção de melhor sub-23, naquela que foi a sua estreia com as cores da sua nova equipa, depois de uma formação de muito sucesso no Miranda-Mortágua.

Os 147,2 quilómetros ficaram marcados por percurso selectivo, com sete subidas ao Monte São Félix e passagem por sectores de empedrado. Apesar da esperada selecção de ciclistas, ainda assim a chegada foi em grupo, algo que não tem sido habitual na Clássica da Primavera. Desde 2015, que não acontecia. Foram 18 os que ficaram com o mesmo tempo de Martingil. O ciclista do Sporting-Tavira sucedeu a Domingos Gonçalves, que partiu para uma temporada fortíssima depois de vencer esta corrida em 2018 (pode ver a classificação completa neste link, pdf via Federação Portuguesa de Ciclismo)

Na terceira corrida de 2019 em Portugal, uma equipa lusa venceu finalmente, já que as viagens à Argentina, Espanha e Colômbia, também não renderam triunfos ao Sporting-Tavira, W52-FC Porto e Efapel, respectivamente. E no próximo domingo há mais. A Clássica da Arrábida é uma das corridas mais espectaculares do calendário, sendo uma prova internacional (1.2). Está marcada para domingo, 17 de Março, e pode ler mais pormenores no link em baixo.


Num fim-de-semana de muito ciclismo, destaca-se ainda a vitória de André Domingues (EC Bruno Neves) no arranque da Taça de Portugal de juniores. Foram 105 quilómetros com partida e chegada em Castelo Branco. Daniel Dias (Seissa-KTM Bikeseven-Matias & Araújo/Frulact) e André Silva (Academia Joaquim Agostinho-UDO) completaram o pódio, ficando a três segundos do vencedor.

No BTT, o romeno Vlad Dascalu (Brújula Bike Racing Team) e a portuguesa Raquel Queirós (Quinta das Arcas/Jetclass/Xarão) ganharam as provas de elite da primeira corrida da Taça de Portugal de Cross County Olímpico (XCO), disputada em Vila Franca do Lima, Viana do Castelo. 

E na vertente BMX, o espanhol Alejandro Kim (Yellow Mad BMX) é o líder da Taça de Portugal de BMX Race, depois de conquistar as duas primeiras rondas da competição, que se realizaram este fim-de-semana em Setúbal. 


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